Capítulo 11.

7.9K 1.1K 1.4K
                                    


Harry


[...]



-Qual é o propósito disso tudo? Quer dizer, são dez horas da noite, meu padrasto não sabe aonde eu estou e estamos indo ao Village. E-Eu...Louis? Nós estamos surtando? -Pergunto, sentado no banco do passageiro da Picape, tendo uma mini-crise de ansiedade e de identidade. Tirando isso, é uma noite bonita. Lá fora o vento é gélido e a lua está cheia. Se me esforçar, consigo até ver algumas estrelas no céu.

Ele ri, e continua dirigindo. O seu corpo é bem definido e tênue ao volante. Seu ombro é tonificado, e sei que não deveria prestar atenção em nada disso agora, mas estou prestando.

-Estamos indo ver a sua mãe.

-Mas ela morreu.

-Parte dela ainda está lá. O espírito, alma, sei lá. Minha família acredita muito nisso.

-Já pensou que talvez ela não queira me ver? -Digo, com a garganta falha.

Ele franze o cenho.

-Ela não pôde se despedir de você, Haz. Não teve tempo. É óbvio que ela quer te ver.

-Ma-mas...

-O que?

-Ainda não consigo ver um propósito.

-E você precisa mesmo de um?

-Quando o assunto é visitar o túmulo da minha mãe morta, sim.

Ele respira fundo, como se lutasse para não perder a paciência.

-Styles, quer fazer isso ou não? Porque a única razão para eu dirigir esse carro agora é porque sinto que te devo algo. Não sei explicar, não faz sentido, mas sinto que preciso ver você bem. Me sinto culpado por não ter te apoiado quando ela se foi, mesmo que não nos conhecêssemos. Quero que você seja amado. Quero que as pessoas sejam gentis com você. Quero que você consiga, um dia, perdoar o mundo pelo quanto ele já te magoou profundamente. Se tiver algum propósito, é esse.

Pisco duas vezes e fico sem reação. Aquilo provavelmente foi a coisa mais pura, especial e direta que alguém já me disse em meus 15 anos de vida nesse planeta. Louis Tomlinson. O que ele queria com aquilo tudo? Porque ele estava aqui? O que eu fiz de tão bom para merecê-lo? Engulo a seco e sinto algumas lágrimas se formando. Trato de fazer elas não descerem.

Respiro fundo, buscando algum alívio.

-Alguns dias sinto tanta saudade dela que não sei se vou aguentar. -Digo.

Ele olha para mim com a expressão mais sentida do mundo, e em poucos instantes, encosta o carro em um dos refúgios da estrada principal. Ele desliga a ignição, os motores não fazem mais barulho e o silêncio vem à tona.

Nos encaramos por meio segundo, até eu ver a sua silhueta se aproximar na minha direção, e sinto seu abraço. Sinto seus braços me rodeando, e consigo sentir sua respiração em meu ombro. É desajeitado, é de pressa, mas sinto uma espécie de choque quando sinto as suas mãos em mim. Seu abraço é provavelmente o lugar mais confortável e seguro do mundo, e secretamente, desejo nunca mais sair daqui.

Nós nos separamos, e sinto vontade de puxá-lo de volta. Quase falo 'não, não me solte. Não me solte nunca mais' mas apenas me afasto e sorrio em sua direção.

You flower, you feast ♦ [l.s] [finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora