Capítulo 34

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P.O.V Jane

-Jane? Querida? Estás aí?

-Mãe?!- as nossa caras automaticamente ficam tão brancas como a droga.- Espera eu acebi de tomar banho!

Niall apressamo-nos a vestir apanhando tudo com muita rapidez. Os meus níveis de nervosismo estão ao rubro. Nem quando fui pela primeira vez à escola fiquei assim.

-Por onde saio?- só me faltava esta. 

-Do sítio de onde vieste!

-Oh, pois!

-Não fiques aí parado mexe-te!!- empurro-o literalmente até à janela. Antes de deixar-me dá-me um último beijo. Ficamos a sorrir até que a minha mãe entra pelo quarto a dentro. 

-Porque demoras-te tanto tempo?- viro-me completamente surpresa tentando tapar ao máximo a grande cabeçorra do Niall- O que estas aí a fazer?

-Eu? Eu... hummm, eu estou a secar o cabelo. Aproveitar o dia ventoso que está hoje. Vês isto sim é secar ao natural.- a minha mãe levanta a sua sobrancelha ainda muito desconfiada.

-Okkkk... eu queria falar contigo sobre a Nadie e a nossa relação de mãe e filha- muito discretamente eu olho o Niall descer pelo cano que se encontra à beira da minha janela.

-Eu não sei bem por onde começar mas cá vai. O que a Nadie tem de tão especial? Vocês parecem tão unidas. Será que não te dei amor suficiente?- e com esta a minha mãe prende a minha total atenção. As suas palavras entristeceram-me e o sentimento de remorsos e culpa caem em mim.

-Sei que nem sempre estou presente na tua vida, que às vezes sou fria e na maior parte das vezes não consigo te compreender mas eu gosto muito de ti. És a minha única e melhor filha que alguém podia ter. Pode parecer... hum como digo.

-Estúpido, tolo, inconsequente?

-Jane!... Mas sim, estúpido estar a dizer isto tudo. Ultimamente sinto-te tão distante filha. Já não desabafas comigo, já não me contas o que se passa na tua vida, nem sequer me disses-te que estavas assim tão descontente com o casamento.

-Bem talvez se a mãe não fica-se sempre do lado do pai talvez eu ganha-se mais confiança. Eu não te percebo, uns dias estás a tratar-me bem como no outro voltas a ser aquela empresária fria e calculista. Tens a noção de que este casamento é uma autêntica palhaçada mas nem por isso fazes alguma coisa. Já te perguntas-te como me sinto? Não! Tudo o que tu e o pai esperam de mim é que eu seja a menina perfeita mas ei, eu não sou perfeita! Também sou humana. Eu falo imenso com a Nadie porque ela é quase como uma segunda mãe. Não te estou a substituir apenas estou a desabafar o que sinto em relação a tudo com ela. - 

A minha mãe baixa a cabeça em sinal de arrependimento. O silêncio paira no ar e torna-se cada vez mais difícil estar no quarto. Talvez tenha sido dura de mais mas não podia mais com esta mudança de humor da minha mãe. Eu não quero magoa-la mas também não me quero magoar a mim mesma.

-Desculpa, Jane!- sou completamente surpreendida pela voz da minha mãe. Quando finalmente ela encara-me a sua face encontrava-se repleta de lágrimas. Nunca tivera presenciado a minha mãe num estado tão frágil. Quase que por impulso, os meus braços rodeiam o seu corpo. Por sua vez, ela aperta-me ainda mais contra si.

-Desculpa mãe. Não queria que te sentisses assim. Eu sou uma pessoa horrível.

-Não meu bem. Eu é que sou uma idiota por nunca ter reparado o quão solitária podias te encontrar. Acho que o seu pai acabou por influenciar muito os meus hábitos. De agora em diante vou tentar estar mais atenta.

-Estamos bem, então?

-Sempre estivemos, querida.- depois de secar as suas lágrimas, ela finalmente reconforta-me só da maneira que ela sabe. Um barulho é ouvido na porta chamando de imediato a minha atenção.

The Poor Rich Girl/Niall HoranOnde histórias criam vida. Descubra agora