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6.

Violet Simons

Uau! É o que eu posso dizer desse jatinho. Por dentro ele é cor creme, as poltronas são de couro, e uma aeromoça vestida com um conjunto de saia e terninho preto, ela é loira. Por que todas as aeromoças são loiras?

— Vai ser um voo de aproximadamente 3 horas, se quiser descansar tem quartos lá atrás, você poderá dormir e tomar banho se quiser. — Matt está sem terno e com a gravata frouxa e com dois botões da camisa aberto, ele é bonito. Ele é alto, tem cabelo claro e olhos verdes.

— Valeu! — foi o que respondi antes de me jogar na poltrona do lado da janela e aguardar o avião decolar.

A aeromoça se aproxima e pergunta se desejo algo para beber ou comer.

— Algo alcoólico e pode me trazer qualquer coisa para comer. Obrigada! — estou faminta, tudo que comi hoje foi aquele pedaço de torta de frango.

— Quer conversar? — Matt me pergunta de repente, eu olho pra ele e franzo a testa.

— Não!

— Violet, vamos ficar 3 horas dentro desse avião, só quero te conhecer melhor.

Ele está dando encima de mim? Sério?

— Você está dando encima de mim? — pergunto olhando bem pra ele.

Ele começa a ri, que filho da mãe, está rindo de mim!

— Não, não estou dando encima de você, até por que eu sou casado. — ele mostra a aliança que eu não tinha reparado. — Só que é o que as pessoas fazem nessas situações, elas conversam para passar o tempo.

Essas 3 horas vão ser longas.

— O que quer saber que ainda não tenha descoberto? — eu me viro para ele e encosto as costas na janela, estico minhas pernas encima da outra poltrona.

— A sua ficha é impressionante.

Merda!

— Parece que a policia não vai muito com a minha cara.

Ele ri de novo! Isso está me irritando.

— Não estava falando da ficha policial, mas sim dá ficha que eu te mostrei, mas a sua ficha policial também é impressionante.

Segurei um sorriso, ele ate que é legal.

O avião está levantando voo, odeio essa sensação do estomago parecer solto. Depois da decolagem a aeromoça chega graças a Deus com a mim a bebida e uma salada de frango. Salada?

Tomo a minha bebida em um gole só, olho para ela e pergunto:

— Não tem nada mais calórico? Tipo um hambúrguer com muito bacon e pimenta e picles? — ela me olha com espanto, mas depois confirma com a cabeça e se retira.

— Então você luta? — Matt pergunta.

— Não mais! — é tudo que digo.

— Por causa do que aconteceu com aquele cara?

Eu olhei pra ele com os olhos cerrados, me ajeitei na poltrona.

— Você acha que o motivo é pouco? Eu quebrei o pescoço de um cara com a droga de um chute mal calculado. — eu me levanto pra ir para o quarto quando o Matt segura meu braço.

— Não foi sua culpa!

Eu ri sem achar graça.

— Diga isso pra família dele! — soltei o meu braço do seu aperto. — Vou dormir um pouco, me avisa quando chegarmos.

— Violet, sinto mui... — eu o interrompo.

— Boa noite, Matt!

Entrei no quarto e me joguei naquela cama enorme e chorei. Há muito tempo eu não chorava, e com certeza não queria chorar por isso, todos falam que foi um acidente, eu acho que lá no fundo eu também saiba, mas não consigo não me culpar. Ele deixou uma família, uma esposa e um filho pequeno, eu sei que o Jason colocava dinheiro em casa com as suas lutas, mas depois que ele morreu como a família dele iria se manter sem passar necessidade? Então, eu anonimamente mando uma quantia todo mês para eles. Isso não é nem de longe o suficiente. Acabei adormecendo chorando, só acordei com alguém batendo na porta do quarto.

Pisco algumas vezes pra lembrar onde estou. Ainda estou no quarto do jatinho, e quem me chama a porta é o Matt, será que já chegamos?

— Que foi? — pergunto abrindo a porta.

— Você está trancada ai! Fiquei preocupado! — às vezes ele me irrita, mas ele parece ser um cara legal. — Vem comer, pedi o jantar.

Eu nem percebi, mas estou faminta, comeria um boi inteiro e mais um pouco.