Ainda guardo

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Ainda guardo um fio de fé nas pessoas,
um eco distante de bondade humana
que sussurra em meio ao ruído do cinismo.
É um desafio, esta busca por um sorriso,
por um gesto que ilumine a escuridão,
um brilho que se recusa a apagar.

Tento olhar além das superfícies frias,
na esperança de encontrar um coração
que ainda bata em compasso com o amor,
mesmo quando tudo parece perdido,
mesmo quando o mundo grita que não há
mais espaço para a gentileza,
que as sombras tomaram conta das almas.

Vejo rostos atravessados pela indiferença,
mas ainda sonho com a possibilidade
de um toque de luz em meio à bruma.
E, talvez, por isso,
acabe quebrando a cara tantas vezes,
com a ingenuidade de quem acredita
que a bondade não é uma relíquia perdida,
mas uma chama que, mesmo fraca,
pode ser alimentada.

A cada desilusão, um pedaço de mim se despedaça,
mas respiro e recomeço,
porque a esperança é um laço frágil,
que insiste em se manter atado,
mesmo diante de um mar de desconfiança.
E, se preciso, eu vou me quebrar novamente,
na certeza de que cada fragmento
carrega a possibilidade de recomeçar.


Pedaços meusOnde histórias criam vida. Descubra agora