Ressentimento de sangue...

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Jonathan se debatia pela cama, com raiva e frustração. À medida que a rainha Margareth, sua mãe, prosseguia com a história, as informações armazenadas na cabeça dele aumentando ainda mais, atiçando a sua curiosidade de uma forma inexplicável. Isso o deixava chateado e irritado, porque ele queria saber logo a resolução do conflito daquela história. Mas a rainha nunca iria ceder às vontades do filho. Para ela, uma história tinha que ser contada da forma correta, independente do quanto entediante ela estiver.

- Ah, vai mãe! Conta logo o porquê da rainha ter tanto ódio do bebê - diz Jonathan debruçado sobre o travesseiro.

Estava muito tarde naquele momento, então a rainha Margareth fez com que o seu filho já ficasse com parte do corpo debaixo das cobertas, caso dormisse no meio da história. Mas estava na cara, que Jonathan não iria se entregar ao sono tão rápido. Ele ainda queria saber o final da história.

- Não. Eu não vou avançar em nenhum detalhe, só porque você deseja. Como eu disse, a historia... - Jonathan a interrompe e diz:

- ... a história é dividida em início, meio e fim - diz ele com desdém e revirando os olhos, dando a entender que aquela informação lhe foi repetida várias e várias vezes.

A rainha dá um pequeno sorriso e fala:

- Não se preocupe, John. A melhor parte já estar por vir.

Jonathan arregalados os olhos, entusiasmado e pergunta:

- É verdade mesmo, mamãe? - um sorriso se forma em seu rosto.

A mãe sorri mais uma vez e fala, apertando a bochecha macia do filho. Ele realmente era uma gracinha:

- Verdade.

Jonathan coloca o travesseiro de pena de ganço sob a cabeça e se aconchegou sob os lençóis, esperando ansioso por mais detalhes e informações. Mesmo que isso vinhesse atolar e pirar sua cabeça mais tarde. Mas ele não perdia por esperar.

***

Depois de algumas semanas, a barriga da rainha Octavia Meros aumentou o seu volume. Por onde a rainha passa-se, atraía a atenção de todos devido ao volume da pretumberância que crescia dentro dela.

Mesmo que ela forçasse um pequeno sorriso em seu rosto, fingindo estar feliz com a proximidade do parto, a rainha repetia para si mesma que não havia motivo algum de felicidade. É sim, de frustração e misericórdia.

***
Após alguns dias depois do início da gestação, a rainha estava sendo tratada pelas enfermeiras na ala hospitalar.

Pelas ordens do rei, as enfermeiras teriam que ajudar a rainha à realizar uma série de exercícios básicos, que serviam para estabilizar os efeitos das contrações em seu corpo durante a gestação.

No meio da rotina de exercícios, as enfermeiras tiveram que sair para realizar um favor aos outros pacientes da ala hospitalar, deixando a rainha sozinha com o bebê em sua barriga. Elas não deveriam ter feito isso.

A ala hospitalar era dividida em quartos, um para cada paciente. Porém, naquele dia não havia uma quantidade respeitável de enfermeiros na ala hospitalar. Porque o restante deles foi escalado naquele dia, para acompanhar os sentinelas até os vilarejos da plebe, para ajudar a tratar de alguns ferimentos. Tudo um esquema para manter a estabilidade social.

Pão e Circo.

Assim, só cinco enfermeiras ficaram disponíveis para a realização das atividades na ala hospitalar: Lady, Cloves, Deenie, Sandra e Grace.

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