4.

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Violet Simons

Que droga! Como eu vou olhar pra cara desse cara e não acertar um soco bem no meio dela? Mas eu preciso de oitenta mil, então não posso bater nele. Ou talvez eu possa. O que eu iria falar para o meu pai? Eu não posso simplesmente falar que vou ir encontrar com aquele homem, vou ter que inventar alguma coisa.

A oficina esta aberta. Estaciono a minha belezinha em frente e já escuto o som do AC/DC tocando TNT, se tem alguém que ama essa banda é o seu John.

— Oi pai! — ele esta embaixo de um carro e não me escuta. — OI PAI! — grito. Agora ele me ouviu.

— Duas vezes em um dia? Sinto-me lisonjeado! — ele caçoa na minha cara.

Puxei um banquinho e me sentei.

— Vim te avisar que vou ter que viajar.

— Pra onde? — ele pergunta curioso.

— Você não vai acreditar... Nova Iorque! — reviro os olhos.

— Você odeia Nova Iorque! — ele constata um fato que todos que me conhecem sabem.

— Pois é, mas é uma entrevista de emprego. — minto.

— Resolveu sair daquele bar? Graças a Deus!

— Primeiro eu tenho que conseguir o emprego, pra depois sair do que eu tenho. — pisco pra ele.

— Quando você vai?

— Vou sair hoje à noite.

— Vai ficar quanto tempo lá?

— Não sei ainda, mas eu te ligo logo que descobrir.

Ele olha pra minha moto e ate já sei o que ele está pensando.

— Nem vem, ela vai comigo! — dobro os braços sobre o peito.

— Como você vai leva-la no avião? Você não está pensando em ir pilotando, não é?

— Claro que não pai, eu vou em uma jatinho particular, a empresa tem urgência em preencher essa vaga. — Sério Violet? Essa foi a melhor desculpa que você pôde dar? Você já foi melhor em mentir.

— Violet, você não está envolvida nas... — eu o interrompo.

— Não pai, é sério, é uma entrevista, fica sossegado. – lhe dou um beijo e um abraço. — Agora eu tenho que ir, preciso arrumar minha mala. Te amo!

— Também te amo! Se cuida!

Quando eu era mais nova me envolvi com rachas de carros, conseguia uns trocados e extravasava toda a minha rebeldia. Sofri um acidente aos 16 anos e quase morri, meu pai ficou muito bravo e me fez prometer nunca mais correr. E foi nessa época que conheci o Hunter, ele me apresentou para a luta e me apaixonei, eu canalizava toda a minha raiva e incompreensão nas lutas.

Quando cheguei em casa, joguei as chaves encima da mesa e já fui tirando a jaqueta e as botas, estou tirando a blusa quando vejo que tem alguém sentado na poltrona olhando pra mim.

— Não pare por minha causa!

Ah que legal! Meu dia está cada vez melhor.

— O que você está fazendo aqui, Hunter?

— Queria te ver! — ele se levanta e vem ate mim. — Estava com saudade! — enlaça minha cintura e dar um beijo no meu pescoço me fazendo arrepiar. — Você sempre tem um cheiro tão bom.

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