Foram inúmeras vezes que eu errei, eu sei. Eu sei que magoei muitos por aí, que feri outros se importaram, muitos ficaram ofendidos e alguns nem ligaram. Tudo que eu deixei pela metade, tudo que nunca concluí, que talvez, poderia, de certa forma, tornar-se algo grande hoje, foi um erro.
Foram inúmeras vezes que eu tentei, você sabe. Foram inúmeras tentativas fracassadas. Tantas vezes que pensei em desistir. Mas... desistir naquela altura?
Logo depois disso, mais erros. Um deles foi nem tentar de outro jeito mais uma vez — o que acabei fazendo mais tarde, pelo menos. Porém este fora tarde — mais um erro. Pensar muito no futuro e esquecer do presente foi um erro. Deixar tudo para a última vez foi um grande erro. Mas eu jurei que tentei o suficiente — o que posso dizer disto?
Eu nunca soube, de verdade, se poderia acertar algum dia. Talvez. Existiam muitas possibilidades. O mundo nunca é pequeno para uma pessoa como eu. Uma música torna-se poesia ao escrever-se tua letra em cadernos velhos, maltratados com a crueldade do tempo. Versos simples tornam-se lição de moral quando não há mais de onde extrair sabedoria. Tudo contado no compasso do simples erro de pensar que, nunca conseguiria, ou, erraria mais uma vez.
Foram inúmeras vezes que eu errei, nós sabemos. Como na vez em que deixei de a encontrar em frente ao mar — mal sabia eu, que nunca mais a veria. Eram somente quinze dias. Destruídos pelos meus erros. Ao lamentar-me, não tinha olhos para os outros que precisavam mais do que eu. Meus erros estariam invisíveis? Ou tão persistentes ao ponto de cegar-me em horas difíceis?
O tempo é cruel, eu sei. Não aproveitá-lo também foi um terrível erro.
Foram inúmeras vezes que eu errei, todos sabem. Deixar com que isso se espalha-se tão rápido também foi um erro. Ignorar a opinião de todos e focar somente em mim durante grande período de tempo também foi um erro.
Foram inúmeras vezes que errei. Mas de mil tentativas, um erro corrigido, e um acerto que tornou-se errado, em milésimos de segundos, criou-se um acerto. Não era imaginário, fictício. Mas era muito maior que os novecentos e noventa e nove erros, incorrigidos.