Camp

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— Você vai pedir pro seu pai assinar? — Pergunto.

— Não, eu sou maior de idade, Jungkook, eu não preciso. — Ele responde enquanto caminhamos.

— Aish, eu quero ser maior de idade logo.

— Mas por qual razão? Não é legal.

— É claro que é legal, eu quero dirigir, mudar de cidade, quem sabe?

— Então você vai mudar de cidade e me deixar só? — Ele pergunta fazendo um biquinho.

— Claro que não, sue bocó, eu não vou cometer os mesmos erros que você.

— Aish, não fique me lembrando disso direto.

— Tá bom, agora você vai responder minhas mensagens? — Pergunto quando saímos do colégio.

— Oh, eu tinha me esquecido de te dizer, eu estou sem celular, fui roubado. — Quando ele fala isso meu coração acelera, meu deus, será que aconteceu alguma coisa com ele? Eu morro se ele tiver se machucado.

— Jimin, meu deus, por isso não viu minhas mensagens. Mas você está bem né? Só levaram o celular? Não te bateram, certo?

— Calma, não me bateram, eu estou completamente bem, só levaram o meu celular.

— Isso me deixa aliviado. — Falo e suspiro.

— Aliviado? Eu estou sem celular!

— Aliviado por você estar bem, seu bocó.

Meu motorista estaciona próximo ao local em que estamos, eu definitivamente quero começar a dirigir.

— Meu motorista chegou, tenho que ir. — Falo meio receoso.

— Tudo bem, nos vemos depois então?

— Sim, mas dessa vez me prometa e não descumpra.

— Prometer o que?

— Que não irá embora novamente.

— Eu prometo, e dessa vez eu não vou quebrar a promessa.

— Dá seu dedinho. — Falo e estendo o meu mindinho.

Ele envolve meu dedo com o seu e aperta.

— Se você for embora novamente uma geladeira vai cair em cima de sua cabeça, Park Jimin.

— Que medinho. — Ele fala zombando.

— Até depois.

No caminho para casa peço para meu motorista parar em um shopping.

— Por que você quer ir a um shopping? — Ele pergunta, eu odeio esse negócio de precisar dar satisfações da minha vida sempre que quero fazer algo.

— Eu vou comprar um celular novo.

Eu escolho um celular igual o que já possuo.

— Você entrega nesse endereço. — Falo e escrevo em um papel o endereço da casa de Jimin.

Depois que termino de almoçar não consigo parar de pensar.

Como meu pai reagiria se soubesse que sinto algo por um garoto?

Meu pai me mataria, com toda a certeza, ele nunca mais me deixaria sair de casa.

Mas quando eu tiver 18 anos eu contarei, eu vou sair de casa e arranjar um emprego, então eu poderei contar pra ele tudo que eu sempre quis dizer.

Eu cansei de viver sobre as garras do meu pai.

Será que ele vai me deixar ir até o acampamento? Meu deus, eu quero muito ir.

Very InnocentWhere stories live. Discover now