The smile

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Hello queridos, capítulo de novo aqui. <3 Espero que gostem



O professor de história era um homem baixinho, tinha óculos fundo de garrafa e parecia querer me matar com a alergia a pó, já que ele usava a lousa com giz e batia no apagador. Isso estava me matando.

—... e segundo a história esse espiro continua vagando em Aspen... — Ele falava algo sobre uma antiga lenda local. Coisa de caipira. — Senhorita...? — Ele me olhou. Parecia ter lido meus pensamentos.

— Cabello... — Excitei.

— Senhorita Cabello, poderia me dizer quem é o espirito que ainda vaga por Aspen? — Neguei com a cabeça. Não havia prestado um segundo na aula dele. E finalmente o tão amado sinal tocou. Fim da aula.

Depois das aulas entediantes na escola, eu ainda tive que esperar pelo tempo atrasado da Dinah. Ela disse que o professor tinha dormido na sala dos professores e se atrasou.

— Minha casa fica na metade do caminho para a sua, tem certeza que não vai se perder? — Perguntou destravando a porta da sua casa. Era claro que eu não lembrava a direção para minha casa, mas eu acho que com essa cidade não poderia me perder ou ir tão longe.

— Eu sei achar o meu caminho, DJ. Eu mando uma mensagem quando chegar em casa, ok?

O fato de estar esfriando e ser quase noite não ajudava, mas mantive minha pose de pessoa bem localizada, não poderia dar mancada no meu primeiro dia de residência aqui.

— Claro, eu vou ficar esperando. E não se esqueça que Brittany fará uma festa de recomeço de aula, será esse final de semana. — Comemorou. Eu tinha que espantar a vontade de revirar os olhos.

Eu não era o tipo de pessoa que gostava de festas ou sair para uma balada. Eu gostava de ficar em casa, na minha cama. Se possível assistir um filme. Mais eu tinha de ir a essa festa segundo Dinah, já que se eu quisesse ter uma boa convivência com as pessoas daqui eu teria de 'socializar'.

Depois de rejeitar o seu pedido para entrar, me retirei e comecei a olhar de um lado para o outro. Só precisava me lembrar de onde o carro tinha vindo. Caminhei um pouco pelas calçadas da cidade e encontrei o que parecia ser uma loja de conveniências.

O local era como a cidade inteira, entediante. Uma moça morena e com o olhar compenetrado, estava no balcão. Ela limpava as prateleiras que na minha opinião estavam um brinco. O som da porta com o sininho denunciou minha presença.

— Posso ajudar? — Perguntou calmamente. Meu olhar vagou pelo seu crachá. Normani.

— Sim, eu me perdi por aqui. Sou nova na cidade, vocês têm sei lá... um mapa — Nem eu ao certo sabia o que estava fazendo ali. Talvez a curiosidade tenha me atingido. Ou a fome também, olhando ao redor poderia ver os meus tão sonhados pacotes de batata frita e chocolates.

— Vou checar se há algo no estoque, com licença — E sumiu por entre a porta de trás da loja.

O sininho tocou novamente, dessa vez um homem grande e forte entrou. Ele trajava roupas pesadas e grossas, mesmo não estão tão frio assim. O que me causou um arrepio e formigamento na parte de trás do corpo, fora o seu olhar, frio e pesado.

— Eu acho que o mapa está em boas... — Ela deixou sua fala morrer ao olhar na direção a qual eu estava presa — Estamos fechados — Falou da forma mais indiferente que conseguia ao homem. Ele apenas riu com ironia e olhou para mim.

— Então o que essa linda jovem faz aqui? — Seu tom era em um timbre muito obscuro e frio. Cheguei a cogitar a ideia de ir sem o mapa ou apenas correr o mais rápido que conseguia. Era perceptível o clima que estava se formando ali. Porém, o meu lado sem total consciência da minha segurança me mantinha ali.

— Não atendemos gente do seu tipo — Cuspiu as palavras e ele apenas riu.

— Diga a Barbara que ainda irá se ver comigo, bruxinha — Ameaçou saindo pisando firme. Eu olhei para a atendente que apenas revirou os olhos. Era como se fosse normal o homem assim a ameaçá-la.

— Não irá fazer nada a respeito? — Indaguei me recuperando do susto de segundos atrás. Ela apenas negou com a cabeça. Pareceu despertar de algo e olhou para o mapa nas suas mãos.

— Aqui, acha que consegue se guiar por isso? — Perguntou olhando para o pedaço de papel velho. Dei de ombros. Essa cidade era um quadrado, nada de mais acontecia nela. — Tente não ficar muito tempo longe de casa, Camila

Saindo da loja eu virei para perguntar como ela sabia o meu nome. Não me lembrava de ter comentando nada. Só que ela já tinha desaparecido. O mesmo arrepio subindo pela minha nuca, apenas o ignorei. Ela provavelmente deveria estar nos fundos novamente.

Caminhando até aparte de trás da loja e finalmente achei a rua que tanto procurava, me lembrava dela e segundo o mapa iria me levar para casa. Entretanto eu senti que estava sendo seguida. Isso fez com que meus sentidos inteiros despertassem. Olhei para trás "disfarçadamente". O homem da loja agora estava atrás de mim!

Eu pensei em correr, mas sabia que em todos os filmes de perseguição e terror o monstro acaba querendo que você corra, caia e depois ele te pega. Respirando fundo, tinha que despista-lo de algum jeito. Tentei seguir por uma rua que nem importei em olhar para onde estava indo. Grande erro. Acabo em uma rua ainda mais deserta.

— É melhor não correr gatinha — Falou chegando a centímetros de mim. Meu corpo interior gelou. Estava pronta para o que viesse, meu pai não havia me matriculado em autodefesa atoa, mas em comparação do meu peso para o dele eu estava ferrada. Seria um mosquito tentando matar uma baleia.

— Fique longe! — Mandei, mas minha voz falhou no meio da frase. Eu deveria estar parecendo um urso de pelúcia bravo. Ele riu presunçoso.

— Não ouviu a moça! — Uma voz rouca feminina se fez presente. O homem fora jogado contra a parede.

— Sua filha da... — A frase morreu ao focar os olhos na mulher de cabelos morenos. — Deu a minha hora — E correu para o outro lado. Quando estava bem longe da nossa visão ela finalmente olhou para mim.

Foi como estar diante de algo superior. Ela tinha os cabelos um pouco grudados no rosto, seu olhar cortante nas orbes em tom verde, quase cinza. A pele mais clara que o normal. Tive de respirar algumas vezes por medo da minha voz falhar novamente.

— Você está bem? — Perguntou com a voz que estaria gravada para o resto da minha eternidade.

— Eu vou ficar — Murmurei tentando me recompor. Ela me olhou firme e ajudou a sair dali. Naquele momento me perguntei como seria ter um sorriso naqueles lábios. No meu intimo desejei ouvir sua voz novamente — Que educação a minha, você salvou a minha vida e não me apresentei — Falei rapidamente, deveria prontificar minha salvadora — Eu sou Camila Cabello, você é....?

Com um sorriso nos lindos lábios carnudos proferiu o nome que me com certeza me levaria ao inferno.

— Lauren, Lauren Jauregui.    

Obrigada por lerem!

Angel (1 temp)Onde histórias criam vida. Descubra agora