CAPÍTULO 3

19 3 0
                                    

__...daí ele falou que não consegue ficar longe. __ Sarah contava, indignada. __ Dá pra acreditar nisso?

__ Claro que dá! __ Benjamin se pronunciou. __ Poxa, é claro que ele vai amar vídeo game, ele tem um canal de games no YouTube, onde ele fala sobre isso e joga quase todos os jogos lançamentos.

__ Mas trocar ela por isso não é uma coisa muito legal. __ Eu disse.

__ Exatamente! É um horror, eu sou tão legal, o que o vídeo game tem que eu não tenho?

__ Diversão. __ Benjamin voltou a dizer. __ Vídeo game é uma maravilhosa distração e eu entendo ele.

__ Você só diz isso porque é gay. __ Sarah riu. __ Homem nenhum trocaria mulher por vídeo game.

__ Se você repetir isso eu vou até você e mostro quem é gay. __ Ele a fitou com os olhos e ela mandou sua língua para ele.

__ Ah, Ben! __ Ela disse. __ Você é tão fofinho. Vai assustar a minha amiga, lembre-se de que ela não te conhece tanto quanto eu.

__ Ninguém vai conseguir me assustar mais do que você, Sarah! __ Eu respondi e Benjamin riu gostoso, me cumprimentando.

__ Exatamente! __ Ele disse. __ Deve ser por isso que o menino prefere vídeo game a você. Sarah, você é muito assustadora.

__ Aí, vocês são meus amigos ou não? __ Ela choramingou. __ Se são, não está parecendo! Amigos ajudam aos outros.

__ E também dizem sempre a verdade. __ Eu disse. __ Mas relaxa, ele não disse que prefere o vídeo game, só disse que não consegue ficar longe dele, quando você mandou ele escolher. __ Eu pensei bem no que eu disse e voltei a dizer. __ É, ele preferiu o vídeo game.

Benjamin caiu no chão de tanto rir e Sarah estava com a cara fechada, olhando o menino jogado no chão. 

__ Isso não tem graça nenhuma! __ Ela bufou e foi a minha vez de rir um pouco.

__ Desculpe, Sarah! __ Eu disse, ainda anestesiada das risadas. __ Eu preciso conversar com esse garoto! Ele merece um óscar.

__ Ele merece uns tapas, isso sim! __ Ela chegou para mais perto de mim. __ Ah, Manu! O beijo dele é tão bom, ele é tão maravilhoso que se você pegar, nem acredita que está pegando de tão maravilhoso que ele é. Parece até que caiu do céu. __ Ela remexeu a cabeça, afastando os pensamentos. __ Mas me trocou por vídeo game.

__ Pega, mas não se apega, Sarinha. __ Benjamin deu tapinhas em suas costas e sorriu. __ Eu estou com sede, eu posso ir até a cozinha?

__ Pode sim, vai lá. __ Eu disse. __ Só tome cuidado para não morrer no caminho. __ Ele riu e se levantou.

__ Ah, eu não sei onde fica. Você pode me levar? __ Eu me levantei também.

__ Sarah, eu já volto. __ Peguei a mão do menino e o guiei até a cozinha.

__ Pronto, agora já pode beber água ou o que quiser daí. __ Apontei para a geladeira.

Ele agora me observou atentamente, até que parou em um ponto específico nos meus seios e arregalou os olhos.

Me senti constrangida e lembrei de Edward, ele fazia isso e eu odeio lembrar dele sempre que algo tem haver com assédio.

__ Você andou se divertindo bastante, hein. __ Ele sorriu e apontou para os meus.  seios.
Segui seu dedo e reparei em uma mancha avermelhada que estava avista com a regata que eu usava.

__ Por que está me analisando? __ Perguntei, na defensiva.
Me afastei aos poucos e tentei subir as escadas, já muito nervosa.

Fui impedida pelas mãos de Benjamin em meu braço, soltei um suspiro pesado e o olhei assustada. 

O que ele iria fazer? Por que está me segurando? Eu não posso passar por coisas assim novamente, não posso, não por mais uma pessoa, eu não aguentaria.

__ Me solta! __ Eu gritei, puxando o meu braço de volta e assustei o menino. 

__ Calma, o que foi? __ Ele perguntou. __ Está tudo bem, Manuela. Eu não vou fazer nada com você e também não estava reparando nos seus seios, a mancha chamou a minha atenção, foi só uma brincadeira, fica tranquila.

__ Ah, desculpa, eu não que...queria te tratar assim, é que eu não posso... __ Fui interrompida por ele, que me abraçou.

__ Tudo bem, você deve ter os seus motivos, eu estou de boa com isso. __ Ele me apertou mais. __ Só não fique achando que eu sou algum tarado que olha os seios das pessoas, minha intenção não foi essa.

__ Tudo bem, vamos esquecer isso, por favor? __ Eu pedi, me afastando dele.

Ainda me sentia desconfortável com toques vindos de qualquer pessoa.

__ Esquecer de quê? Nada aconteceu! __ Ele sorriu e abriu a geladeira, cantarolando.

__ Eu vou subir, você já descobriu o caminho. __ Disse, mas antes de ele conseguir responder, eu corri escada a cima.

Estou me sentindo uma idiota, como que eu achei que ele fosse fazer alguma coisa comigo? Nem todas as pessoas são como Edward, mas é difícil para mim aceitar amizades e toques e olhares e qualquer outra coisa.

Fui até o banheiro e respirei fundo, lavando o meu rosto e reparando na mancha e também, no motivo dela.

       ×××

__ Eu quero ouviu você gemer para mim, gostosa. __ Edward deu um tapa em minha nádega, enquanto eu me posicionava em seu colo, quicando como uma condenada, por ordens dele.

__ Geme para mim, cachorra! __ Ele gritou e estapeou a minha cara, fazendo eu gemer alto contra a minha vontade. __ Isso, assim. __ Ele então chupou os meus seios com toda a vontade do mundo, mordendo os bicos.

E esse, foi o motivo de eu estar com aquela marca.

  ×××

As lágrimas já caiam desesperadamente de meus olhos, eu estava no cantinho do banheiro chorando baixinho para não chamar a atenção de ninguém. 

Eu odeio lembrar de tudo, odeio ver os vestígios, odeio me sentir suja.

Esfreguei com força as minhas mãos pelo meu corpo, deixando marcas muito vermelhas.

Precisi me limpar, preciso tirar essa dor de mim, preciso tirar essas coisas da minha cabeça. 

Eu chorei um pouco mais e tirei as roupas, liguei a banheira e me enfiei dentro dela, ainda arranhando a minha pele para me ver limpa dos vestígios. 

Passei a esponja pelo meu corpo com toda a força do mundo, pois ainda estava pensando e esses pensamentos são culpa dos vestígios que eu deixei.

A culpa é minha, eu não deveria ter me vestido de forma que agradasse a ele, eu não deveria ter aceitado morar com a minha mãe, não deveria ter sido simpática.

A culpa é somente minha por despertar desejos naquele homem.

Eu não devia, é uma coisa clara para todos.

Eu sou a culpada do meu próprio sofrimento.

O Diário de Manuela.Onde histórias criam vida. Descubra agora