A prisão do silêncio...

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Daniel ainda se encontrava chocado de medo, quando a rainha estendeu a mão em direção ao rei.

A rainha pronunciou cuidadosamente as seguintes palavras:

- Levitios...

De imediato, o rei, que ainda estava preso em uma rede de folhagem, passou a levitar à medida que a mão da rainha se estendia.

Ela balançou a sua mão. E em sincronia, o corpo do rei virou em seguida, ficando na posição horizontal à medida que levitava ainda mais.

A rainha, ainda com o bebê nos braços, olhou para Daniel e disse:

- Você vai ficar paradinho aqui. Sem mexer um músculo sequer.

E como se fosse obra do destino, Daniel ficou totalmente e completamente imóvel. Sem poder exercer nenhum tipo de movimento. Ele até tentou se mexer, mas não deu em nada. Seus movimentos estavam bloqueados pelo feitiço da rainha. Não importa o que este fizesse.

Ele até tentou falar alguma coisa, mas o feitiço também exercia algum tipo de controle sobre os seus lábios. Como se eles estivessem presos um ao outro. Impedindo-o de falar. E se falasse, não ia sair nada além de um som abafado devido aos lábios grudados.

- Pra quê isso, Octavia? - perguntou o rei, já tendo atingido o ápice de sua estranha levitação. Graças a rainha, que desistiu de levitar ele mais alguns centímetros.

A rainha responde, com graça:

- Uma forma mais prática de te locomover. Levitação.

Ela olha em direção ao corpo erguido do rei. E acaba sentindo um misto de tristeza e felicidade.

Porque ela estava prestes a realizar o que tanto desejou. Mas também, porque levaria um tempo até que ela pudesse ver ele de novo. Afinal, para que a mentira surtisse efeito, ela não poderia ficar se encontrando com o rei toda a hora. Mesmo que quisesse.

Mesmo que fosse possível com magia, ela não se lembrava especificamente de um feitiço capaz de realizar o que ela queria. De se encontrar com o seu marido, mesmo que para ver ele sofrer.

Essa era a sua desculpa para ver ele. Mas ela sabia que aquela era a desculpa mais estúpida para poder ver o seu marido. O homem a quem ela tanto amou.

A rainha desce o primeiro degrau do alçapão, sendo este seguido de muitos outros.

Ela apontou um dedo para o rei, encantando-o para que o corpo dele vinhesse a seguir ela por todo o trajeto. Então, o seu corpo passou a deslizar pelo ar. Seguindo a rainha por onde quer que fosse.

Ele estava literalmente deitado no ar.

Ela continuou a descer o alçapão. Com o bebê nos braços enquanto o corpo em levitação do marido a acompanhava.

***

Depois de andar mais alguns minutos, a rainha, o bebê e o rei chegaram a uma enorme sessão de celas de prisioneiros.

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