You came back to me part 2

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 Audrey x on

Paralisada e assustada com a presença, eu só o encarava. O que ele estava fazendo aqui? O que ele veio trazer para mim? Mais dor? Sem ter para onde correr, fui obrigada a vivenciar aqueles segundos horríveis, a voltar a ver aquele fantasma que me assombrava.

_ O que você está fazendo aqui? _ eu estava nervosa, e totalmente impaciente. Qual a razão de ser gentil com ele, depois de tudo o que ele fez? Com a minha pergunta nada suave, ele se assustou e respondeu:
_ Ah... eh... meus pais estão aqui? _ ele estava tão nervoso quanto eu. Ele gaguejou.
_ Acho que nos fundos, no quintal _ fui direta e obviamente grossa. Ele tinha um semblante triste e de surpresa, mas de certa forma aceitando o meu comportamento.
_ Eu soube da sua mãe. Ela está bem?
_ Está. Ela está ótima.
_ Que bom... _ Edward desviou o olhar de mim, procurando sentenças e palavras que para mim seriam totalmente insignificantes.
_ Bom... ah, eu tenho que ir _ eu não aguentava mais aquilo. Aqueles pequenos segundos fizeram o meu estômago embrulhar e a minha cabeça girar. Eu não queria e nem podia ficar mais um minuto olhando e falando com ele. Tudo estava voltando para mim, em uma grande e enorme onda, um tsunami. Eu tinha que tentar fugir dele. Sem pensar duas vezes fui fechando a porta, mas ele colocou a mão nela e me impediu, como em uma cena de filme.
_ Audrey... _ ele me olhou profundamente com aqueles olhos azuis como o mar, como se me pedisse misericórdia. _ Podemos conversar... Por favor _ eu não esperava por aquilo. Ele realmente queria falar sobre nós? Sobre tudo? Sobre o quanto ele me machucou? Provavelmente vindo com desculpas esfarrapadas e mentiras? Eu não precisava daquilo. O que fosse que ele tivesse para falar para mim não importava, se fosse verdade ou não, pois tudo o que ele fala eu acredito que nada é sincero e real.
_ Não Edward! _ o encarei friamente, sem nenhuma expressão. Já para ele foi como um tiro. O seu rosto estava caído, triste e com o semblante de que algo estava doendo. Ele piscava e concordava com a cabeça como se estivesse tudo bem. Mas eu sabia que não estava. Com a conversa terminada eu fechei a porta.

Atrás da porta, a aparência de durona e rígida tinha ficado do lado de fora. Faltava ar nos meus pulmões, minha garganta se fechou, meus lábios tremiam e os meus olhos pareciam que a qualquer momento iriam transbordar.

Tudo foi muito rápido e muito intenso. Eu estava em desespero. A história se remoía em minha mente como se tivesse acontecido ontem. Eu passando dias inesquecíveis com ele, indo aos shows e pubs, eu me abrindo com ele sobre minha vida e tudo nela, nós dormindo na mesma cama, trocando palavras e sentimentos, eu lendo a mensagem descobrindo tudo, tendo uma enorme briga e indo embora com todas essas memórias em ruínas. Infelizmente algumas lágrimas escorreram dos meus olhos.

Eu não podia ficar ali mais. Tinha que tirar o que um dia me fez fraca dali.

Ed X on

Ao me deparar com Audrey eu fiquei sem falas. Não fazia a menor ideia de que ela estaria ali. E o pior é que eu não podia voltar atrás. Não podia me preparar para reencontrar a pessoa que eu tanto queria sem ao menos ter a coragem de poder dizer tudo para ela. Era um desafio.

Sem a menor dúvida eu fiquei nervoso, triste e culpado, cada vez que ela falou comigo. Era como se ela me espetasse com uma espada, mas eu merecia aquilo.

Ao tomar iniciativa para resolver o nosso problema, tentar me explicar ela recusou. Eu sabia que era a resposta mais provável mas não sabia que iria me ferir tanto e me deixar no chão, como um nocaute.

Indo embora eu estava tonto e angustiado. Tudo estava pior outra vez.

Como eu queria poder conversar com ela. É o que eu sempre quis fazer desde que ela saiu daquele quarto de hotel. Eu tentei de tudo. Liguei milhões de vezes, mandei infinitas mensagens, mas ela não me retornou. Infelizmente daquela vez eu não pude colocar ela na frente do meu trabalho, eu tinha muitas coisas para fazer.

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