Uma nova voz estava do outro lado da porta. Uma voz de menino.
Confusa, ela voltou à realidade.
É Sam. Me deixe entrar.
Ela foi até a porta e inclinou a cabeça contra ela.
Mamãe saiu, disse a voz do outro lado. Ela foi comprar cigarros. Vamos, me deixe entrar.
Ela abriu a porta.
Sam ficou parado ali, olhando para ela, com preocupação no rosto. Aos 15 anos, ele parecia mais velho. Ele havia crescido rápido, e media quase um 1,80 m, mas ainda não havia se desenvolvido, e era desajeitado e desengonçado. Com cabelos pretos e olhos castanhos, a coloração dele era parecida com a dela. Eles definitivamente pareciam ser parentes. Ela podia ver a preocupação no rosto dele. Ele a amava mais do que qualquer coisa.
Ela o deixou entrar, fechando a porta rapidamente.
Desculpe, ela disse. Eu só não consigo lidar com ela hoje.
O que aconteceu entre vocês duas?
O mesmo de sempre. Ela estava no meu pé desde o momento em que entrei em casa.
Eu acho que ela teve um dia difícil, Sam disse, tentando apaziguar as coisas entre elas, como sempre. Eu espero que eles não a despeçam novamente.
Quem se importa? Nova York, Arizona, Texas…Quem se importa com o que virá? As nossas mudanças nunca vão acabar.
Sam franziu a testa quando sentou na cadeira da sua mesa, e ela se sentiu mal imediatamente. Às vezes, ela era áspera com as palavras, falava sem pensar, e desejou que pudesse retirar o que havia dito.
Como foi o seu primeiro dia? ela perguntou, tentando mudar de assunto.
Ele encolheu os ombros. Foi difícil, Sam disse, tentando apaziguar as coisas entre elas, como sempre. Eu espero que eles não a despeçam novamente.
Quem se importa? Nova York, Arizona, Texas…Quem se importa com o que virá? As nossas mudanças nunca vão acabar.
Sam franziu a testa quando sentou na cadeira da sua mesa, e ela se sentiu mal imediatamente. Às vezes, ela era áspera com as palavras, falava sem pensar, e desejou que pudesse retirar o que havia dito.
Como foi o seu primeiro dia? ela perguntou, tentando mudar de assunto.
Ele encolheu os ombros. Foi bom, eu acho. Ele tocou a cadeira com o pé.
Ele olhou para ela. E o seu?
Ela encolheu os ombros. Devia haver algo na expressão dela, já que ele continuou com o olhar fixado nela.
O que aconteceu?
Nada, ela disse, defensiva. Ela se virou e caminhou na direção da janela.
Ela podia senti-lo olhando para ela.
Você parece…diferente.
Ela parou, se perguntando se ele sabia, se a sua aparência exterior mostrava qualquer mudança. Ela engoliu em seco.
Como?
Silêncio.
Eu não sei, ele respondeu finalmente.
Ela olhou para fora da janela, assistindo sem reação à um homem no bar da esquina passando um saquinho de maconha a um comprador.
Eu odeio esse lugar novo, ele disse.
Ela se virou e olhou para ele.
Eu também.
Eu até estava pensando em... ele abaixou a cabeça, …ir embora.
O que você quer dizer?
Ele encolheu os ombros.
Ela olhou para ele. Ele parecia realmente deprimido.
Para onde? ela perguntou.
Talvez…encontrar o papai. Como? Nós não temos nenhuma ideia de onde ele está.
Eu poderia tentar. Eu poderia encontrá-lo.
Como?
Eu não sei…. Mas eu poderia tentar.
Sam. Ele pode até estar morto a essa altura.
Não diga isso! ele gritou, e seu rosto ficou vermelho.
Desculpe, ela disse.
Ele se acalmou.
Mas você já pensou que, mesmo se nós o encontrarmos, ele pode não querer nos ver? Afinal, ele foi embora. E ele nunca tentou manter contato.
Talvez por que a mamãe não deixe.
Ou talvez por que ele simplesmente não gosta de nós.
As rugas na testa de Sam ficaram mais profundas ao se levantar novamente. Eu procurei por ele no Facebook.
Os olhos de Medson se arregalaram, surpresos.
Você o achou?
Eu não tenho certeza. Haviam quatro pessoas com o mesmo nome dele. Dois deles tinham perfis privados e nenhuma foto. Eu mandei uma mensagem para os dois.
E?
Sam balançou a cabeça.
Ainda não tive resposta.
O papai não estaria no Facebook. Você não sabe disso, ele respondeu, mais uma vez na defensiva.
Medson suspirou, caminhou até a sua cama e se deitou. Ela olhou para o teto amarelo, com a tinta descascando, e se perguntou como todos eles haviam chegado àquele ponto. Haviam cidades onde eles tinham sido felizes, até momentos em que a mãe deles parecia quase feliz. Como quando ela estava namorando aquele cara. Feliz o suficiente, pelo menos, para deixar Medson em paz.
Haviam cidades, como a última, onde ela e Sam tinham feito alguns bons amigos, nas quais eles realmente pareciam poder ficarpelo menos por tempo suficiente para se formar. E então, tudo pareceu mudar tão rápido. Mais uma mudança. Dizer adeus a todos. Era pedir demais ter uma infância normal?
Eu poderia voltar para Oakville, Sam disse de repente, interrompendo seus pensamentos. Sua última cidade. Era incrível como ele sempre sabia exatamente o que ela estava pensando. Eu poderia ficar com amigos.
O dia estava a afetando. Era simplesmente demais para ela. Ela não estava pensando claramente e, em sua frustração, o que ela estava ouvindo era que Sam estava se preparando para abandoná-la também, que ele não se importava mais com ela.
Então vá! ela explodiu de repente, sem querer. Era como se outra pessoa tivesse dito aquilo. Ela ouviu a dureza em sua própria voz, e se arrependeu imediatamente.
Por que ela tinha que dizer coisas como aquela? Por que ela não conseguia se controlar?
Se ela estivesse com um humor melhor, se ela estivesse mais calma e não tivesse que lidar com tanta coisa de uma só vez, ela não teria dito aquilo. Ou ela teria sido mais gentil. Ela teria dito algo do tipo, eu sei que o que você está tentando dizer é que nunca iria embora daqui, não importa o quanto as coisas ficassem ruins, porque você não iria me deixar sozinha para lidar com tudo isso. E eu amo você por isso. E eu também nunca abandonaria você. Nesta nossa infância problemática, pelo menos nós temos um ao outro. Em vez disso, o seu humor havia falado mais alto. Em vez disso, ela tinha sido egoísta, e explodido.
Ela sentou na cama e pôde ver a mágoa no rosto dele. Ela queria retirar o que disse, dizer que sentia muito, mas estava sobrecarregada demais. Por alguma razão, ela não conseguia abrir a boca.
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Transformada
ÜbernatürlichesMedson Paine, de 18 anos, é arrancada de sua vida nos subúrbios e forçada a frequentar uma perigosa escola de ensino médio na cidade de Nova York, quando a sua mãe se muda novamente. O único raio de sol naquele ambiente é Jonah, um novo colega de cl...