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Audrey x on 2016

Se passou sete longos dias desde que Eddye basicamente me obrigou a voltar para Londres para a minha entrevista. Quando ele me disse como eu poderia ajuda-lo eu fiquei confusa e estressada. Como eu poderia ajuda-lo ficando longe dele? De começo obviamente eu não gostei do seu pedido, porém mais tarde eu acabei entendendo. Ele sempre foi daquela maneira quando o assunto era sério, e por meio de toda a tensão da situação, acabei me esquecendo e me colocando em uma posição errada.

Apesar de entender, eu não queria deixa-lo naquele estado. Eu não sabia o que poderia acontecer com ele, o que ele poderia estar passando. Eu ficaria tão preocupada... Mas eu fiz. Fiz minhas malas e voltei para ele se reorganizar, confiando somente em suas palavras que não faria nenhuma besteira e que ligaria se precisasse.

Vindo embora como ele pediu, eu fui fazer a entrevista sobre o site e felizmente depois de um pouco de drama, deu tudo certo e eu estou dentro.

Usando o e-mail que era por onde eu poderia me comunicar com Eddye, contei minha novidade para ele, onde me desejou sorte e me contou como estava indo tudo. Telefonei para Imogen também para desejar paz nesses poucos dias doloridos que se passaram, o que pareceu animá-la um pouco já que não pude fazer muito mais daqui.

Com uma xícara de chá, o tempo cinza, chuvoso e frio que fazia do lado de fora, eu fui tentar escrever algo para a minha primeira publicação do site, que deveria falar sobre como a tecnologia ajuda nos estudos.

No escritório o silencio que estava era enlouquecedor. Eu tinha tudo para escreve mas não a mente no lugar certo. Mesmo sendo ainda o início do período da tarde, eu não tinha recebido nenhuma mensagem dele, e era apenas ele que me importava. Todo o espaço ali lembrava ele, já que o mesmo havia construído com muito amor e carinho. Poderia parecer obsessivo tudo, mas eu me sentia estranha sem ele comigo. Era quieto, vazio e um pouco sem graça. Apesar do pouco tempo vivendo juntos, eu tinha me acostumado com a rotina, e lembrar do porquê me doía muito.

Eu precisava ficar calma e entender que tudo voltaria como era. No intuito, fui na cozinha e peguei outra xícara de chá e fiquei na janela olhando a chuva embaçar a paisagem dos carros na rua com Calito me acompanhando na monótona tentativa de deixar a cabeça espairecer. No silencio da casa, eu pude ouvir perfeitamente a notificação de mensagem do meu e-mail, e sem pensar duas vezes, corri para o cômodo quase tropeçando em Ian e abrindo rapidamente a mensagem.

Querida Audrey, eu não tenho palavras para descrever o quão sou grato por ser paciente comigo nesses dias difíceis. Sei que em alguns momentos eu não fui eu mesmo e me desculpe por isso, pois sei que cada gesto que fez foi para me ajudar e me ver bem novamente. Por isso, me peguei pensando em nós. Comecei uma pequena retrospectiva pela minha mente e me deparei com a primeira vez em que disse que te amava. Do quanto eu estava louco por aquela garota que além de minha doce amiga, engraçada, carinhosa, bondosa e deslumbrante com aquele sorriso e olhar, era também a mulher que eu tinha entregado o meu coração e alma para todo o sempre. E vendo onde eu tinha parado, vi que o ato era repetitivo para mim, que eu tinha visto em algum lugar essa lembrança... Então eu me lembrei dessa música.

Espero que ela acalme um pouco o seu coração até a minha chegada, que é prevista para o fim desta tarde. Não vejo a hora de ver o seu rosto novamente.

Com todo o amor

X Ed

Lendo apenas o pequeno texto, os meus olhos se encheram de lágrimas, e logo abaixo um arquivo de música acompanhava o bilhete. Era a minha missão, ouvir o que estava ali dentro. Peguei o meu fone, conectei e dei o play. No final da música, bem longa por sinal para mim que estava com o coração apertado de tanta alegria e gratidão, eu finalmente recuperei o folego e parei por um instante para processar a chuva de sentimentos que ele me passou.

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