James andava pelas frias ruas de Almaz pensando no que poderia estar escrito na carta de Meg. “Poderiam ser más notícias? Eu já deveria ter indagado Meg quando a encontrei? Droga, eu deveria ter lido aquela carta no momento que a recebi...”. As ruas estavam vazias àquela hora da noite, e ele não estava tão incomodado assim com o frio que fazia, já que estava concentrado em sua prioridade: arranjar um bom lugar para ler a carta. Quando James se focava em alguma coisa, não havia quase nada que pudesse impedi-lo de concretizá-la. Porém, a sombra as suas costas, lhe perseguindo, poderia ser um “quase”...
James notou de repente. Estava escuro, as ruas apenas iluminadas pelas fracas luzes dos postes, nada mais do que o som do vento e de algum animal rastejando em algum canto, mas ainda sim ele percebeu: uma presença as suas costas. Ele não tinha idéia de por quanto tempo poderia ter sido seguido, mas sabia que a pessoa que o fazia era muito boa nisso. Começou a pensar em como poderia se livrar dessa ameaça, mas então ele percebeu uma coisa interessante...
- Saia de onde estiver.
Anos de treinamento em como se esconder e montar uma armadilha corretamente, que certamente pegaria o inimigo. Milhares de horas gastas em missões de alto risco para a Casta e também para se livrar de problemas. Mas James, em todo o seu poder, simplesmente parou, se virou e disse:
- Já lhe disse, saia de onde estiver agora.
Ele talvez estivesse falando para uma rua vazia? Nada se movia ou respondia a sua ordem, mas ainda sim ele continuou em pé e falou novamente:
- Saia agora, ou eu terei que ir ai te buscar e isso não vai ser bonito...
- Tá bom, tá bom... Você me pegou, James. Nunca pensei que poderia sentir minha presença dessa maneira.
- Ah... – milhares de dúvidas foram respondidas nessa hora para James, mas a principal delas era: porque a pessoa que está me seguindo não tem más intenções?
- Olá, Patrick, como estão as coisas?
Sim. Era simplesmente o Valete da Casta de Copas. E James o estava cumprimentando como a um amigo. Seria estranho, se...
- Olá, James, está tudo bem. E sua cria, está muito assustada ainda?
- Está, mas Desmond está sempre assustado, então... E aí, como ele foi?
- Vamos primeiro para um lugar mais confortável, as ruas estão muito frias. Eu conheço um lugar perto daqui que é muito bom.
- Vamos então, eu estava mesmo precisando de um lugar calmo para ler uns documentos.
Enquanto caminhavam lado a lado, Patrick perguntou:
- Mas James, a Central de Ouros não seria o lugar perfeito para isso?
- Seria se eu não estivesse sendo perseguido por lá, agora vamos andando.
Os dois Valetes andaram pelas ruas conversando sobre coisas triviais, como o tempo e o que tinham almoçado. Afinal de contas, eram amigos desde muito tempo, assim como Meg. Eles tinham uma história muito antiga em comum, mas muito antiga mesmo, que só eles conheciam.
- Aqui estamos, James. Vamos entrar logo, porque eu estou com fome e preciso abastecer. – Disse um animado Patrick. James olhou meio desconfiado para a placa acima de sua cabeça: Poruttalla.
“Credo, que nome estranho para um botequim...” – pensou James. Mas sendo um lugar calmo, já estava de bom tamanho. O que James achou era verdade, o lugar era mesmo tranqüilo. Agora, as pessoas...
...
Jimmy observava os dois Valetes se afastando pela rua e viu também quando eles entraram no bar de nome estranho. O 7 de Copas estava investigando há muito tempo o Valete de Copas. Ele já conhecia o histórico de amizade dele com o Valete de Ouros, e as conclusões a que ele chegara era de que o Patrick não estava fazendo nada de errado. Não encontrou nenhuma prova de que ele estava transferindo informações para James ou qualquer outra atividade suspeita. Não haviam indícios de um golpe por parte da Casta de Ouros ou de qualquer guerra sendo armada por parte deles. Ele também estava ciente de que Patrick não se ausentara de suas responsabilidades como Valete ou deixara de cumprir missões por causa dessa relação fraternal com o Valete de Ouros. O fato de serem irmãos de criação indicava que era apenas aquilo mesmo: uma relação de irmãos.
“O Rei de Copas está ficando meio gagá...” – Pensou Jimmy. -“Bem, Cassio está ficando meio gagá, mas ainda tem faro para problemas, pelo menos...” – Nessa mesma hora, Jimmy observava um grupo de cinco agentes de Paus se dirigindo ao mesmo bar em que os Valetes estavam.
- Vamos ver como eles vão cuidar disso. – Falou Jimmy para si mesmo. Finalmente, ele veria os dois Valetes em ação. – Isso vai ser muito bom!
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O Jogador
Ciencia FicciónVocê já ouviu falar de pessoas que nunca foram roubadas? Que nunca foram atingidas pela queda de alguma coisa do céu ou derrubaram um copo de refrigerante em toda a sua vida? Cuidado, talvez elas possam controlar o tempo…