Valentina adentrara os portões do palacete da família Murray pensativa e com um sorriso nada discreto, pregado em seus lábios. O sol já estava quase se pondo. Para alguém que sairá às onze horas da manhã, prometendo voltar no máximo em duas horas, ela tinha muito o que explicar para a sua mãe, que não surpreendente, a esperava sentada em um banco que ficava em frente a sua casa.— Pensei que havia acontecido alguma coisa! — bradou quando viu a filha e sua dama de companhia. — Estava tão preocupada!
— Peço perdão, Sra. Murray, resolvi prolongar o passeio, sem antes consultá-la — disse John se aproximando da matriarca com um olhar culpado, que rapidamente amoleceu o coração da marquesa. — Fomos visitar algumas crianças de um orfanato e acabamos perdendo a hora.
— Bem, não tem problema, confio no senhor e na minha querida, Anne. Então, está tudo bem, mas espero que me consulte na próxima vez que resolver prolongar o passeio. E peço, para que não demorem tanto para retornar, futuramente.
— Fico muito feliz que me tenha em alta conta — disse John e Anne em uníssono, com expressões inocentes em seus rostos.
— Isso não voltará a acontecer — garantiu o duque.
— Isso é ótimo — falou a mulher. — Se o pai dela soubesse disso, ficaria maluco!
— E em mim, a senhora não confia? — chiou Valentina indignada. Se sua mãe soubesse sobre aqueles dois…
— Claro que eu confio, querida. Não fique brava — sorriu a marquesa, lhe dando leves tapinhas em uma de suas mãos. Mary se voltou ao duque. — Obrigada por cuidar das duas por todo esse tempo e trazê-las seguras para casa.
— Não precisa agradecer, era o mínimo que eu poderia fazer, além disso, é sempre um prazer estar com a Srta. Murray e a Srta. Silver mostrou-se uma ótima companhia — Valentina lembrou-se dos beijos e carícias, trocadas avidamente quando estavam no parque, seu rosto corou e ela teve que abaixar a cabeça para sua mãe não notar de que prazeres o duque estava falando. Sem falar que Anne simplesmente sumira enquanto estavam no parque, sua dama de companhia fazia tudo, menos companhia... — Bom, já devo ir, preciso resolver alguns assuntos pendentes.
Ele se despediu de Anne e da marquesa, deixando Valentina por último.
— Ah! Já ia me esquecendo, as crianças adoraram sua apresentação e querem que você as ensinem, caso esteja interessada. — falou entrelaçando gentilmente suas mãos. — Também quero ouvi-la tocar piano mais uma vez. A senhorita é muito habilidosa.
— Será uma honra ensiná-las, o senhor poderá ouvir o quanto quiser quando vier me visitar depois de retornar.
— Com certeza estarei aqui todos os dias — sorriu.— As crianças ficarão felizes quando souberem, elas adoraram você.
— Eu também gostei delas, de verdade, elas são tão alegres, apesar de tudo.
— É isso que as tornam fortes e especiais — John encarou Valentina, sentindo a necessidade de beijá-la, mas não podendo pois a marquesa estava bem atrás deles. — Espero que tenha dias agradáveis em minha ausência, se divirta bastante nos próximos eventos, por nós dois — disse após beijar o dorso de sua mão.
— Farei o meu melhor, milorde, estarei ansiosa para o seu retorno — falou, não acreditando que em tão pouco tempo, seu coração já se entregava, sem ressalvas, ao duque.
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Salva Por Um Duque
Historical FictionSurpresas do Amor - LIVRO I Após ser salva de um afogamento, Valentina Murray se muda para Londres, onde irá debutar com as demais damas da sociedade londrina. Apesar de ter se passado alguns meses, não consegue esquecer os instigantes olhos verdes...