A BOCA DO INIMIGO

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A Boca do Inimigo.

Sanuk rosnava, saltando à frente dos dois amigos, em posição de ataque o tigre-leão aguardava o ogro que ainda vinha em sua direção a passos lentos "agora com um pouco mais de cuidado"; o animal sentia que aquele estranho era mais perigoso do que aparentava. O ogro parou entre Rhogar e Orum e Durgum e o xamã, contemplando a covardia dos quatro podia se deliciar com cheiro do suor que eles exalavam, "o medo estava naquele cheiro". Sanuk partiu para o ataque.

- Sanuk pare! - gritou Orun estendendo o braço para tentar parar o animal em vão.

Com um simples gesto o ogro lança um feitiço sobre a fera deixando o tigre-leão calmo como um gato, porém os olhos rápidos de Rhogar viram que no braço esquerdo o inimigo carregava a Marca do Mal. O ogro se aproxima dos dois já com Sanuk a seu lado dócil com a um cão de companhia, seus olhos estavam estranhos, fruto de um feitiço usado para acalmar a fera. Ele vai até uma pedra grande no meio da aldeia e se senta com as pernas abertas "a visão era horrenda um pouco da pele que vivia escondida pelo manto estava a mostra, ela parecia pútrida e suas partes baixa podia ser vista pelos por eles. O escroto do monstro manchado e com várias feridas estava mandando um olá para os quatros, que viram o olhar no mesmo tempo." O feiticeiro abre sua bocarra mostrando os poucos dentes que ainda restam em sua boa: cariados porém ainda guardando o fio de outrora.

- Escolhi bem meus aventureiros. - gargalhou o Ogro. Olhando os quatro enquanto se ajeitava na pedra, "coçando as partes baixas."

- Não estamos interessados em nada com você ogro! - respondeu o goblin, atropelando o xamã que se preparava para responder ao inimigo. O pequeno havia colocado a mão sobre os olhos para tentar pouca-lo da visão do Ogro e suas partes.

- Não temos nada que você possa quer, aqui nessa tribo ogro, -Tentou argumentar Espinha Torta.

- Eu me chamo Ógarh Durdak, O Arauto de Ulgnath, o verdadeiro deus das crias da noite. E não preciso que um xamã ou um goblin me diga algo sobre o que eu quero. - rosnou - Se estou aqui é porque aqui tenho que estar, e se quero algo daqui é porque aqui que ele está.

"Ulgnath e Orunguim eram inimigos mortais, mesmo sendo deuses menores, crias do deus, Dracilot O Esquecido. Eles eram os preferidos entres as criaturas da noite, que lutavam em seu nome levando seus estandartes para as batalha ou marcando a própria pele em sinal submissão a seu deus preferido."

- O que você quer em nossa tribo, feiticeiro? Você tem a marca do mal, ninguém que vive neste vale carrega tal chaga. - Rhogar falou, enquanto era olhado de cima a baixo por Durgum, que estava com raiva de ver aquele mestiço se intervindo: ele era o chefe da tribo ele deveria falar em nome dela, não um meio-alguma-coisa.

- Realmente eu carrego a verdadeira Marca. Sou a cria do mal como todos as criaturas da noite deveriam ser. Sou cria de Ulgnath - Ele passou os olhos nas marcas nos antebraço, esboçando um sorriso sinistro. - Porém estou aqui não para espalhar a Marca, e sim pelo segundo sol, que se aproxima.

Todos olharam, na direção em que o dedo trêmulo do ogro-feiticeiro apontava. A bola vermelha e incandescente continuava sua trajetória.

- Olhem para o verdadeiro mal que cai sobre vocês, a mão inclemente do deus Ulgnath, que quer destruir vocês e sua aldeia.

- Não pode ser! - Interpela Rhogar. Os orc's e goblim daquela tribo, eram muito devotos a Oruguim, nos seus corações eles sabiam que o impiedoso Ulgnath os via com seus inimigos e todos os que ofertavam devoção a ele também os viam assim. Espinha-Torta caiu de joelhos clamando para que Oruguim, intercedesse por eles, destruído aquela bola de fogo com seu martelo de guerra, Durgum passou a mão sobre do pomo espada entalhado com a imagem de uma caveira, o orc maneta respirava fundo, pensando se devia atacar o inimigo, se não morreria no primeiro contra ataque, "o medo da morte passou pela sua cabeça cabeça gigante, com cérebro minúsculo, pensou que o Mestiço aproveitaria a oportunidade para atacá-lo, que ele deveria estar mancomunado com o Ogro, querendo uma chance para reclamar o direito de ser o chefe da tribo. Aquilo deveria ser um plano de Rhogar."

Tanto o chefe maneta quando mestiço, partiram para um ataque surpresa ao inimigo, praticamente ao mesmo tempo, Rhogar estava com a faca que tinha pego sobre a mesa, pois era proibido de carregar armas na tribo, já Durgum, rosnou alto brandindo a espada enferrujada aos berros. "por um segundo achou que estava certo em relação ao Mestiço, mas logo viu que o alvo dele era o ogro." Os dois sabiam que havia pouca chance de vitória, no entando a sede pela batalha se mostrou mais forte, " eles eram orc's, e orc's são burros! Ou melhor não pensam muito para fazer alguma coisa estúpida" cada uma investiu de um lado, o ogro sorriu pelo canto da boca saboreando o momento, sem se levantar ele bateu com o cajado no chão conseguindo repelir o ataque, os olhos na cabeça de dragão em cima de seu cajado brilham com uma cor rubra, criando uma onda de choque arremessando os dois, cada um para um lado, Rhogar teve um pouco mais de sorte "se é que posso dizer isto" foi arremessado direto em um chiqueiro quebrando a cerca rústica de madeira com a cabeça, caindo com a cara enfiada em um monte de merda de porco, atolando o corpo em todo aquele estrume. As fezes soltavam bolhas de ar conforme o ar escapava dos pulmões do Mestiço, "era como se ele peida-se em um lago pela quantidade de bolhas que se formou". O ar escapou dos seus pulmões, e ele se debateu para levantar, conseguindo juntar forças ele levantou o tronco, puxando todo oxigênio que podia de uma vez, "neste processo engoliu muitos dos detritos que estavam na sua cara, e por um instante pensou que ia morrer afogado em merda." o mestiço sentou sobre os joelhos tentando se recompor enquanto viu Durgum sair do que restava da cabana onde havia caído, uma lasca grade de osso estava encravada entre o ombro e o peito o sangue negro jorrava, o chefe estava meio cambaleante devido o impacto, porém nenhum órgão vital tinha sido atingido.

- Eu sou a mão que g... - pigarreou limpando a garganta - Eu sou a mão que guia a fúria de Ulgnath, - O ogro elevou o tom, engrossando a voz que ficou assustadoramente cavernosa. Já de pé mostrou-se mais ameaçador, soltando outra gargalhada. - Para afastar a cólera do meu deus - parou e respirou fundo - eu preciso de uma artefato... Eu preciso do Coração Frio de Naragon, que está escondido caverna de Turam, depois a terra dos elfos a leste.

- O Coração de Naragon é poderoso demais, ogro até mesmo para você. - respondeu exaltado o xamã pela simples menção do artefato. Olhando com os olhos fixos para o inimigo, parecia que o medo tinha sumido de seu corpo, aquele nome tinha ativado alguma lembrança amarga e mortal. - Você não pode macular o coração, muitos da minha casta perderam a vida para destruir Naragon, e prender seu poder maligno no seu coração. Você não pode conseguir este artefato.

Os olhos do xamã ficaram branco enquanto ele pronunciava palavras esquecidas procurando trazer as forças da natureza auxiliá-lo; chacoalhou seu cajado e as nuvens espessas se abriram, um raio caiu do céu, sobre a mão espalmada do xamã percorrendo seu corpo saindo e saindo pela ponta de se cajado em direção do inimigo, o ogro por sua vez revidou e de sua arma saiu um raio escuro cercado por uma névoa negra e densa, o choque dos poderes foi inevitável, fagulhas saiam do encontro de forças, no entanto o poder do ogro lentamente empurrou o raio do xamã para trás.

- Você acha que pode medir força comigo! - Vociferou o ogro grunhindo e babando bestialmente. - NESTE VALE EU SOU O SENHOR DA MORTE.... - os olho do inimigo se iluminaram como se fogo queimasse dentro deles - SUA ALMA É MINHA .... - gritou a besta. A névoa se intensificou e cobriu o xamã como uma mão gigantesca. O xamã foi completamente envolto pela densa escuridão. Do casulo de sombra um grito de agonia abafado foi escutado, "a névoa demoníaca eram como agulhas quentes entrando por debaixo da pele, causando feridas como se derretesse a carne, por debaixo da derme a dor era lancinante, no interior do corpo enfraquecido do xamã, suas entranhas começavam a secar e petrificar. Primeiro foi o seu intestino, depois tudo que estava a sua volta, o último foi o cérebro que registrava a dor, de todo o lento processo".

Repentinamente a névoa se dissipou mostrando o corpo petrificado, o rosto do xamã mostrava dor, e de sua boca aberta um fumaça saiu "era sua alma em tormento"seu espírito saiu do corpo, como um vapor dançando ao comando do vento, indo em direção ao inimigo. Ógarh esperava com a mão estendida, ele havia aberto um frasco redondo de vidro polido, onde armazenava as almas dos inimigos vencidos. A alma serpentiou pelo braço do ogro até o vidro que foi tampado logo em seguida.

- Mais algum, vai bancar o herói? Talvez você goblin medroso? - Apontou para Orun.

Orun estava paralisado de medo, com as pernas bambas "o medo era sua características mais marcantes, e fazia muito tempo que não agia de modo heróico e aquele dia ele não quebraria a regra."

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2017 ⏰

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Lágrimas de Rhanor - Coração de NaragonOnde histórias criam vida. Descubra agora