Capítulo Trinta e Quatro - Consequências

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           Belinda acordou tarde na manhã seguinte a chegada em Hogwarts, tendo tempo somente para um rápido banho, devolver o cordão de Cedrico para o pescoço e correr para o Salão Principal, encontrando Neville no meio do caminho, que passou apressadamente por ela e correu para as escadas, sem cumprimenta-la, o que era extremamente estranho.
           Belinda entrou no Grande Salão e os olhares todos se voltaram pra ela, o que a fez prender a respiração, sabendo exatamente do que se tratava. Os olhos negros varreram o salão, vendo que todos tinham exemplares de "O Profeta Diário", ela finalmente encontrou os olhos de Draco e continuou a caminhar até seu lugar na mesa da Grifinória.
-Por que diabos estão todos me encarando desse jeito? –Ela sussurrou para Hermione.
           A castanha mordeu o lábio inferior com força.
-Eles leram a porcaria do Profeta Diário, Bell. –Dino comentou.
-Nada que você precise se preocupar. –Freddie disse no mesmo instante.
           Belinda arqueou a sobrancelha e viu George puxando o jornal pra longe dela.
-Me dá isso aqui, Weasley. –Ela puxou o jornal da mão dele.
-Belinda... –Ouve um coro chamando por seu nome.
           A matéria trazia um titulo simples:

FUGA EM MASSA DE AZKABAN!

           Belinda prendeu um suspiro e começou a ler, mesmo sob os protestos dos amigos. A matéria dizia que dez prisioneiras de alta periculosidade haviam escapado de Azkaban, mas a foto que estampava o jornal era a de Bellatrix, a exata foto que Rabastan lhe mostrara.
           Bell sabia que o motivo que levara o Ministério da Magia a esconder a fuga dos Lestrange se devia ao medo que eles tinham de, novamente, serem chamados de incompetentes, o que estava ocorrendo com uma frequência mais que absurda. Esconderam a fuga até onde foi possível, mas com a fuga de mais Comensais da Morte, a notícia foi obrigada a ser publicada.
           Lestrange amassou o jornal, tamanho a raiva, tanto dirigida a Bellatrix quanto a ela mesma, por ter que fingir para todos que não sabia de nada. Fazia muito tempo que Bell não sentia as lágrimas lutarem por liberdade, mas ela não permitiu.
-Então é por isso que todos estão me encarando? –Ela disse em voz alta. –Por eu ter o nome deles? Por eu ter o nome dela? –Jogou o jornal sobre a mesa. –Eu nem a conheço! Tinha o que? 01 ano quando ela foi presa, como merda...?
-Bell? –Freddie tocou o ombro dela, que respirou fundo.
            Belinda baixou a cabeça, temendo inteira. A raiva queimava sua garganta e fazia arder seus olhos. A menina levou um momento a mais para tomar fôlego.
-Quer saber? Deixa pra lá. –Ergueu a cabeça novamente, mas a raiva estava evidente a todos.
-Bell. –Hermione a chamou delicadamente, enquanto a garota puxava um cálice com suco de abóbora.
-Como foi o natal de vocês? –Ela mudou de assunto.
            Freddie suspirou, mas conhecia bem a amiga pra saber que ela não iria querer falar sobre o assunto naquele instante.
-Foi divertido. –Ele sorriu por fim, entrando no jogo.
-E vocês mandaram o presente? –Ela sorriu maliciosamente, mas a diversão não chegava aos olhos.
-Com toda a certeza, meu amor. –George sorriu.
-Só que teve um pequeno acidente. –Freddie concluiu.
-Por Merlin. –Ela sorriu. –Conversaremos sobre isso depois.
-É melhor, assim eu não serei cúmplice dos crimes de vocês. –Hermione decidiu.
             Belinda estava saindo do Grande Salão, acompanhada por seus amigos, quando um pequeno grupo da Corvinal a encarou e deu um risinho.
-Se não é minha garota preferida! –Ty falou em voz alta, atraindo olhares desgostosos do grupo de Corvinos.
-Ty. –Ela sorriu.
-Não ganho nem um abraço? –Ele debochou.
             Belinda o encarou e se afastou dos amigos, sendo recebida pelos braços fortes do moreno.
-Oi. –Ela sussurrou.
-Ignora todos esses idiotas. –Ele sussurrou em seu ouvido. –Só estão querendo uma forma pra falar merda e provocar confusão. –Ela assentiu.

             As aulas foram monótonas e puxadas, a fazendo brincar mais que o normal com o cordão de Cedrico. Os olhares de julgamento sobre ela, os cochichos quando passava, as risadas debochadas. Lestrange aguentou tudo em silêncio, como se não se importasse realmente, mas foi no jantar, sob os olhos e risinhos debochados de Umbridge, todos os comentários e o pequeno bilhete que ela recebera, dizendo somente:

A Filha Das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora