Choices

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A chuva caia incansavelmente, os trovões não a assustavam, os pingos gelados encharcavam sua roupa e molhavam o seu corpo, o vento nunca esteve tão frio e nunca foi tão doloroso como naquele momento. Os joelhos de Lexa se renderam e ela se abaixou, não dava para saber se o rosto molhado da mulher tinha algum resíduo de lágrimas ou era apenas a chuva, por mais frio que aquele momento parecesse, ela sentia um calor emanar dentro de si, um calor que a deixava resistir a tudo aquilo. Lexa respirou fundo e olhou para o corpo molhado e ensanguentado ao chão.

HORAS ANTES

Murphy correu subindo as escadas e acabou caindo no degrau, ele suava frio e seu coração estava tão acelerado que ele pensou que passaria mal, foi então que ele viu quem era o dono do barulho nas escadas, um homem de meia idade sorriu para o jornalista e ofereceu sua mão para ajudar o garoto.

- Está tudo bem, meu filho? – perguntou o homem ajudando Murphy a levantar, o jornalista sentiu um alivio e se perguntou se sempre seria assim, cada barulho estranho ele pensaria que seria sua hora de morrer –

- Sim, só tropecei nessa escada – explicou pegando sua mala e olhando para o homem mais velho diante de si –

- Essa velharia vai acabar causando um acidente maior, sinceramente não sei como esse prédio ainda não foi demolido – disse com um sorriso, Murphy sorriu para ser simpático – É novo no prédio? Tenho que dizer que foi uma péssima escolha, isso aqui é o pior lugar para se morar –

- Não é como se eu tivesse outra opção – respondeu dando de ombros – A propósito, estou procurando por Luna, você a conhece? – o homem fechou o sorriso e Murphy guardou aquela expressão do homem –

- Você me parece um bom rapaz, então vou lhe dar um conselho, se puder fique o mais longe possível de Luna – sussurrou e Murphy continuou atento ao homem – Aquele demônio não poderia ter escolhido número melhor para morar – explicou apontando para o apartamento do número 666. Murphy olhou para a porta e ela se abriu causando um leve susto no jornalista –

- Chefinho! – acenou Luna com um sorriso gigante – Já vi que conheceu Howie, eu sinto muito por isso – Luna andou até o corredor e pegou o braço de Murphy – Ele é uma cobra, não dê ouvidos a ele – sussurrou apenas para Murphy ouvir. Luna olhou para Howie e deu um sorriso, o que o fez imediatamente entrar em seu apartamento –

- Parece que ele não é muito seu fã – comentou –

- Ele é um rabugento que se estressa toda vez que eu recebo visitas na minha casa, o sonho dele é me ver longe daqui, mas com o salário que eu ganho no jornal isso não vai acontecer tão cedo – explicou enquanto andava com Murphy preso em seu braço, o jornalista olhou para trás e viu que já não havia mais ninguém ali –

- Luna, espera – pediu parando seus passos antes de entrar no apartamento – Acho melhor eu escolher outro lugar para ficar – Luna tinha expressão indecifrável, porém logo depois um sorriso se formou em seu rosto –

- Não mesmo – insistiu e empurrou Murphy para dentro de seu apartamento – Algo me diz que isso vai ser interessante – Luna fechou a porta atrás de si e Murphy teve certeza de que aquilo não seria uma boa ideia –

...

Octavia imediatamente levantou da cadeira quando sua porta foi aberta sem sua permissão, Echo marchou até a mulher, seus olhos mostravam fúria e por mais que tentasse não demostrar, Octavia estava temorosa com aquele confronto.

- O que fez com Atom?! Com os outros?! – perguntou nunca deixando o olhar de Echo. A detetive se aproximou ainda mais, porém a mesa de vidro de Octavia separava as duas –

Born To DieOnde histórias criam vida. Descubra agora