{24} A night to remember

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            {Sophia}

  O caminho não demorou, de facto, tempo quase nenhum, visto que em poucos minutos o carro de Ash estava estacionado e estávamos prontos a entrar no bar que havíamos escolhido. Na verdade, foi uma escolha meio que aleatória, pois só queremos ter um bom convívio e boa música para podermos dançar. Ah, e claro, também queremos boa bebida, mas acho que esse seria o menor dos nossos problemas, visto que qualquer um destes estabelecimentos tem isso em conta.

  O nome do bar encontra-se numa tábua de madeira escura por cima da entrada e brilhar com as suas luzes laranjas bem fortes. Agarramos nas nossas identificações e dirijimo-nos até aos dois seguranças que nos cedem a entrada. 

  - Que comece uma noite espetacular! - diz Beatrice e rio-me com o seu entusiasmo. Contudo, por dentro, estou tão ou mais entusiasmada que ela. Tenho a sensação, o pressentimento, que vai ser uma noite de coisas boas e de muita diversão e felicidade.

  - Vamos lá! - chama Ashton e começamos por nos encaminhar para uma mesa que acabara de ficar desocupada. Sentamo-nos e esperamos que a empregada venha anotar os nossos pedidos.

  - Boa noite! Então já escolheram? - pergunta num tom descontraído enquanto limpa a mesa.

  - Sim, são dois safaris, uma vodka cola, uma imperial e uma sangria se faz favor - diz Josh como porta voz do grupo. A minha escolha era a vodka cola, pois é exatamente o que me apetece. Tenho é de beber devagar para não começar já a atirar-me de cabeça.

  - Este bar é giro! É simples, mas aquela zona ali está muito gira - digo referindo-me a um grande pontão de madeira que se prologava a partir do jardim que se encontra nas traseiras do estabelecimento. Apesar de nos encontrarmos na cidade, estamos numa zona costeira, estando, por isso, os suportes do pontão banhados em água salgada. 

  - Sim, tens razão. E tem bom ambiente - acrescenta Sam, olhando de vez em quando em redor observando um pouco de tudo. Confesso que é algo que também faço diversas vezes.

  As nossas bebidas chegam e as conversas de amigos que trazem sempre palhaçada à mistura continuam num tom alegre. Todos usufruímos do tempo juntos, ignorando por completo os telemóveis e as redes sociais. É algo que gostamos de adotar entre nós para não nos deixarmos ser invadidos pelas vidas dos outros enquanto desperdiçamos a nossa.

  - Alguém quer ir dançar? - questiono e acabamos por nos levantar todos e fazemos uma roda, abanando os nossos corpos mais ou menos ao ritmo da música. Uns mais coordenados que outros, mas ninguém se importava muito com isso.

  As bebidas continuaram a chegar à mesa e iam sendo consumidas ao longo do tempo. Os risos tornaram-se mais fáceis de arrancar, o corpo mais leve e a cabeça ligeiramente mais leve. Todos juntos, sentíamo-nos um só!

  Levanto-me de repente e encaro mais tempo do que o suposto necessário o relógio de pulso que trago. Os habituais dois ponteiros agora parecem multiplicar-se e até fugirem aos meus olhos que tentam ao máximo focá-los. Finalmente percebo que já passa da uma da manhã e, sem saber, lanço uma breve gargalhada para o ar. O Ashton aproxima-se de mim com as faces vermelhas devido ao calor que se faz sentir dentro daquele local e de toda a dança e álcool, apesar de ele não ter consumido muito. 

  - Queres ir dar uma volta lá fora? - questiona-me e assinto agarrando a sua mão para não me perder até cruzarmos a saída para as traseiras. 

  O jardim encontra-se com várias pessoas. Umas fumam, outras imploram silenciosamente aos seus estômagos para se acalmarem, outras apenas convivem e falam. Por falta de espaço começamos a andar na direção do pontão e, ao repararmos que o banco a meio está ocupado por um casal, andamos mais um pouco até ao fim do mesmo, sentando-nos com as pernas pendentes. O risco de não estarmos completamente equilibrados e tão perto de cair, arrepia a minha espinha e lança uma considerável dose de adrenalina no meu sangue. 

  As lâmpadas com largos bulbos pendem acesas sobre nós criando um ambiente agradável. Contudo, não consigo estar muito tempo calada quando uma dose de álcool já me corre nas veias. Apesar de estar mais do que consciente, não me considero a 100%, pois sou muito mais impulsiva seguindo os meus instintos. 

  - Sabes o que é um amendoim num copo sem água? - fito o rapaz de olhos verdes que é acompanhado pelo seu belo sorriso. Ele já previa que se ia rir. Ao negar com a cabeça, digo - um fruto seco!

  Depois disto os próximos minutos foram totalmente preenchidos pelo som das nossas gargalhadas e tudo o que já consigo fazer é agarrar a barriga que se contorce e me dói de tanto riso.

  Seguiram-se muitas histórias engraçadas, muitas piadas, umas com piada, outras nem por isso, muitos momentos bons e divertidos que me fizeram desfrutar da cerca de 1h que já estávamos ali.

  O vento que se sente trespassa-me a pele dos braços, arrepiando-me e trazendo-me alguma sobriedade. O Ash, sem sequer proferir nada, retira o casaco de fato treino que tinha e entrega-me obrigando-me a vesti-lo. Assim o faço e inspiro fortemente o seu cheiro que me tranquiliza.

  Sinto os meus cabelos a esvoaçarem de forma livre fazendo-me agarrá-los frequentemente. Os meus olhos param em tudo o que vejo: o mar, as estrelas, as luzes, as pessoas, a luz e o seu reflexo nas águas calmas. Todavia o meu olhar acaba por parar no olhar de Ash que me fita seriamente ao contrário do ambiente que tinha estado há minutos entre nós. O meu coração acelera, sinto-o na garganta, e as minhas mãos tremelicam com a ansiedade e os nervos e, sem pensar muito, deixo que a minha cara se aproxime da dele como ela havia começado a fazer. Os nossos olhos vão fechando-se lentamente, os meus lábios estão entreabertos e, por fim, o espaço entre nós é inexistente. Deixamos estar-nos quietos uns momentos a tirar partido do momento e logo aprofundamos um pouco o beijo que nem se torna muito profundo, nem demora muito tempo.

  Separamo-nos e deixamos os nossos olhos presos durante uns segundos até, sem dizermos nada, nos levantarmos. Ele coloca o seu braço por cima dos meus ombros depois de eu ter posto todo o cabelo no lado contrário ao seu corpo. Encaminhámo-nos para dentro do estabelecimento e não demorou muito até encontrarmos os nossos amigos. Ainda ficámos mais umas boas horas, pois precisávamos que o álcool se dissipasse do corpo de Ash, pelo menos o seu efeito que nem era muito, visto que teve cuidado.

  Na minha opinião ele nem devia ter bebido, mas desta vez fechei os olhos a tal situação, até porque por volta das 4h30 da manhã estávamos a caminho de casa, todos mais calmos, mas não o suficiente para deixarmos apenas Ash acordado.

  Uma coisa eu tenho a certeza: é uma noite para recordar.

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           1168 palavras

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           INÊS

Twin Surfers || Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora