Que a Brincadeira Comece

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O caminho de volta pra casa eu fui totalmente em silêncio no carro, sem ao menos sequer, lançar um único olhar a ninguém. Fiquei olhando a paisagem ao nosso redor pela janela, viajando os meus olhos pelos lugares que passávamos. Vaguei com os meus pensamentos para longe dali; o que me trouxe uma paz e tranquilidade.

Senti os olhos de Thomas sobre mim a me observar. Eu sabia que ele deveria estar triste e até mesmo preocupado; conhecendo o mesmo ele deveria estar se sentindo culpado por ter feito eu passar por isso. Ele sempre foi muito sentimental e dramático demais da conta, em relação a mim nem se fala, ele sempre foi muito protetor comigo.
Vê essa preocupação dele comigo me fez querer sorrir, mas consegui permanecer séria. Assim não pondo em risco o meu drama e atuação, que diga-se de passagem muito boa, por sinal, digna de um Óscar.

Mas vê-lo assim já estava me incomodando e me deixando triste e culpada por fazê-lo se sentir assim; mas era necessário, ele precisava entender que eu confiei nele e não esperava aquela atitude dele, e também porquê tenho que me vingar do Eduardo. E eu iria me vingar !

Logo Eduardo para o carro na frente da casa de Alice; me despeço dela e volto a me comportar como antes.
Eduardo tenta puxar conversa, mas nem dou atenção. Depois de alguns minutos sem êxito em me fazer voltar a falar com ele, finalmente se dar por vencido. Deixando novamente o carro em um terrível e constrangedor silêncio.

Depois do que me pareceu ser infinitos minutos, finalmente chegamos a casa de Thomas. Edu parou o carro em frente a casa dele, logo ele saiu e ficou debruçado na janela me encarando com os seus olhos suplicando perdão. Me deu até dó, mas eu preciso ser forte.

- Você realmente não vai me perdoar ? - ele me pergunta com uma carinha de triste.

Por quê ele tem que tornar as coisas mais difícil do que são ?
Ele bem que podia me ajudar. E as vezes não se importar tanto comigo. Embora eu goste dessa sua preocupação para comigo.

- O que você acha ? - pergunto retoricamente pra ele; que ao ouvir a minha resposta abaixa a sua cabeça e fica ainda mais triste do que já estava.

Calma Megan, você consegue ! Aguenta firme ! - repito mentalmente pra mim mesma até que eu acredite.

- Mas eu já te pedi desculpa. Meg, por favor me perdoa ! - pede com uma voz triste me encarando e logo depois que termina de falar, faz aquela carinha do gato de botas. O que é sacanagem comigo. Logo viro o rosto pro lado contrario dele.

Chantagista ! Ele sabe que eu não consigo resistir a essa carinha dele. Mas dessa vez eu vou.

- Vou pensar no seu caso... - falo revirando os olhos, voltando a encará-lo.

- E porquê não me perdoar agora? - pergunta com um entusiasmo a mais na voz, todo esperançoso.

- Não força ! Se você continuar insistindo, aí mesmo que eu nã...   - ele me corta antes de eu terminar a minha frase.

- Tudo bem, tudo bem. Eu não insisto mais. - disse levantando a mão em forma de rendição, o que me fez rir de sua atitude.

- Perdão por atrapalhar o "casalzinho". - disse Edu debochadamente, atrapalhando a nossa conversa.
- Mas precisamos ir.

- Você é tão infantil Eduardo! - digo o encarando.

- Ah ! Então agora a senhorita fala comigo ? - pergunta Edu debochando de mim.

- Não. Foi apenas a vida confirmando o que você é. - digo e dou um sorriso vitorioso pra ele.

- Tá Megan, tá. Não consegue admitir que não sabe ficar muito tempo sem falar com a minha pessoa, né ? Tudo bem, com o tempo você irá conseguir. - fala todo convencido.

Aprisionada à Culpa  Onde histórias criam vida. Descubra agora