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                                                 -- Wendy e Luke


                Junto de uma árvore crescia um conjunto de dóceis margaridas, e adiante um curto tapete de relva mal aparada de um verde alface. Havia um certo contraste entre as flores e o lugar onde as mesmas nasciam. O que ambos tinham em comum era um ciclo, efetivamente. Tudo nasce e tudo morre, mais cedo ou mais tarde, e o seu dever é aproveitar o que a vida tem para oferecer enquanto ainda fazem parte desse ciclo.

    Luke estava, digamos, no ponto alto da sua vida, ultimamente. Durante bastantes anos tinha-se sentido vazio, como se nada à sua volta importasse, como se fosse insignificante. Só interagiam com ele se necessitassem, só o olhavam nos olhos se ele arranjasse conflitos, e ele só se sentia bem quando preenchia aquele vazio com a vista e apreciação de novas e inconstantes paisagens.

    Quando conheceu Wendy, Luke estava no seu ponto mais baixo, e com muita bondade da parte dela, e vontade da parte dele, foi ajudado. Quase literalmente, Wendy salvou-o do fundo do abismo, puxando-o para cima com a sua luz radiante, que despertou nele uma sensação que Luke já não sentia há muito tempo: esperança.

    Neste caso, a esperança foi a única coisa de que ele necessitava para seguir em frente com a sua vida, para tentar tornar-se alguém melhor. O facto de Luke sentir que alguém acreditava nele e na sua utilidade, incluindo para o próprio bem-estar de Wendy, colocou-o numa posição bastante estável na sua vida em relação a ele mesmo. Após alguns meses, ele podia finalmente dizer que estava feliz com a pessoa que se tinha tornado.

    E quanto às 12 razões que Wendy lhe prometera... Foram cumpridas. Luke fez questão de as anotar num bloco de notas para que nunca se esquecesse. Ele tinha realizado também uma promessa para com Wendy, a sua paixoneta.


    "Não te deixes ir abaixo de novo. Não permitas que isso te aconteça, Luke."


    "Prometo, Wendy."


    Estas foram as últimas palavras que os mesmos trocaram antes de seguir com as suas vidas, cada um para o seu caminho. Porém, uma coisa era certa: tal como Wendy não esqueceria a personalidade desconfiada e misteriosa de Luke e os momentos que ambos passaram quando juntos, o rapaz de cabelos loiros e olhos azulados (agora mais vivos) também não iria abandonar as memórias da rapariga que lhe tinha trazido imensa felicidade e satisfação.

    As doze razões que Wendy lhe tinha concedido para viver estariam para sempre marcadas não só no bloco de notas de Luke, mas também no seu coração e alma.


    1ª razão: O pôr do sol, o calor do mesmo sobre a pele.


    2ª razão: Cuddles, sentir-se amado.


    3ª razão: Música excelente.


    4ª razão: Beijos. 


    5ª razão: O dia em que tudo corre à tua maneira.


    6ª razão: Aventuras espontâneas.


    7ª razão: Abraços longos.


    8ª razão: Filmes ótimos.


    9ª razão: A vida pode tornar-se algo fantástico.


    10ª razão: Paisagens exuberantes e espantosas.


    11ª razão: Contemplar as estrelas e a lua.


    12ª razão: Tu mesmo. Vive por ti e por mais ninguém.


    (O mundo seria diferente se tu não tivesses nascido. Tu irás contribuir para este mundo, mesmo que ainda não saibas como. Tens imensos objetivos por concretizar. As pessoas sentem a tua falta. Existem coisas que aprendeste que precisam de ser ensinadas. Ninguém vê a vida da mesma maneira que tu vês. És um ser humano único. Tens a habilidade de escolher. Podes inspirar pessoas. És significante. Tens o poder para criar o teu futuro. Nunca estarás sozinho. A tua vida importa!)




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Faible ➤ Luke Hemmings [Short Story]Onde histórias criam vida. Descubra agora