Born To Die

I Hate You, I Love You

...

Murphy respirava rapidamente, ele sentia a falta de oxigênio em seu cérebro, seu coração estava tão acelerado que ele realmente achou que não iria sair dali vivo, Lexa estava sobre ele ao chão, nenhum dos dois se mexiam, enquanto balas continuavam a entrar no apartamento, Murphy tentou levantar, porém Lexa o impediu, os tiros haviam parado, mas a mulher não confiava levantar agora. Os dois trocaram olhares e Lexa pôde ver o pavor nos olhos do amigo, Murphy suava em nervosismo e foi quando Lexa caiu para o lado, saindo de cima do jornalista, ela rastejou até o cômodo mais próximo da sala, e Murphy a acompanhou, quando os dois estraram totalmente no quarto, Lexa levantou e ajudou o amigo, Murphy sentou-se na cama e tentou acalmar sua respiração, ele parecia ter esquecido como se respirava propriamente, Lexa sentou ao lado dele e sua mão foi ao ombro do amigo.

- Está tudo bem Johnny, você está bem – assegurou. Murphy parecia não ouvir nada, ele fechou os olhos e se concentrou em sua respiração, ele sentia o suor escorrer em sua testa, ele não lembrava qual a ultima vez que esteve em uma situação daquela de fogo cruzado – Você não pode mais ficar aqui – ao ouvir isso Murphy olhou rapidamente para a amiga –

- Eu achei que você tinha deixado Anya para morrer ali – aquelas palavras saíram de forma agressiva, como se Lexa não tivesse feito seu trabalho. –

- E eu a deixei. Anya não pode ter sobrevivido àquela explosão Johnny, não tem como – Lexa levantou – Ela tinha uma bomba presa à ela, você mesmo viu como eu consegui me livrar daquilo, a mão de Anya veio junto com a algema no meu braço – foi então que Murphy lembrou daquele dia, em como ele já sem esperança viu quando Lexa apareceu em meio ao fogo, com a mão de Anya presa à algema junto com a sua – Ela não teve tempo de sobreviver, é impossível ela ter conseguido isso – Lexa estava certa de suas palavras, não tinha como Anya ter escapado –

- Então como me explica essas ligações de Anya e agora esse atentado contra minha vida? –

- Se Anya estivesse por trás disso, Clarke seria seu primeiro alvo, e até agora Clarke não sofreu um arranhão – ao pensar em Clarke, Lexa sentiu um frio percorrer seu corpo, se perguntando se a namorada estava segura naquele apartamento –

- O que me faz imaginar que Clarke realmente está por trás disso – Murphy viu a fúria de Lexa começar naqueles olhos verdes, ele já não se importava se Lexa iria lhe agredir ou não, ele não podia simplesmente descartar aquela possibilidade – Clarke é o seu único ponto fraco, qualquer pessoa que quiser acabar com você tiraria Clarke de imediato, foi o que Anya tentou fazer ano passado, até agora Clarke não sofreu um arranhão e você quer que eu não desconfie dela? –

Lexa se aproximou do amigo, ela não iria agredi-lo ou algo assim, porém Murphy sentiu um leve desconforto ao ser observado com aquela tamanha intensidade, Lexa fazia isso com maestria, causava arrepios em seja lá quem for.

- Não faz isso – pediu –

- O quê? –

- Não me faz escolher entre você e Clarke, porque você sabe que eu não hesitaria em escolher – Murphy não estava surpreso ou chateado ao ouvir aquilo, ele sabia que ninguém poderia competir com Clarke, Lexa sempre a escolheria – Clarke não está metida nisso –

- Mas e se estiver Lexa? Só me diz o que faria se você soubesse, se presenciasse que Clarke é a traidora, o que você faria? – perguntou curioso. Ele viu o que mais parecia medo na feição de Lexa, e foi quando ele teve a certeza de que se isso fosse realmente verdade, Lexa nunca voltaria a ser o que era –

- O que você acha que eu faria, Johnny? – respondeu sem tirar seus olhos do amigo. O jornalista entendeu o que Lexa quis dizer, e resolveu terminar o assunto ali – Agora vamos, você tem que sair daqui –