Se Eu Soubesse

Capítulo 56

______Lorenzo_____

Até agora ainda não fui levado a tribunal, a Muna estava em coma e isso atrasou bastante o processo, pedi tanto pra ela morrer mas para o meu azar ela acordou.

Caso contrário seria apenas condenado pelos crimes de rapto e tentativa de homicídio, com seus testemunhos outros crimes pesados cairão sobre mim.

Por ter pago uma avultada soma em dinheiro na fiança, esperava o dia do julgamento em casa com polícias.

A boa vida terminou quando recebi a notícia de que finalmente irei ser sentenciado, Muna já está com a cabeça doida ultrapassada e lembrava-se de tudo que ocorreu enquanto a mantive em cativeiro.

[...]

Sai de casa para a judicatura no meio de um forte aparato policial, parecia uma cena de filme com o criminoso mais perigoso do mundo a ser escoltado.

Eles acharam que seria burro em tentar escapar hoje! Nem sabem quando e onde planejei a minha fuga.

A mesa do Júri estava composta por um juiz e sete jurados que compõem o Conselho de sentença, após o juramento feito pelos integrantes do conselho de segurança.

Deu-se início a sessão onde a presença das testemunhas era indispensável, primeiro foi a de acusação, nesse caso a Muna.

_______Muna_____

Depois de jurar dizer somente a verdade perante à todos presentes, foi me concedida o tempo pra pronunciar-se sobre os factos.

No dia da festa de formatura de alguns colegas da faculdade, me dirigi ao banheiro onde minutos depois senti a presença de alguém por trás. Colocou-me um lenço na cavidade nasal, desmaiando na hora sem ao menos identificar quem era.

Acordei deitada em uma cama num quarto cheio de fotografias minhas sem roupa coladas na parede, foi horrível (choros). Pra piorar tinha um monitor onde via todos os cantos do meu apartamento, inclusive meu quarto e o banheiro.

Até aí não sabia que era ele o autor do meu cárcere, algum tempo depois tentou abusar de mim chegando me deixar apenas de roupa interior mas não avançou devido uma chamada que o fez parar (choros).

Era a segunda vez em tão pouco espaço de tempo, sendo abusada.

Depois daquele dia já não me sentia a mesma, estava com tanto medo que ele voltasse a tentar. Fiquei totalmente traumatizada (choros), certo dia a porta abriu-se e para a minha alegria era o Kuntuala, o homem que me livrou daquela jaula.

Infelizmente ele foi morto pelos homens do Lorenzo (choros, choros)...

— Beba um pouco de água com limão pra te acalmares... disse a segurança do meu lado

O que mais me entristece nisso tudo é o motivo dele ter me raptado, fazer isso tudo e matar alguém por causa de querer dormir comigo...

(Choros e mais choros)

______Perguntas e Respostas_____

— Ministério Público... Essas lembranças foram-lhe contadas ou tens certeza que recuperaste totalmente a consciência?

— O meu psicólogo está aqui presente, ele e mais outros indicados pelo tribunal confirmam minha total recuperação

— Advogado de defesa... Em que circunstância a senhora identificou o rosto do meu cliente?

— Antes de vê-lo o Kuntuala disse-me, confirmei no momento em que ele deixou-me em uma zona segura pra continuar sendo perseguido.

Quando o carro que estava segui-lo passou, sai afim de procurar ajuda porém o Lorenzo apareceu em outro carro me aprisionando novamente

— Juiz... É verídico todos os factos ditos pela Muna? Sr. Lorenzo

— Sim é, tudo aconteceu do jeito que ela contou

— Promotor de justiça... Como o senhor considera-se perante todas as acusações?

— Culpado porém não me arrependo de nada, se desse faria tudo de novo e a abusaria

Uma enorme confusão instalou-se no tribunal após essas declarações, algo que só sossegou depois da intervenção do juiz.