Ela caminha em formosura- Lord Byron

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Ela caminha em formosura, como uma noite
Em que o céu está sem nuvens e com estrelas palpitantes,
E o que há de bom em treva ou resplendor
Se encontra em seu olhar e em seu semblante:
Ela amadureceu à luz tão branda
Que o Céu denega ao dia em seu fulgor.

Uma sombra de mais, em raio que faltasse,
Teriam diminuído a graça indefinível
Que em suas tranças cor de corvo ondeia
Ou meigamente lhe ilumina a face:
E nesse rosto mostra, qualquer doce idéia,
Como é puro seu lar, como é aprazível.

Nessas feições tão cheias de serenidade,
Nesses traços tão calmos e eloquentes,
O sorriso que vence e a tez que se enrubesce
Dizem apenas de um passado de bondade:
De uma alma cuja paz com todos transparece,
De um coração de amores inocentes.



Ilustração: Cinderella (1899) - Franz Von Stuck  (1863 - 1928)

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