Capítulo 2

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CAPÍTULO 2 — CECÍLIA

Saio do banheiro e encontro Maria à minha espera. Não sei aonde vai me levar, mas tenho certeza que é melhor do que ficar chorando dentro de um banheiro.

— Tinha certeza que viria, o seu olhar é de puro desejo e luxúria. Acompanhe-me — diz com um sorriso malicioso.

— O meu motorista está me esperando na portaria. Meu marido não sabe que estou aqui e quero que ele continue sem saber.

— Saímos pelos fundos, ninguém vai saber.

Em silêncio a acompanho, ela entra na cozinha e acena para as pessoas em um sutil movimento com a cabeça. Saímos do hotel pela porta da cozinha que dá para uma rua escura, com um gesto a vejo destravando o carro.

— Entre — convida.

Entro no carro sem a questionar e a observo enquanto dirige em silêncio, até parar o carro em frete a uma casa noturna com uma placa escrito: "ENIGMA CLUB".

— Hoje é apenas para você observar. Enigma é uma casa seletiva. Apenas sócios e indicados tem a permissão para entrar. Já autorizei a sua entrada. — Abre o porta luva e retira uma caixa de veludo e me entrega. — Coloque, você não pode tirar. — Abro a caixa e vejo uma máscara de olho veneziana preta com renda.

Coloco a máscara e a olho.

— Está perfeita. Como já disse hoje você vai apenas observar. Não é obrigada a fazer nada, nem hoje, nem nunca, não é obrigada a dizer seu nome ou beber. Se alguém te fizer alguma proposta é só dizer NÃO, ninguém vai te forçar a nada. Entendeu? — Balanço a cabeça dizendo que sim. — Então vamos. Mas Cecília, abra a sua mente, sinta o seu corpo, desfaça-se da sua vergonha e pudor, apenas sinta — fala descendo do carro e entregando a chave para o manobrista.

Caminhamos lado a lado, Maria cumprimenta os dois seguranças na portaria.

— Celulares? — um dos seguranças fala. Maria retira o seu celular da bolsa e o entrega, eu faço o mesmo. — Podem entrar e se divirtam. — fala liberando a nossa entrada sem nem mesmo confirmar os nossos nomes.

— Vamos sentar no bar e tomar um drinque, aos poucos vou explicando como funciona a casa.

Balaço a cabeça concordando.

— Cecília, está na hora de você começar a falar, um balançar de cabeça muitas horas não vai ser suficiente.

— Não sei como agir — confesso.

— Eu te ajudo.

— Seria grata com a sua ajuda.

— Sua primeira lição é andar de cabeça erguida, sem se preocupar com os outros, e a segunda é falar. Você é linda, não pode ser submissa assim.

— Desculpe.

— Nada de desculpa, eu não sou melhor que você, apenas um pouco mais vivida. Mas em um mês você será outra pessoa, sem medo, sem vergonha. Sente-se. — Aponta a cadeira em uma mesa.

Observo às pessoas, a maior parte delas está elegantes, as mulheres sensuais. Todos, exceto os dois seguranças da entrada, estão de máscaras. Modelos diferentes que junto com as luzes e a música dá ao lugar um ar de mistério.

Rapidamente chega um garçom com uma calça social, camisa branca e gravata de borboleta, a sua máscara é na cor preta de um modelo simples.

— Escarlate o que deseja beber hoje? — ele pergunta.

DESCOBERTA DO PRAZER - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora