Foi como fazer um mergulho em alto mar. Eu estava curioso, mas tinha muito medo do que poderia encontrar. Precisava ter cuidado. Mas deveria aproveitar o momento. Ter auto-conhecimento é muito importante — porém eu era meu próprio desconhecido, inabitado, nunca frequentado ou amado. Esperava ter todas as explicações, fazer uma viagem em meu subconsciente, saber de tudo sobre mim dali para frente. Mergulhar fundo em meus pensamentos, e descobrir coisa novas, porém divertidas. Mas não. Consegui muito pouco — parecia até uma repetição. Era maçante.
O resultado? Descobri o que já sabia.
Sem sucesso, vi em meu reflexo, na água, um fracasso.
Não tinha conseguido o que queria. Eu não poderia ser somente aquilo que aparentava ser, ou o que os outros achavam quem eu era. Eu deveria pelo menos saber, quem sou. Já seria o suficiente. Queria desvendar meu subconsciente. Queria desvendar cada pequena individualidade. Mas já era inútil tentar naquele ponto.
Eu mal sabia, que aos poucos iria descobrir — e não deveria forçar a saber tudo de uma vez. Essa era a graça. O mistério de se descobrir com o tempo. Aventurar-se em lugares novos, ter experiências novas, visões e opiniões novas. Foi engraçado como eu não percebi isso de primeira — fui bobo em olhar somente para o reflexo pensando que iria descobrir alguma coisa.
Desde que percebi, tive a certeza de que, com o tempo, eu saberia mais sobre mim, do que eu mesmo sabia, inconscientemente.
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