Peter on
Minha mãe continuou me levando para aquelas sessões durante quase um mês, no começo era um saco, mas logo eu fui me acostumando. Além do mais, tinha a Alice para me fazer companhia. Sempre que terminava, eu ia até a sala dela para a gente brincar, eu levava brinquedos e alguns doces escondidos. Estava tudo indo muito bem, até que um dia...
— A gente vai se mudar.
— Quê?
— Eu encontrei um hospital melhor.
— Não!
Eu e minha mãe discutíamos numa lanchonete perto de casa, meu pai não tinha ido com a gente. — disse que ia dar um jeito no encanamento do banheiro que havia quebrado.
— Filho, quanto melhor o hospital, mais rápido
você vai se cura.— Não mãe, eu disse que não. Eu quero ficar lá naquele, em frente ao convento.
— Por que essa briga agora? No começo você nem queria ir para lá...
— Mas agora eu quero! E se eu quero ficar lá a culpa é sua, por te me colocado lá. SENDO QUE EU NEM PRECISAVA!
Falei levantando da cadeira e batendo na mesa.
— Peter Adams Montgomery, sente-se agora.
Sentei novamente.
— A gente vai e ponto final.
— NÃO! A GENTE NÃO VAI!
Levantei da cadeira e saí correndo pela rua, estava chovendo, eu queria muito chegar em casa, era umas cinco horas da tarde, eu estava com um casaco de frio já que estava fazendo uns dezenove graus, eu conseguia ouvir os gritos da minha mãe me chamando, mas não ia adiantar, eu não ia parar, eu sentia os pingos no meu rosto, e não eram os da chuva.
Assim que cheguei em frente ao portão, o abri e saí correndo pelo jardim, empurrei a porta com todas as forças, e subi as escadas, eu só queria chorar sem que ninguém me encontrasse. Então corri para o sótão, que foi uma péssima ideia...
— Você é um imbecil, não é mesmo?
— Peter, escuta...
— Eu não vou escutar nada! Escuta você, a mamãe não merece você, muito menos uma irmã como você tia Constance, você é mais falsa que uma nota de três dólares.
Ela revidou.
— Olha garoto, é melhor você calar a boca, senão...
— Senão o quê? Vai tirar a roupa e transar com meu pai?
— Peter! — meu pai a defendeu.
— O quê? O QUE VOCÊ QUER? SEU DESGRAÇADO FILHO DE UMA...
— Peter! — exclamou minha mãe, ela estava toda molhada e ofegante atrás de mim.
— Mãe...
Ela olhou para a frente parecendo confusa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Esse Corpo Não É Meu
Siêu nhiênHistória escrita em parceria com a @llivialopes Eu sou só uma humana Eu sangro quando caio E eu me quebro e me despedaço Suas palavras na minha cabeça, são como facas no meu coração Você me iludiu e então desmoronei Porque eu sou só uma humana. @m...