Os Morrs

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Parte 1...

Depois da pergunta realizada diretamente para o rei, as paredes de pedra começaram a ecoar a intensa e repulsiva respiração do que estivesse atrás do rei. Uma respiração ofegante e pesada.

O rei ainda não se atreveu a olhar para trás. Porque ele sabia, que quando olhasse e visse o que quer que fosse aquela coisa, seus ossos virariam estilhaços e a sua respiração iria falhar. E não sabia mais o que aconteceria depois disso.

O dono da voz se mostrou impaciente, quando lhe fez uma segunda pergunta. Provavelmente, por não ter respondido a primeira:

- Você não me ouviu, mi lorde? - Com certeza foi devido à falta de resposta para a primeira pergunta. A coisa soltou um longo e denso suspiro, que se não soubesse dialogar, o rei poderia apostar que era um touro atrás dele - Eu estou me referindo a você, meu rei. Se não ouviu da primeira vez, irei dizer de uma forma mais clara. Eu estou falando com você, seu...

O rei não deixou que a voz continuasse. Ao mesmo tempo em que virou de forma brusca, ele soltou um berro, imaginando que seria o suficiente para espantar aquela coisa. Mas ao virar, a situação ficou muito mais estranha.

O escuro se transformou em claridade.

Um sol apareceu diante dos seus olhos. Mas não era um sol comum. Ele não era nem muito quente, nem muito frio. Ele não parecia aquecer. Parecia entranhar-lhe a pele e conversar com ele... Ele sentia, podia sentir. O calor não parecia vir do sol. Mas sim, de dentro dele.

As paredes de pedra foram substituídas por uma imensa família de árvores enegrecidas e de aparência severa. O chão frio aos seus pés foi substituído por uma densa cobertura de musgo e vegetações rasteiras. Cogumelos clássicos de contos de fadas (com a superfície de um vermelho vivo e bolinhas brancas sobre ela) se espalhavam por todos os cantos daquela estranha florestas. E sem contar na variedade de flores que envolviam as suas planícies.

Algumas espécies de animais (há muito tempo inexistentes. Ou, somente existiram em histórias para crianças) envolviam galhos ou se posicionavam sobre a superfície de rochas ou pedras. Dentre eles, esquilos pregos e macacos borboletas envolviam os galhos das árvores, dando-lhes uma aparência mais bonita e delicada.

Ruídos e barulhos que indicavam a presença da natureza podiam ser ouvidos e apreciados pelos ouvidos do rei. Mesmo que aquela fosse uma situação bastante peculiar, o rei não conseguiu resistir à sensação de paz e tranquilidade que aquele lugar lhe proporcionava.

A sua cela havia se transformado em uma floresta. E pudia se tratar de qualquer coisa, menos de uma floresta normal.

Ao olhar para a direita, o rei não pôde acreditar no que os seus olhos estavam olhando. Voando e envoltas em pequenas torrentes de pó dourado e brilhante, fadas de cores diversificadas sobrevoavam a floresta. Suas asas possuíam o brilho e o espelhado de diamantes e, em sua maioria, o verde de lindas esmeraldas polidas. Se você olhasse bem atentamente, era possível detectar o seu reflexo nelas.

O calor que parecia vir-lhe de dentro, fazia-o esquecer totalmente do frio e a da solidão da sua masmorra. E por um momento, mesmo que fosse por um milésimo de segundo, ele percebeu que a voz que falou com ele mais cedo, era proveniente daquele calor, que emanava de dentro do seu corpo. Parecia uma forma daquela criatura se manisfestar.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2018 ⏰

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