And maybe I don't wanna be lonely darling you are my only love

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Audrey x on 2013

Desde aquela noite inesquecível, eu me pego muitas noites revendo pela milésima vez, as fotos que foram tiradas. Nelas eu relembro a sensação de felicidade que invadiu o meu peito me fazendo uma das melhores e mais importantes noites da minha vida. O pedido, eu aceitando, nossos familiares e amigos saindo do palco, atrás da cortina vermelha me deixando surpresa e grata por estarem naquele momento importante da minha vida.

Com o pedido aceito me comprometendo para uma vida com ele, estamos planejando como será as coisas adiante. Antes de tudo eu queria voltar para a minha cidade, para ficar próxima dos meus pais, ainda mais pelos problemas de saúde que meu pai vem passando. Não tomamos nenhuma decisão precipitada ainda, estamos conversando e organizando tudo para que até o final do ano que vem, estejamos dizendo o definitivo "sim".

Com minha tia Sam fora de casa e Dylan viajando, permaneço em casa sozinha tarde da noite perdida na minha memória preferida, com um cobertor em minha volta e uma xícara de chá, até a campainha tocar.

Eu esperava qualquer coisa ou qualquer pessoa. Tia Sam, Chris, Dylan e até um cachorro mas jamais Edward. Ele se encontrava em um estado de completa embriagues, nem conseguia permanecer de pé direito. Eu fiquei furiosa. O que ele queria essa hora? Por que veio até aqui? Mas sem respostas concretas o levei até o sofá para decidir o que fazer. Ele não tinha nada e ali observando o estado em que ele se encontrava, diagnostiquei que ele teria que ficar em casa.

Eu só torcia para ninguém aparecer para não ter que explicar toda a cena. Imagina como explicaria o que meu ex fazia no sofá de casa, onde só tinha nós dois. Eu não queria passar por isso, e rezava.

Observando por um instante o outro lado da embriagues de Edward, percebi que ele havia bebido por algo que o fez ficar triste. Era obvio que ele bebia na maioria das vezes para tirar a dor, pensamentos e qualquer outra coisa que o deixasse para baixo em sua vida, assim de alguma maneira ela iria embora, mas sabia que quando o efeito passasse tudo voltaria ao seu lugar e assim era o ciclo, quando voltasse da realidade tomava outras doses para ir ao seu mundo inexistente. O velho Edward não tinha ido embora.

Mesmo com um pouco de raiva, tentei ser gentil o enrolando na coberta e indo pegar um chá até ele puxar a minha mão e começar o seu discurso. A cada frase uma pontada de dor no peito eu sentia. Era triste ver o que ele sentia e ver por onde tomou coragem para dizer tudo. Eu sentia pena, dor e angustia por ele. Mesmo estando bêbado ele parecia dizer a verdade, o que realmente nunca teve a chance de me contar, entretanto eu não podia ceder e fui pegar o chá na tentativa de não deixar mostrar o que eu sentia por trás da pose de fria.

Quando eu voltei da cozinha, um pouco mais controlada, vi que ele estava dormindo. Em pouquíssimos minutos ele dormiu como um bebê. A vista era uma lembrança de tempos passados e um instinto vindo junto fez com que eu colocasse o travesseiro de baixo de sua cabeça e o cobrisse melhor. Eu não sei ao certo a razão de ter feito aquilo. Ele parecia vulnerável e fraco... E como eu não aguento ver alguém assim devo ter agido da tal forma, cuidando dele. Irônico relembrando de nossa última briga.

Cansada da bagunça inesperada, eu fui para cama dormir. Na falha tentativa, passei boa parte do tempo pensando nas incógnitas que ele tinha me trazido. A declaração, a vinda, o que ele tinha feito com a própria mente agindo dessa maneira... Muitas coisas rondavam a minha mente. Eu não deveria querer saber, não me importava, não tínhamos mais nada, entretanto a maldita curiosidade não ia embora e eu sabia que não era o certo eu querer saber, eu era noiva, nunca isso seria certo...

Acordada pela pequena brecha da cortina, me surpreendi vendo que consegui adormecer sem perceber da noite barulhenta da minha mente. Lembrando dela, me peguei colocando as pantufas de pressa para ver ele. Por surpresa minha, vi que não havia ninguém. O sofá era vazio, apenas tinha a coberta dobrada com o travesseiro em cima. Ao olhar um nervosismo me bateu. O chamei pela casa e não fui respondida. Procurei por todos os cômodos e ele já tinha partido.

Eu me sentia estranha, com um alivio e curiosidade sobre o caso, mas eu não podia fazer mais nada. Andei até a cozinha, onde só tinha passado de relance, e fui preparar um café. Na bancada eu vi um papel sendo segurado pelo porta-guardanapo. Era uma carta dele.

Querida Audy

Quero me desculpar pelo o que ocorreu noite passada. Eu estava magoado e fora de si novamente.

Me desculpe pelo o incomodo e por tudo o que te fiz passar. Eu jamais quis fazer mal para você, mas fiz infelizmente, e te peço sinceras desculpas por tudo. Você é uma pessoa incrível e eu nunca poderei concertar a minha bagunça, entretanto só te desejo o melhor sempre. Tudo o que te disse foi verdade, apesar de estar bêbado fui totalmente honesto. Sei que seguiu em frente e eu tento seguir, porém não se preocupe, não ocorrerá mais nenhum problema para você novamente, pois estarei longe outra vez e terá tempo para me excluir de suas memórias novamente. Toda a felicidade do mundo para quem eu nunca deveria ter machucado. Espero que um dia você me perdoe por tudo...

Com todo o amor e arrependimento.

Eddye x

No final da carta eu tremia. Minhas mãos e pernas bambeavam e lágrimas escorriam do meu rosto. Eu chorava de soluçar e no chão eu fui para me segurar. Ele realmente se arrependia de tudo. Ele tinha reconhecido tudo de ruim que fez e... Era tarde demais. Não tarde demais para aceitar o pedido mas sim para incendiar tudo com a faísca que restou. Tempos atrás, se isso tivesse ocorrido, meu coração se abriria para ele novamente e eu correria para os braços dele, hoje não é mais assim. Eu sinto muito por ele, por ele se sentir assim e infelizmente eu não posso fazer nada.

O impacto foi grande. Eu não esperava por isso, não após tanto tempo. Nunca estive pronta para isso, nunca achei que aconteceria... E além de sentir uma dor no peito, a história acabou... Não tem como voltar... Nunca voltaria a ser como antes... Então qual o motivo desse sofrimento inexplicável, desse... 

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