{12} Bonfire

30 6 49
                                    

{Sophia - sexta-feira}

Finalmente o dia mais esperado de qualquer semana - sexta-feira. É este o dia que fecha a nossa semana de trabalho e esforço e que traz consigo o fim de semana. Felizmente, este seria dos mais calmos tendo em conta que para a semana só teríamos um teste.

Deixamo-nos arrastar pelas vozes aborrecidas dos professores que passam a matéria de uma forma nada interessante. Eram só mais 80min e poderia ir descansar ou aproveitar o tempo de uma forma que eu goste e aprecie.

O toque da campainha faz-se ressoar pelo espaço e arrumo tudo rapidamente. Quanto mais depressa sair deste inferno melhor. Sorrio para os meus amigos que se riem da minha pressa.

- Querem ir almoçar fora? - questiona Bea e todos concordam.

- Assim podemos ir surfar a seguir - digo ansiosa por voltar a sentir a frescura do mar contra o meu corpo, a sua imensidão a acolher-me a cada vez que entro disparada pelo mesmo.

- De acordo, já tenho saudades! - confessa Josh e rimo-nos do seu tom de voz, mas concordando.

Acabamos por ir comer a uma esplanada de um café moderno que se encontra a caminho de nossas casas. A decoração em tons neutros cativa qualquer um e a comida compensa qualquer coisa que possa falhar. Os preços, contudo, são simpáticos o que, obviamente, nos agrada e nos atrai. Afinal de contas somos apenas jovens que, aos poucos, viram adultos e que ainda não têm um meio de sustento.

- Já pagaram todos? - pergunto mal chego ao pé deles depois de ter ido à casa de banho. Eles anuem e começamos o nosso caminho, no meio das habituais gargalhadas, histórias, comentários e com o sol a banhar-nos.

- Estou cheio de calor - diz Sam com uma vontade gigante de chegar ao destino. Todavia, já conseguimos ver a minha casa, pelo que estamos pertinho da nossa casa de madeira na árvore onde temos todos os pertences envolvidos no surf.

Mal a alcançamos, deixamos as nossas mochilas e malas na divisão principal a um canto e vamos até ao local de arrumação. Neste momento só tínhamos aí as nossas roupas, pois como a oficina ainda não está construída, optámos por deixar lá as pranchas.

Pego num bikini, visto que está calor e que não sinto a necessidade de um fato, e vou acompanhada pela minha irmã para a parte envolvida pela cortina. Os rapazes vestem-se do outro lado. Não demoramos muito, cada um agarra a sua prancha e descemos os degraus miudinhos.

A minha irmã e o Sam ainda vão dar uns mergulhos antes, mas prefiro começar já o aquecimento. De olhos postos no mar, rodo e aqueço cada parte do meu corpo evitando assim qualquer lesão. O som das ondas acalma-me e traz-me uma energia positiva inigualável.

- Vou andando - digo para Josh que ainda faz alguns exercícios. Assente com a cabeça e, sentindo o seu olhar, entro no mar.

Deito-me na prancha, quando a profundidade assim o pede, e começo a remar. O esforço que faço nota-se devido a ter andado a surfar menos. Olho para trás e vejo que já estou a alguma distância da costa. Contudo, as ondas estão a formar-se muito atrás o que me faz remar mais uns metros. Estanco e sento-me no objeto, de frente para a linha do horizonte e fecho os olhos. Só assim consigo abstrair-me do meio envolvente e sentir a calma do mar, as ondas a passarem por baixo de mim fazendo o meu corpo oscilar. A adrenalina nas minhas veias.

Presto atenção a todos os indícios e com Josh já a remar para alto mar, apanho uma onda disfrutando da mesma de uma forma simples e calma para que consiga perceber o ponto das marés hoje e quão fortes ou fracas as correntes estão. Quando percebo que está tudo tranquilo, sorrio para mim própria, chamo os meus dois outros amigos e remamos juntos. Hoje conseguiria praticar a tarde toda tendo em conta o quão bom o mar está. Talvez chegasse a experimentar um movimento no qual tenho andado a pensar e preparar.

Twin Surfers || Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora