Capitulo 8

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O telefone de Harvey tocou interrompendo o momento de paz entre eles.

— Oi Katrina. – ele parecia nervoso. — Eu estou no aeroporto. Você localizou o memorando? Ótimo. Isso vai facilitar as coisas. – ele riu ao escutar a resposta da mulher. — Sim, de acordo...até logo.

Era evidente que ele estava curtindo com Katrina. Donna resistiu ao impulso infantil de cobrir os ouvidos com as mãos. Não queria escutar aquilo. Até logo para o que? Para jantarem juntos? Para transarem?

Quando Harvey desligou, Donna tratou de desviar o olhar para seu celular. Sua reação era ridícula, afinal de contas Katrina trabalhava para Harvey, mas se eles estivesse tendo um caso de qualquer maneira não duraria. Depois de alguns meses Harvey enjoava e estava pronto para outra conquista. Mas aquele pensamento não serviu de consolo.

Louis chegou no aeroporto, seguido de Rachel e Mike, já estava na hora do embarque.

Estavam a 35 mil pés de altura e parecia que havia a mesma distância entre eles. Para a desgraça de ambos, Louis pediu para que Harvey trocasse de lugar com ele pois havia se interessado pela moça que estava ao seu lado. Donna estava vendo uma série qualquer e Harvey estava ouvindo música em seu iPod, mas não deixava de olhar para ela de vez em quando.

Ele queria beija-la, mas sabia que deveria ir com calma, um passo em falso e a situação poderia ficar ainda pior. A paciência não era uma de suas virtudes mas ele fazia de tudo por Donna.

Apesar de que ela havia dito que eles deveriam seguir adiante, por algum motivo ele não conseguia acreditar. Já que eles iam passar alguns dias juntos, deveria aproveitar para averiguar o que estava acontecendo e com um pouco de sorte eles poderiam retomar sua relação. Mas havia um pequeno problema: Donna o estava ignorando.

Irritado consigo mesmo, Harvey decidiu ir até a parte de trás do avião. Mas antes...

— Você quer beber alguma coisa?

— Não obrigada.

Ele bufou e foi buscar um café.

— Você está bebendo muita cafeína. Essa é a quarta xícara de café desde que o avião decolou.

Então ela estava prestando atenção nele apesar de estar concentrada na série....ele a olhou e sorriu.

— Você deveria comer alguma coisa.

— Não tô com fome. – ela deu play na série.

— Você está bem? Tá meio pálida.

— Nossa obrigada.

— Só estou preocupado. – ele sorriu.

— Acho que prefiro a sua habitual indiferença.

— O fato de que nosso relacionamento acabou não significa que não possamos ser amigos. – ele disse com firmeza.

— Mas nós somos amigos. – ela voltou a pausar sua série.

— Então por que você está tão fria?

— Eu não estou fria. – ela olhou nos olhos de Harvey e logo depois se arrependeu de ter feito. — Só estou enfrentando a situação da melhor maneira que eu posso. – ela admitiu. — Claro que viajar para com uma pessoa que você acaba de terminar um relacionamento íntimo é incômodo.

— Não vejo porque ser incômodo.

— Claro que não. Você está acostumado a terminar relacionamentos sem problemas, mas eu não. – ela estava irritada.

— Foi você quem decidiu terminar.

— Sim e não me arrependo disso. Nós seguimos adiante com nossas vidas e até conseguimos trabalhar juntos esses últimos dias. Eu não vejo problema nenhum. Vamos deixar esse assunto pra lá. Esse é precisamente o motivo pelo qual não podemos mais conversar! – ela explodiu.

— Por que?

— Porque você é irritante!

— Assim está melhor. – Harvey sorriu.

— O que?

— Você me tratando assim. Sua frieza estava começando a me irritar.

Donna revirou os olhos e seguiu o resto da viagem em silêncio.

Desembarcaram em Las Vegas, Mike, Rachel e Donna foram em um táxi para o hotel, Louis e Harvey em outro, pois haviam muitas malas.

O quarto de Harvey era em frente ao de Donna. Maldito Louis.
Todos foram para os seus respectivos quartos descansar da longa viagem mas antes marcaram de ir ao cassino do hotel á noite.

Donna estava atrasada 15 minutos, tinha dormido demais. Ela usava um vestido Victoria Beckham preto, ele tinha um decote generoso e as costas nuas, optou por deixar o cabelo solto. Ela estava dando os últimos retoques na sua maquiagem quando ouviu baterem na porta.

— Só um minuto. – ela gritou do banheiro.

Louis, Harvey, Mike e Rachel estavam esperando Donna, todos impacientes.

— Mulheres... – reclamou Louis.

— Eu estava pronta no horário combinado. – Rachel se defendeu.

— Harvey você vai lá dentro apressar a Donna, a gente te encontra no cassino.

— Mas por que eu? – Harvey protestou.

— Porque ela faria Louis espera-la o tempo que fosse, Rachel ficaria conversando com ela e eu, bom, ela não me deixaria nem falar.

— Fazer o que né... – Harvey bateu na porta e seus amigos foram em rumo aos elevadores.

"Só um minuto" ele ouviu a voz de Donna. Mas decidiu entrar, ele sabia que um minuto para Donna não equivalia a 60 segundos.

Harvey andava lentamente procurando por ela. A verdade é que ele tinha medo de Donna estar com algum objeto pontiagudo na mão....
Lá estava ela, passando perfume...ele ficou sem ar, Donna estava deslumbrante, não existia adjetivos suficientes para elogia-la. Ele sentiu seu corpo todo se arrepiar.

Ela o viu através do espelho do banheiro.

— O que você está fazendo aqui?

— Me pediram para vir te apressar. Você está atrasada.

— Eu sei. – ela saiu do banheiro e pegou sua bolsa que estava em cima da cama. — Já podemos ir. – Donna andou em direção a porta do quarto mas antes que ela pudesse pegar na maçaneta Harvey pegou sua mão e a impediu.

— Harvey...não...por favor – ela engoliu seco.

Ele se aproximou dela. Donna abaixou a cabeça.

— Donna essa distância tá me matando. – ele tentou beija-la mas ela recuou.

— Eu não te fazer companhia só porque a sua namoradinha não tá aqui.

— Namoradinha? Do que você tá falando? – ele parecia confusa.

— Não se faz de idiota Harvey, eu vi a Katrina saindo do banheiro limpando o batom antes de ver você abotoando a camisa, não sou burra, eu tinha dúvidas antes, mas depois disso...

— Donna eu posso te explicar – ele implorou.

— Não, eu não quero ouvir como você começou o seu romance com a Katrina. – ela virou-se para abrir a porta mas ele se colocou em sua frente.

— Você vai, eu não fiz nada, você tem que me escutar, Donna por favor.

— Nós estamos atrasados....

— Promete que vamos conversamos quando chegarmos?

— Não posso te prometer nada.

Ele abriu a porta e ambos saíram rumo ao cassino em completo silêncio.

Darkness and LightOnde histórias criam vida. Descubra agora