Capítulo 3

81 7 0
                                    


As três guardas saíram do refeitório. Cruzaram a passarela e começaram a caminhar disfarçadamente pelo pátio da escola enquanto conversavam.

— Não sei se é certo o que estamos fazendo... quer dizer, vocês viram a situação daquele homem? Coitado. — Simone (a novata) falou, comovida com a situação de Vadão.

— É estranho o que vou dizer, mas eu também senti pena dele...

— Vocês duas estão ficando loucas? — Elisa cortou o papinho piedoso de Andréia. — Esses homens são os mais cafajestes do mundo, e foram condenados pelos crimes mais hediondos.

As duas garotas assentiram, atônitas, depois, Simone mexeu em seu cabelo preto, amarrado em um volumoso rabo de cavalo, agitando a mão na franja elegante que cobria sua testa e desconversou:

— E, sobre a reunião de hoje, você sabe do que se trata?

— Não. — Elisa respondeu, passando a mão em seu cabelo cor de caramelo, enrolando uma mecha no dedo indicador. — Porém, não falem com os garotos. Não abertamente, se desejam continuar estudando aqui.

Pararam de andar no canto do prédio em L. O sol do meio dia brilhava no céu limpinho em todo seu esplendor e glória. De fato, estava um dia muito bonito, mas um silvo agourento soou. Olharam para cima e viram: dois urubus sentados no corrimão da grade de proteção do terraço. Ignoraram as aves carniceiras e continuaram lá — no canto —, papeando.

Abaixo o MachismoOnde histórias criam vida. Descubra agora