POV | Matthew

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— Matt — ouvi a Lex gritando do banheiro — Você já pegou shampoo e condicionador?

— Já! — gritei de volta.

Ela saiu de lá dois minutos depois com um sorriso no rosto, carregando nossas escovas de dente e uma pasta nova, ainda na caixa. Colocou na mochila que tínhamos separado e a fechou em seguida.

Estamos terminando de organizar as coisas para a casa de praia. Passei na minha casa pela manhã e juntei umas peças de roupa em uma mochila, resolvi algumas coisas que estavam pendentes, fui buscar a Lex no trabalho e depois viemos para a casa dela para ela arrumar uma mala pequena com o que ela ia precisar.

Já faziam duas semanas que eu não passava em casa por mais do que quinze minutos. A Lex vive me dizendo que podemos passar uma temporada na minha casa—ela dormiria por lá ao invés de eu dormir por aqui—mas o meu sogro faz uma panqueca tão gostosa no café da manhã que é difícil ir embora. Além do mais, os pais da Lex são os mais incríveis do mundo inteiro.

— Você colocou gasolina no carro? — ela me perguntou.

— Não. Tem o suficiente para buscarmos os meninos e a Mel, mas vamos ter que parar em algum lugar para eu encher o tanque.

— Vou dar uma apressada na Mel então. Às vezes se eu falar que a gente tá saindo agora ela não faz a gente esperar vinte e cinco minutos na porta igual da última vez.

Dei uma risada e me aproximei dela por trás, passando a mão por sua cintura e beijando seu pescoço enquanto ela mandava uma mensagem para a Mel. Assim que ela terminou ela girou o corpo, ficando de frente para mim e passando os braços pelo meu pescoço, me beijando.

Uma das minhas mãos desceu para sua bunda automaticamente, apertando ainda mais o corpo dela contra o meu, e não demorou dois minutos para eu ficar duro. Na verdade, eu não preciso de mais do que alguns segundos beijando a Lex para sentir vontade de arrancar a roupa dela e foder ela na primeira superfície que eu encontrar.

— A cena que todo pai gosta de ver — meu sogro falou da porta e eu me afastei da Lex com pressa. Ela só riu como sempre e revirou os olhos para o pai dela.

Apesar de já estar quase sendo adotado pelos Miller, eu ainda fico bem desconfortável quando o pai dela pega a gente no meio de qualquer coisa PG13 para cima—ou seja, qualquer coisa mais íntima que um selinho ou um abraço.

— Vocês não precisavam ter parado por mim, mas eu agradeço — o pai dela falou brincando e logo a mãe dela apareceu na porta também, abraçando ele de lado e sorrindo para nós.

— George, você está sendo empata foda de novo? A Alexia não faz isso com a gente, não sei porque você acha que tem o direito de fazer isso com ela.

Ela fingiu estar brava, mas a gente já sabia que ela estava só entrando na brincadeira. O pai da Lex deu um selinho nela.

— Eu pago pelos lençóis que eu sujo, querida. Acho que enquanto eu pagar pelos lençóis que ela suja — ele apontou para a Lex — eu tenho o direito de interromper o que eu quiser.

A senhora e senhorita Miller reviraram os olhos ao mesmo tempo.

— Uma pessoa que não tem uma vida sexual saudável é uma pessoa infeliz, pai — Lex respondeu — Já tivemos essa conversa, lembra?

— Como eu poderia esquecer? Nunca me senti mais orgulhoso do que quando eu vi aquele Power Point interativo cheio de efeitos, cores, estatísticas e dados para corroborar o seu ponto de vista, filha.

Não falei? A família da Lex é incrível. Eles tem um relacionamento tão diferente do normal. Ao mesmo tempo em que os pais dela confiam nela e são liberais verbal e fisicamente, existe também um respeito silencioso entre eles que é quase palpável.

É uma família que qualquer cara teria uma sorte imensa de fazer parte.

Vi que a Lex ia dizer alguma coisa para o pai dela, mas o som do celular tocando a impediu. Ela olhou para mim com uma careta e falou que a Mel tinha mandado uma mensagem dizendo que não acreditava que a gente já tinha saído de casa—e que se a Lex esperava que ela descesse era bom fazer um Facetime e provar que estávamos quase lá com o resto da trupe no carro.

— Se ela fizer a gente esperar mais do que dez minutos eu juro por Buda que vou buscar ela pelos cabelos, não importa quanto aplique loiro saia nas minhas mãos — Lex falou, fazendo com que eu e os pais dela caíssemos na risada.

— Bom, vamos ali testar as informações do Power Point da Alexia. Vocês dois, tenham juízo, mas não muito, se divirtam e lembrem-se que maconha é muito mais saudável do que álcool, a não ser que ela seja providenciada pela Alice. Mande notícias se precisar de alguma coisa. Eu te amo — o pai da Lex falou beijando a testa dela e puxando a mãe da Lex em seguida para fora do quarto, não antes das duas falarem "eu te amo" uma para a outra e dela se despedir de mim.

Os pais da Lex tem uma coisa de serem naturebas. Eles fazem yoga, meditam, são vegetarianos e seguem mantras e ideologias orientais—principalmente quando se trata de religião. Eles até bebem um vinho de vez em quando, mas são contra o consumo excessivo de álcool quase o mesmo tanto que são a favor da legalização da maconha, o que é bastante.

Como que os dois conseguiram ficar tão ricos em um mundo capitalista só Deus sabe.

A Lex conheceu a Alice, inclusive, através dos pais dela. Os três se conheceram primeiro em uma aula aberta de yoga e meditação e convidaram a Alice para um jantar. Já consigo imaginar que bastaram dez minutos de conversa entre a Alice e a Lex para elas começarem a se amar, porque elas têm muita coisa em comum.

— Já avisei o Hamilton e o Camarãozinho. Bora? — ela me chamou, arrastando a mala de rodinhas.

Concordei com a cabeça, peguei as mochilas e fomos até o carro. Assim que colocamos tudo dentro do porta mala, saímos para buscar o resto do grupo. Nash e Cameron já estavam na porta nos esperando e levamos menos de cinco minutos para colocar as coisas deles no carro e seguir até o apartamento da Melanie.

Com ela a história foi um pouco diferente, mas ela só fez a gente esperar dez minutos antes de descer, o que é uma vitória se tratando da Mel. Gastamos pelo menos mais dez para tentar enfiar a mala dela no porta mala e então seguimos até o supermercado para comprarmos as bebidas. Pegamos cerveja, gin, água tônica, vodca, energético e um pouco de rum, abacaxi e leite de coco.

— Alice acabou de mandar mensagem. Ela disse que conseguiu folga no trabalho amanhã e a Maho topou ir hoje depois de tocar, então eles devem sair daqui por volta de duas horas e chegar lá umas três no máximo — Lex falou quando já estávamos na estrada.

— Eles são muito animados — Mel fez uma careta.

— E o Aaron concordou com isso? — Nash perguntou.

— Você acha que ele teve escolha? — respondi — A Alice falou, os meninos obedecem.

Os quatro fingiram tossir enquanto falavam "os meninos", e eu optei por ignorá-los. Claro que todo mundo obedece a Alice—incluindo moi—mas não preciso admitir isso, não é mesmo?

O resto da viagem foi muito tranquila, mas tinha uma parte de mim que não queria chegar no meu destino e gostaria que a viagem de carro tivesse durado o final de semana inteiro. Com nós cinco aqui está tudo bem, mas eu tenho uma sensação de que na casa de praia dos Grier vai ser outra história.

Uma sensação que não some, por mais que eu queira, e que só pode estar sendo provocada pela presença de uma pessoa:

Gilinsky. 

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