Rebecca admirava as estrelas naquela noite, quando avistou Cecile sentada em um banco, na varanda. Ela possuía uma expressão triste, enquanto fitava uma carta meio amassada.
— Tudo bem com você? — perguntou Rebecca, sentando-se ao lado dela.
— Não, exatamente… — murmurou.
— O que houve?
— O que não houve, você quis dizer — murmurou, mostrando irritação.
Rebecca franziu a testa não entendo nada.
— É o Charles… — amassou a carta e jogou com força no chão.
— O Charles? Vocês brigaram?
—Não. Ele simplesmente não respondeu nenhuma das minhas cartas, mas hoje chegou essa — disse, apontando para a carta jogada no chão. — Na carta ele me diz que está com muito trabalho e resolvendo vários problemas. Me pediu perdão por sua ausência, mas eu não sei, sinto que tem algo errado… ele não me parece o mesmo.
— Talvez possa ser realmente isso, Cecile. Ele deve estar ocupado. Por que você não responde a carta?
— Eu não quero! Estou cansada disso! — falou com voz de choro. — Nos conhecemos já tem alguns meses, sei que não é um período muito grande, mas é tempo suficiente para ele querer dá um passo adiante... só que ele não procurou meu irmão para pedir autorização para me cortejar! Penso que se ele realmente gostasse de mim, já teria feito algo!
Cecile respirou profundamente, afastando as lágrimas.
— Eu sempre sonhei em conhecer o amor da minha vida na minha primeira temporada. Assim como aconteceu com a mamãe… e quando eu vi o Charles naquele parque, eu fiquei encantada e depois nós nos aproximamos. Pareceu tão mágico… naquele tempo eu tinha certeza que nos casaríamos, mas agora… — ela abaixou a cabeça temerosa. — Parece que meu sonho não será realizado.
— Acredito que você só está assim porque sente falta dele. Ficar longe de quem ama, às vezes torna a pessoa mais insegura — tentou tranquilizá-la.
— Pode ser, mas ele me deu motivos para isso.
— Como você se sente quando está com ele?
— Ele quem? — perguntou confusa. Por um momento, achou que Rebecca falava de August, já que ela observava o rapaz que lia a poucos metros dali.
Rebecca riu.
— Estou falando do Charles.
— Ah! — ela mordeu o lábio inferior e enrubesceu. — Me sinto nervosa e feliz… eu não sei explicar muito bem. Tenho aquele friozinho na barriga também e às vezes parece que minhas pernas irão ceder de tão moles — riu constrangida. Rebecca sorriu, Cecile estava completamente apaixonada.
— Você o ama. Seja um pouco mais paciente… pode ser que ele ainda não esteja preparado para um compromisso, Cecile. Muitas pessoas precisam de um tempo para se adaptar às coisas — Cecile absorveu aquelas palavras e as tomou para si, pegou a carta amassada do chão e sorriu. — Você também precisa se descobrir e realizar novos sonhos.
— É, você tem razão... acho que eu é que sou apressada demais e fico criando suposições em minha cabeça — disse, sentindo-se a pior pessoa do mundo por duvidar das intenções de Charles. — Obrigada pela conversa, vou respondê-lo agora mesmo… escreverei uma linda carta para ele, contando como está sendo incrível todos os eventos… a propósito, você tem algum sonho que quer realizar muito?
— Quero voltar para a minha família.
— Imagino que ficar longe das pessoas que ama deve ser algo muito sofrido. Falando nisso, ouvi a Holly contando para a mãe dela, que seu padrasto estava vindo para Londres, você poderá revê sua família em breve, isso não é ótimo?
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Salva Por Um Duque
Historical FictionSurpresas do Amor - LIVRO I Após ser salva de um afogamento, Valentina Murray se muda para Londres, onde irá debutar com as demais damas da sociedade londrina. Apesar de ter se passado alguns meses, não consegue esquecer os instigantes olhos verdes...