III | Demais Para Uma Noite

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Narrador: Mary e David na cozinha.

Mary foi até a cozinha com David para ajudá-lo a servir a comida da festa, e é claro, uma mera desculpa para ficarem a sós. Ela podia sentir que ele também gostava dela. Em cada gesto seu, sua maneira de falar, de agir e seu olhar sobre ela. Mary já se iludiu tantas vezes com outros rapazes, que era complicado acreditar. Mas com David, tudo parecia diferente. Pela primeira vez ela não via a situação como coisa da imaginação, e sim verdadeira, pois ele a correspondia.

- Bom, os salgadinhos e as tortas já estão postos nas bandejas e o freezer está abastecido novamente - ela disse, checando as coisas da festa.

- Obrigado, Mary. Eu acho que não conseguiria fazer nem metade do que eu fiz hoje se não fosse pela sua ajuda, não sei nem como agradecer.

- Não foi nada. - Ela retrucou, movendo os lábios em um sorriso tímido.

- Não, falo sério, como posso te recompensar?

Seu coração bateu mais forte nesse momento e ela não soube exatamente o que responder. Pensamentos passavam por sua cabeça como o raios da luz.

- Que tal uma dança? - David sugeriu, vendo que o silêncio dela prolongava-se.

- Isso seria ótimo! - Mary concordou.

Como um toque do destino, as caixas de som começaram a tocar uma música mais lenta. Parecia que o destino estava realmente a favor dos dois, o que era de fato perfeito. Decidiram dançar ali mesmo na cozinha.

- Me concede a honra dessa dança, princesa? - Ele disse tão educadamente como naqueles filmes antigos baseados em bailes de épocas medievais. Clichê, mas Mary não deixou de achar fofo.

Ela primeiramente riu de sua performance, mas depois resolveu entrar na personagem:

- Seria um prazer, príncipe encantado.

Ele segurou sua cintura e ela pôs os braços ao redor de seus ombros, entrelaçando os dedos em volta de seu pescoço. Tudo a volta pareceu parar, e foi como se só houvesse os dois ali naquela casa.

Mary não conseguia parar de sorrir, e ele também não. Com um tempo, ela percebeu que ele aproximava-se cada vez mais de seu rosto, então ela fechou os olhos, permitindo que o coração batesse ressonante quanto a música nos altos falantes, e deixou que ele se aproximasse.

Estavam tão próximos, que tudo que Mary conseguia pensar era em como seria o beijo de David. Mas, como a vida era de longe um conto de fadas, alguém apareceu quebrando totalmente o clima, foi como se eles acordassem de um sonho bom.

Era Robin acompanhado de Regina. Eles chamaram por eles pouco antes de entrarem na cozinha, tempo o suficiente para Mary e David se separarem e disfaçarem os últimos acontecimentos. Ela pegou uma bandeja de salgadinhos na mão para tentar disfarçar e colocou dois recheados de frango na boca.

- Isso tá muito bom, David! Já experimentou?

Ele fez o mesmo, tantando comprimir um belo sorriso com as bochechas cheias de salgados.

- Sim! Estão incríveis! Vocês dois aí já experimentaram? - ele disse, logo que Robin e Regina entraram.

Contudo, apesar do esforço, Mary e David não conseguiram se segurar. Eles viram o quão ridícula era a situação e desataram a rir. Afinal, que mal havia? Eram seus amigos que estavam ali.

Tinha Que Ser VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora