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Peguei umas caixas, para disfaçar um pouco, e fui para o portão. O guarda estava lá, todo formal.

- Licença, eu preciso entregar isto. - falo, mostrando as caixas.

- Ah, claro. Nunca te vi por aqui. É nova? - ele questiona curioso.

- Ah, sim... sou nova aqui. - minto.

- Está livre hoje à noite? - ele pergunta olhando para minhas pernas.

- Ah... Não. Eu irei trabalhar esta noite.

- Ah, toma meu número de telefone. - ele diz me entregando um cartão com o número dele.

- Desculpe, estou com as mãos ocupadas, não posso pegar seu número. Não quero perder tempo, abra o portão.

Ele apenas fica calado e obedece. Passo pelo portão e vou direto o lago. Quando chego, fico espantada com a cena que vi. O Scott estava no chão, todo ensanguetado. E em cima dele, estava um homem de olhos vermelhos. Esse homem estava dando murro no Scott.

- Scott! - grito, com meus olhos lagrimejando.

Os dois olham para mim. O homem sai de cima do Scott, ficando de pé.

- Olha só quem veio fazer companhia... - ele diz se aproximando de mim.

- Kaylle, o que você está fazendo aqui? - pergunta Scott, com dificuldade na voz.

- Eu vim salvar você. - respondo.

O homem dá uma gargalhada muito alta e escandalosa.

- Humm... O seu cheiro é bom. - diz o homem estranho.

- Sai de perto de mim! - grito.

Jogo as caixas, que estava nas minhas mãos, nele. Ele apenas continua sério. Em um piscar de olhos, ele está atrás de mim, segurando minhas mãos.

- Me larga! - Fico me sacudindo, mas é em vão. - Sai daqui seu monstro!

- Não faça nada com ela. - diz Scott, com a voz fraca e quase fechando os olhos.

Começo a chorar.

- Por favor... Me deixe em paz.

Sinto uma dor terrível em meu pescoço, por alguns segundos.

- Ai! - reclamo da dor.

- Tome o meu sangue. - O estranho fala, cortando a palma de sua mão com um dente enorme e pontudo que ele tem.

Fico tonta.

- Não, Kaylle. Não tome o sangue.- diz Scott. Mas logo os olhos dele se fecham.

- Scott! - grito, ainda com uma tontura enorme em minha cabeça.

Minhas lágrimas descem tudo de uma vez. Quando o homem me solta, eu caio no chão ajoelhada.

- Não! - grito com toda a minha força, apoiando meus braços em minhas pernas e minha cabeça nas minhas mãos. As lágrimas não param de descer.

Eu perdi ele...
O Scott morreu...

- Porque fez isso?! - grito para o homem. - porque o matou?!

- Coitada. Muito inoscente mesmo, ein?

- Quem é você? - A tontura toma conta da minha cabeça junto com uma terrível dor de cabeça.

- Não interessa. - ele diz.

Me levanto e vou até Scott.

- Scott, por favor, fale comigo.

Ele continua do mesmo estado. Me levanto, vou até o homem e dou um tapa na cara dele. Mas ele não faz nenhum sinal de dor. Ele apenas rir.

Não aguento a dor de cabeça e nem a tontura. Caio no chão e tudo escureçe...

Estou em uma floresta. Logo minha fada amiga aparece.

- Fada, o que você faz aqui? - pergunto.

- Eu vim falar com você.

- Mas, eu nem fiz a pergunta para o meu pirgente.

- Eu sei, Kaylle. Resolvi aparecer todas as vezes que você estiver com dúvidas ou em perigo.

- Mas o que você veio me avisar?

- Você está em um ninho de cobra. Tome cuidado. Você está em perigo.

Ela se vai e tudo fica escuro...

Acordo em uma cama que não é minha. E o lugar onde estou é feito de madeira. Tem um sofá velho e alguns livros em um armário que não tem porta e nem gavetas.

- Estou em perigo? - falo baixo.

Olho para o lado e vejo Scott, ainda apagado, deitado em uma cama. Vou até ele e sento perto dele.

- Scott. - passo a mão em sua cabeça. - Scott, por favor, não vá embora. Não me deixe...

Começo a chorar.

Ele abre os olhos. Meu corpo enche de alegria.

- Scott?

- Kaylle...

Vejo que ele já está recuperado.

- Mas... E as cicatrizes? - pergunto, admirada.

- Do que você está falando? - ele questiona, passando a mão em sua cabeça.

- Você estava brigando com um homem...

Ele se senta.

- Eu?

- Sim. - falo.

- Eu só estava treinando. - ele diz calmo.

- Treinando? Daquele jeito?

- Sim. - responde ele.

- Hum, sei. - digo sem acreditar.

- Estou falando sério.

- Você estava todo ensanguentado... Falar nisso... sua roupa está limpa... Como assim?

- Eu sei...

- Mas, eu vi. Foi real. Ele estava te machucando. E eu senti uma dor muito forte em meu pescoço, e em seguida, deu uma tontura em mim, depois, uma dor de cabeça.

- Kaylle, não fale bobagem.

- Agora me explique, o que estamos fazendo aqui? - questiono.

- Não sei.

A porta do cômodo se abre.

- Olha só quem se acordou... - diz o homem que estava brigando com Scott.

- Nos deixe em paz. - eu falo.

- Devo dizer que você é muito corajosa, não? - diz o estranho.

- Clabson, nos tire daqui. - fala Scott para o homem, que deve ser o Clabson.

- Vocês não vão sair daqui. - ele diz.

- Por favor... - falo.

- O Scott sabe muito bem o que eu quero. Se ele me der, eu tiro vocês daqui.

- O que é que você quer? - Pergunto.

- Eu quero o trono. Quero a coroa.

- Isso eu não posso dar. Você sabe muito bem disso.

- Pois, vai acontecer uma coisa com vocês. - Clabson diz, com um sorriso malicioso.

- O que vai acontecer? - pergunto.

- Vocês vão morrer. - ele diz batendo na parede.

Isso me assusta.

(+)

O que vocês vão fazer agora, ein?

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A Escolhida (Em Resumo)Onde histórias criam vida. Descubra agora