Maybe

165 25 2
                                    


Eu sei que não devia, porém me sinto um tanto culpado por deixar ele lá, sozinho e ferido.

Eu não consegui pensar em nada, Tae apenas chegou, bateu na cabeça de Jimin e me puxou, eu não tibe tempo para entender o que estava acontecendo, até que Jimin grita.

Eu juro, eu queria voltar e ajudar ele, mas meu orgulho é maior.

Jimin me empurrou no chão e está doendo muito, eu de fato nunca vou esquecer isso, ele também machucou Taehyung, que por sinal está correndo em uma boa velocidade, como ele aguenta correr tão rápido nesse estado? E aliás, por que estamos correndo? Não temos culpa alguma, a culpa é toda de Jimin.

— Tae...

— Estamos quase chegando no local onde meu motorista está, só mais um pouco.

— Não é isso...

— O que é então? — Ele olha em minha direção.

— Por que exatamente estamos correndo?

— Porque Jimin podia voltar a me bater, e poderia bater em você também. — Quando ele fala que Jimin poderia bater em mim sinto um peso gigante em meu coração, e a parte do peito que ele me atingiu so arde mais...

— Mas depois de seu soco ele nem conseguiu levantar...

— Jungkook, eu também bati nele, e eu nem sou da escola, eu seria penalizado de algum jeito por outro tipo de autoridade, agora esquece isso e apenas corra, ok?

— Ok.

Bom, até que enfim chegamos ao local que o motorista de Tae estava estacionado, aish, por que tão longe?

— Ele estava estacionado tão longe porque estava comendo nesse restaurante, que é, por sinal, da família dele. Eu disse que ligaria quando fosse hora dele me pegar, mas não deu tempo, desculpe fazer você correr tanto.

— Ah, tudo bem, eu gosto de correr. — Espera, como Taehyung respondeu exatamente a pergunta que eu estava fazendo pra mim mesmo? Será que ele lê mentes? Que bizarro.

E então eles me deixam em casa, eu cheguei um pouco cedo, já que faltei as aulas de educação física, droga, como vou explicar isso ao motorista? Ele com certeza vai contar ao meu pai, e eu realmente não quero isso, sei que meu pai não liga nada pra mim, mas não quero que ele resolva me tirar da escola como punição, eu acabei de começar...

Eu vou ter que inventar uma mentira, meu deus, eu nunca menti pro meu pai.

Vou até a garagem onde o senhor Sung já estava preparando o carro para ir me buscar.

— Ehh, oi! Acho que você não precisa mais ir me buscar, pois, já estou em casa! — Ele parece tomar um susto ao ouvir minha voz e olhar em meu rosto.

— Como chegou? E por que mais cedo?

— Ahh, não estava me sentindo muito bem, então um amigo me trouxe. — Pensando bem nem é uma mentira, certo? Ainda não estou me sentindo bem, meu peito dói, mas não só ele... O coração também.

— Vou comunicar ao seu pai.

— Não precisa, já estou me sentindo melhor.

Bom, agora estou no meu quarto, uma empregada me trouxe alguns remédios para dor de barriga, que era minha suposta doença, não tomei nenhum, apenas os escondi, estou mais radical que nunca.

Eu resolvo tomar um banho, foi um dia tão cheio, me dispo e vou em direção a banheira.

E quando vou passar sabonete pelo meu corpo sem querer passo pela pancada que Jimin me deu, está doendo tanto e está tão roxo, se meu pai soubesse disso eu estaria morto, mortinho mesmo. Mas como é debaixo da camisa ninguém vai saber, eu apenas espero que isso não demore para curar.

Eu fico pensando sobre as desculpas de Jimin, eu realmente devia acreditar nele? Eu devia me desculpar por ter deixado ele lá sozinho?

Eu até tentaria fazer isso, mas o dia já chega ao final e ele nem mandou uma mensagem sequer, ele nunca me procura, né?

Ok, quem sabe ele queira falar pessoalmente, certo? Eu vou esperar até amanhã.

Mas quando chego na sala de aula ele não está lá.

Talvez ele só esteja atrasado.

Já é o intervalo e ele ainda não chegou, onde ele está?

Talvez ele tenha dormido até tarde.

Ou talvez ele não queira vir mesmo.

Bom, os horários de hoje acabaram e ele não apareceu.

Talvez ele esteja magoado.

Talvez ele só não queira que eu peça desculpas.

Talvez ele só não queira que eu o perdoe.

Ou talvez ele só não queira ser meu amigo.

Very InnocentWhere stories live. Discover now