Capítulo 1.

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1 SEMANA ANTES. 

Harry

É difícil. Num todo. Em nenhum mísero dia, minuto ou em uma espécie de brecha da primavera floral da cidade nortista Newcastle, Londres, eu ousei achar fácil. Porque bem, não é. E eu posso ser um covarde na maior parte do tempo (ou como Daniel Hanlon prefere, bicha medrosa), mas eu sei dos meus limites.

Sei que ser um adolescente já tem uma parcela generosa de pressão, ansiedade, descobrimentos, sentimentos e decepções. E medo. Deus. Essa é a pior parte. Eu particularmente sinto medo o tempo todo. Não que ele venha à tona muitas vezes e nem que eu me orgulhe disso, mas no final das contas, eu também sei que é melhor sentir medo do que não sentir absolutamente nada.

E é com esse pensamento em mente que bati a porta do carro de Robin, meu padastro, e saí em direção ao meu primeiro dia de aula do Ensino Médio na Lemington Centre, naquela Segunda-feira ensolarada. Com minhas pernas finas bambas, o coração acelerado e meus cachos castanhos sendo acariciados com a brisa matinal que rodeava a escola. Uma confusão. Porque afinal, não havia melhor termo no mundo que me definia: Confusão. Estilhaços. Amontoado. Sem serviço. Pedaços. Nunca completo. Sempre a procura de algo que não tenho certeza que existe.

Em outras palavras, essa é a história sobre como eu sobrevivi ao ginásio agindo como uma menina. Agindo de forma contrária aos padrões. Agindo como eu mesmo. 

E mudando ainda mais as palavras, essa é a história sobre como eu me apaixonei por Louis Tomlinson.

E sobre como tudo,

tudo,

tudo,

tudo,

deu errado.

❀❀❀❀


PARTE I – The meeting. 


Louis

Carter e Niall estão no meu armário quando eu chego na escola, encostados lado a lado na superfície lisa e azul-piscina da parede de metal. Nos encontramos na noite de ontem para jogarmos Battle Ground juntos, então o dia de hoje não é tão especial, como um reencontro lendário. Tudo bem, é o primeiro dia de aula do Segundo ano. Legal. Excitante? Acho que está mais para decisivo. Mas continua sendo um dia de aula qualquer que só serve para nos lembrar que o futuro está batendo na porta, e que logo logo a ideia de ir para uma Universidade está cada vez mais inclusa no meu roteiro de planos.

Conserto meu topete para cima, ajeito a mochila no ombro e cumprimento uns caras do time de Beisebol que passam no corredor. Tenho uma espécie de ímã com caras do esporte, talvez seja pelo fato de ser capitão do time de Futebol, ou por simplesmente usar uma jaqueta legal com o brasão da Lemington. Honestamente, não sei e também não me importo. Depois de uma série de 'E aí, capitão?' e high-fives, chego no meu armário tentando lembrar a senha e dando um soco leve na lateral do braço musculoso de Carter.

-Fala aí, Tomlinson. -Ele e Niall falam algo parecido, nunca me chamando pelo primeiro nome.

-E aí otários. Como faz pra não esquecer a senha dessa merda todo verão? -Eu bati no armário com a esperança estúpida de que ele sentisse minha fúria e abrisse magicamente. Não abriu.

-Não era o aniversário da sua mãe? -Niall me perguntou. Seu cabelo loiro reluzia tanto que ele parecia uma espécie de ator de novela ou filme de Hollywood, mesmo que seu verdadeiro dom fosse ser zagueiro no Lemington F.C.

You flower, you feast ♦ [l.s] [finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora