Um anúncio de jornal faz com que Billi, um homem misterioso que ganha seu sustento dentro de um ringue arriscando a vida em lutas livres sem regras, se envolva com a vida de Alice.
Ele não gosta de criar raízes por onde passa, evita a todo custo não...
Muita coisa ainda vai acontecer, espero que estejam curtindo... pois cada capítulo que escrevo, sinto um frio na barriga, pois sinto toda a energia e intensidade desse homem :)
Beijos
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ALICE
— Desgraçado. Maldito Billi.
Tranco a porta com a chave e quando vou arrastar a poltrona, desisto. Penso que se ele quisesse algo comigo já teria feito mesmo, além do que já fez.
Sinto o meio das minhas pernas latejar. Que orgasmo doido. Me jogo na cama e sorrio. Isso foi bom demais, realmente muito bom.
Nossa, devo estar louca. Se Rosane desconfiar do que fiz aqui, ela me interna. Mordo o lábio sorrindo. Mas que foi bom, isso foi. Coloco os dedos sobre meus lábios. E o que foi aquele beijo? Sorrio com a lembrança deliciosa.
Ergo meu braço e olho o curativo bem feito. Onde será que ele aprendeu a fazer isso. Estou exausta. Tiro minha saia e fico com a camiseta curta e me deito mais confortável na cama. Quem ele pensa que é, para agir desse modo? Me fazendo gozar? Me viro de lado com um sorriso besta no rosto. Não interessa quem ele seja, mas que isso foi bom, foi mesmo.
Depois de um tempo pensando em Billi, pego no sono.
Acordo com um barulho de vidro quebrando. Acho que veio da cozinha. Me levanto, não acendo nenhuma lâmpada, saio do quarto devagar, em silêncio, minhas mãos estão geladas de medo, escuto novamente algum barulho... parece passos.
Me coloco atrás da parede do corredor dos quartos e olho para a direção da cozinha para ver se consigo ver alguma coisa. Percebo uma sombra, tem alguém aqui dentro.
Tenho uma sensação estranha, mas antes que pudesse pensar, uma mão forte pressiona minha boca, e outra prende meus braços, não deixando que eu me mexa. Tento me debater, mas é em vão. Sinto toda a adrenalina do mundo em meu corpo, meu senso de sobrevivência está aguçado e tento chutá-lo de qualquer maneira, mas não consigo, o homem é forte demais para mim.
Ele me arrasta, me erguendo do chão e me leva para trás do armário.
— Shiu — ele me pede e sussurra em meu ouvido. — Vou soltar sua boca, não grite. Sou eu, Billi.
Ele solta minha boca e consigo respirar melhor, ele solta também meus braços, mas eu agarro o seu com as duas mãos pedindo em silêncio que não me solte.
Agora reconheço onde estou, atrás do armário do quarto de Billi. Um lugar onde eu e Rosane nos escondíamos quando éramos crianças. Só que naquela época nós cabíamos nesse cantinho e ainda sobrava espaço. Mas para dois adultos, isso aqui está muito apertado, quase não tenho como me mexer. Estou em sua frente, com as costas colada em seu peito nu e meu rosto quase encostando na madeira do armário. Billi está encostado na parede.
