A cidade

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Hello anjinhos, como vão vocês? Eu finalmente criei coragem na minha vida para escrever uma fanfic Camren e uma fic no wattpad, eu tenho um pouco de medo daqui. Mais então esse é o primeiro capítulo. Espero que gostem <3


Quando se está diante de uma decisão. Entre o inferno ou o céu, certamente acharia que eu sairia correndo para os braços de um belo anjo brilhoso que me levaria para um "lugar melhor", estou certa?

Sem chance! Eu me atiraria no inferno, sem nem pestanejar. Pode parecer ideia de uma suicida. Deve estar pensando, essa garota é louca! Não, eu não sou suicida, ao menos eu acho. Eu apenas vou lhes contar a minha história.

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Lá estava eu novamente, em um avião sobrevoando o Colorado. Estava indo para casa da minha irmã mais velha, Sofia. Como sempre ela era quem eu buscava ajuda em horas assim. Depois de um longo tempo explicando para a aeromoça que eu estava sozinha e que eu não queria nada para comer ela simplesmente desistiu de me alimentar, não era hora para isso. Agora era hora de pegar as minhas malas e ir para a casa da minha irmã, só isso.

Depois de mais uma hora naquele tedioso avião eu já estava pensando em me jogar, até mesmo sem paraquedas já estava bom pra mim, afinal, quando o tempo resolveu parar? Eu queria chegar lá o mais rápido o possível, mesmo odiando aquela cidade.

"Estaremos pousando em Aspen, Colorado em poucos minutos" — Nunca fiquei tão feliz em ouvir a voz do piloto, por fim anunciar que estaria naquela cidade chata e tediosa.

Aspen era uma cidade no Colorado, era onde minha irmã havia conseguido se casar e ter a vida tediosa de casada, por dois anos, então como a maioria dos casamentos eles se divorciaram. Ela ficou com a casa em Aspen e ele com apartamento em Londres, ou seja, ele se deu bem. Ao menos uma alma conseguiu sair da cidade. Eu já havia ido para Aspen quando pequena, era irritante passar um verão aqui com os meus pais, imagine sozinha.

Essa cidade não passa de um ponto no mapa onde as pessoas vem para envelhecerem com filhos e ter "seu final feliz". Para mim eram as pessoas que já não tinham mais nada para viver morarem aqui, pena que minha mana foi arrastada para cá e aqui se firmado. A única cosa que bom nessa cidade era a biblioteca pública, o resto era um completo tédio.

— Kaki! — E lá estava ela, minha cópia. Sorri, mesmo que um pouco forçado, estava feliz por ver minha irmã, claro. Mas as circunstâncias não me eram muito boas.

— Sofi, estava com saudades — Me agarro a ela com um abraço de coala. Quase caímos na frente de algumas pessoas no aeroporto, não ligo, afinal o que eles têm haver com a vida minha? Nada.

O cheiro dela ainda era como eu lembrava, as Hortênsias que tinham em seu lindo jardim da frente. Sorri, me lembrava também de sua varanda, ela dava vista para as montanhas que rodeavam a cidade.

— Eu também maninha. Quando papa me ligou me dizendo que estava vindo eu não entendi o porquê — Ela me ajudou a pôr as malas em seu carro enquanto falava, suspirei, de repente o motivo pela qual eu estava aqui me fez lembrar do quão triste eu estava. Sofia percebeu minha expressão.

— Papa e a mama brigaram novamente, fui mandada para cá, para que eu não os veja discutindo. Na verdade, eu "fugi" do conflito... — Era sempre isso que eu fazia, isso me tornava fraca, mas na vida foi a minha única forma de defesa. — Eu vim passar alguns meses com você, se importa?

Entramos no carro. Ela era apenas quatro anos mais velha que eu. Sendo que ela tinha vinte e um anos e eu dezessete.

— Você sabe que nunca incomodaria, Kaki. Eu me sinto só de vez em quando, seria bom ter a sua companhia aqui. — Sorri atrás do volante.

Era bom saber que aqui eu talvez tivesse um pouco de paz, o outono dava os seus últimos sinais de vida. Depois de algum tempo eu tinha certeza que o inverno cairia, as estradas ficariam interditadas e o frio seria cortante. Eu não gosto muito do frio. Ele me deixa deprimida, mais do que o normal. Então ele não me faz tão bem assim.

Depois de uns quinze minutos de carro em uma cidade quase vazia chegamos, a casa da minha irmã era uma casa muito fofa, ela azul clarinho de dois andares e varanda. O jardim da frente estava lá as flores tão conhecidas de todas as cores possível vermelhas, azuis, brancas e lilás. Eram lindas, sorri. Aquele lugar me lembrava de momentos felizes da minha vida.

Ao me levar para dentro da casa Sofi me mostrou o meu quarto, era um dos dois quartos de hospedes da casa, o principal era dela, claro. Meu quarto havia sido arrumado para mim, ela me conhecia tão bem. Em cima da cama estava meu cordão de flores de uma festa que fizemos a anos atrás em seu quintal, era apenas família, mas foi muito divertido. Não pude deixar de me lembrar o motivo pela qual ele estava ali, na minha opinião ele me lembrava de casa, e os papeis de parede floridos me lembravam meu quarto na casa dos meus pais. E no canto do quarto tinha uma pilha de livros nos quais eu tinha deixado aqui da última vez que passei o verão na cidade. Fazia muito tempo.

Por mais feliz que estava em ver minha irmã e estar longe dos conflitos entre minha família, eu não achava que a cidade me proporcionaria uma agitação a qual estava acostumada, afinal, minha família morava em Miami. Por mais que não curtisse sair em festas com meus poucos amigos, eu gostava da agitação de pessoas indo para lá e para cá com trabalhos e afazeres diários de cidade grande. Não ficava alucinada em ver velhinhas sentadas na varanda fofocando sobre a última vez que o casal da casa ao lado tinha saído para um jantar no píer.

— Jantar! — Ouvi minha irmã gritar no primeiro andar da casa. Por mais que não quisesse comer, Sofi era uma pessoa determinada, era capaz de me arrastar para a mesa e me dar da boca. Não seria legal.

— Já vou! — O cheiro estava bom, na parte da escada da casa pude constatar que ela havia feito sopa. Uma careta se formou em meu rosto, eu não era uma pessoa muito saudável, curtia mais assistir filmes e comer hamburguês em lanchonetes.

— Nem me venha com essa cara, você vai comer e pronto. Mama me disse que não tem se alimentado direito, Karla. Aqui você vai comer! — Pôs um prato fundo e fulminante a minha frente, era sopa de carne. Bufei ao ouvir o meu primeiro nome. Olhei novamente para a sopa em outros momentos seria a minha favorita, mas agora, não mais.

— Coma! — Ordenou, revirei os olhos e bufei. Depois de alguns minutos Sofi já tinha acabado sua sopa e me encarava. Em colheradas lentas eu finalmente acabei o caldo e a ajudei com a louça. — Você vai para escola amanhã, já resolvi tudo com a diretora

— Deixe-me adivinhar, você será a minha responsável aqui? — A encarei, ela confirmou com a cabeça, suspirei. Devo ter feito algo de muito ruim em outra vida para merecer morar em Aspen e com a minha irmã mandona. Mas o jeito era aceitar a minha condição agora. 


Angel (1 temp)Onde histórias criam vida. Descubra agora