medo

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Quando passei naquele corredor, todos olhavam para mim. Não sei se havia algo de errado com a minha roupa, meu sapato, ou era o meu cabelo?
A verdade é que todos me olhavam porque sabiam que  tinha algo errado, mas era em mim, na minha atitude em tal momento simbólico para aqueles cidadãos. Eu toda, por inteira, completamente.
Seus olhares me perseguiam a cada passo que eu dava, e isso me deixava aflita. Minha cabeça doía, meu estômago era revirado de cinco em cinco segundos, pode isso?

Quanto mais perto eu chegava do meu destino, mais as pessoas arregalavam os olhos. Ouvi uma mulher cochichar para a moça ao seu lado, ela disse:  "Não acredito que ela vá fazer isto!".

Sua cara de espanto era mais evidente que minha loucura, isso me deixava mais confortável, por incrível que pareça. O barulho de minhas botas ficava cada vez mais alto ao se chocar contra o chão.
O que eu estava prestes a fazer mudaria minha vida, mas eu me importava? Não. Simplesmente continuei andando. E lá estava você, sentado num trono vermelho e macio aos olhos de quem vê. Esforçava -me, mas seu rosto não era visto a olho nu.
Parei em sua frente, encarei -lhe por um estante e disse o que sempre quis: "Medo, apesar de suas batalhas para me provar o contrário, eu não lhe temo mais.".
As pessoas se levantaram de seus assentos felpudos e aos poucos, como na onda da torcida de um jogo, aplaudiram -me.

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Amor, te fiz eternoOnde histórias criam vida. Descubra agora