Alice on
Ele estava dentro de uma das cabines do banheiro, bem ao lado de onde estava o enfermeiro que dava aqueles remédios ruins para a gente, eu até tentei fazer-lo desistir daquilo, mas quando o Peter botava uma coisa na cabeça não havia quem tirasse.
Ele olhou pra mim e levantou o polegar, era o sinal, apaguei a luz, e ele jogou o balde de baratas em cima do enfermeiro, obviamente ele se assustou e saiu correndo, só que ele não esperava que bem na frente da porta da cabine tivesse uma linha na altura dos seus pés, ele tropeçou e caiu de cara em uma bacia cheia de cola, se levantou furioso e correu pra porta do banheiro, onde na altura da sua cabeça havia um plástico com penas de galinha que a gente tinha pegado na cozinha depois de uma das empregadas ter feito o almoço, nós começamos a correr e ele ao mesmo tempo, sabiamos da bronca que levaríamos se nós fôssemos pegos.
Já faziam 9 anos desde que Peter havia sido internado depois de matar o próprio pai.
Já eu fui diagnosticada com transtorno de personalidade, mais conhecida como bipolaridade. Os médicos disseram que nos podíamos ser um risco a sociedade, já que uma criança de seis anos matou o próprio pai, e outra de cinco tentou jogar uma criança pela janela.
Mas não se confunda, eu não estava ali apenas por ter bipolaridade, já que existem remédios que podem controlar isso. Eu estava ali porque sempre que a outra personalidade assumia, eu ficava agressiva e queria matar qualquer um que estivesse por perto, ou então ao contrário, quando eu ficava com raiva, a outra assumia, e esse não era o maior dos problemas, o problema mesmo era que quando isso acontecia, eu criava uma força inexplicável, capaz de levantar um adulto de 70 quilos com apenas uma mão sem fazer esforço nenhum, e isso era uma coisa que as pessoas não conseguiam explicar.
Era por esse exato motivo, que uma vez por semana, eu passava por testes no laboratório do manicômio. Os médicos diziam que a outra tinha o nome de Lucy, o mesmo que minha irmã, talvez porque eu gostasse muito dela.
— Ei Lice. — Peter chamou.
— Hum?
— Já soube da novidade?
— Não.
— Estamos em dezembro, não é?
— Sim...?
— Então... Eu ouvi dois médicos e a diretora conversando que, se alguns adolescentes melhorarem, poderão sair daqui e frequentar uma escola. Uma Escola de verdade!
— É sério?
— Sim!
— Então se, você conseguir provar que não matará ninguém quando estiver com raiva e, eu provar que consigo ter domínio sobre a outra, nós podemos sair daqui?
— Exatamente! Mas temos que fazer isso até fevereiro.
— Vai dar tudo certo.
Nota: capítulo dedicado para llivialopes_ ❤
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Esse Corpo Não É Meu
ParanormalHistória escrita em parceria com a @llivialopes Eu sou só uma humana Eu sangro quando caio E eu me quebro e me despedaço Suas palavras na minha cabeça, são como facas no meu coração Você me iludiu e então desmoronei Porque eu sou só uma humana. @m...