✞ Meu Doce Psicopata✞ ⇒Jeff The Killer⇐ (Versão Antiga, Cancelada)

Cap 30: Luta perdida?

"Porque não importa aonde eles me levem
Eu vou sobreviver à morte
E eu nunca vou esquecer com você ao meu lado
Que eu não preciso dessa vida
Eu só preciso...
Alguém por quem morrer
Alguém por quem chorar..."
–Somebody To Die For (Hurts)

Abraçada a seu corpo que estava sobre a linha da vida e da morte, eu o apertava fortemente em meus braços, minhas lagrimas molhavam sua blusa enquanto eu apenas conseguia repetir para mim mesma em pensamento: "Não vá". Por mais idiota que parecesse naquele momento mantinha a pequena esperança de que se o segurasse forte demais não iria deixá-lo ir, como se fosse conseguir tirá-lo dos braços frios e aconchegantes da morte que lhe chegava aos poucos.

Isso só me fez perceber o quão fraca a vida é, tão delicada como um castelo de cartas no qual um mero acidente de nossa própria estupidez pode assoprar fortemente, o fazendo desmoronar. Era assim que eu me sentia naquele momento, todas as minhas cartas pareciam jogadas e rasgadas sobre o chão, sujas pela maldade, com pequenas gotas secas de um amor quase esquecido. Um conto de terror numa prateleira de uma loja qualquer, aos meu olhos aquela cena parecia uma na qual alguém jamais iria querer ler de olhos extremamente abertos.

Há várias maneiras de morrer: Podemos fumar memórias, assim morrendo de passado. Beber ilusões, assim morrendo preso em um mundo que não existe. Podemos suicidar amargas esperanças, morrendo de forma fria num banheiro qualquer de um bar. Eu por mim mesma escolheria qualquer uma destas opções, não são tão ruins se você contar o fato de que nelas você só morre uma vez. Agora, quer morrer mais de uma vez? É simples, e mais natural do que pensam: Ame alguém que não te ama, assim você morre repetidas vezes, banhado em ilusões, afogado em memórias e suicidado pelo presente. Outra forma pior de se morrer mais de uma vez, assista a quem você ama morrer lentamente na sua frente sem que possas fazer nada, a vontade de se afogar em um Nembutal fica extremamente grande, isso eu lhe afirmo com certeza.
Desta maneira eu poderia afirmar a quem quer que me perguntasse que eu já estava morta, era apenas mais uma alma depressiva que fora expulsa do vale antes mesmo de entrar. Sem rumo, e agora possivelmente sozinha.

Acredito que esta sempre será a pior arma de todas: A solidão. Uma arma tão cruel, e tão carregada. A solidão é o tipo de arma que mata mesmo sem ter ninguém para puxar o gatilho.

-M-Misaki... -Jeff sussurrou com a voz extremamente fraca, olhando para um canto qualquer evitando contato visual.- Fuja, eles ainda podem vir aqui...

Pensei rapidamente no que poderia fazer e sem dar-lhe nenhuma resposta, me levantei e o posicionei da melhor maneira nas minhas costas, eu não era a pessoa mais forte do mundo mas agora teria de ser. Essa era uma das outras inúmeras coisas que eu amava em Jeff, ele sabia despertar qualquer coisa em mim. Inocência se quisesse me purificar como um anjo. Fraqueza se quisesse se sentir assim de mim. Mas apesar de tudo isso, ele também sabia despertar a força em mim, me obrigava a lutar pela vida.

Comecei a caminhar de forma lenta e quase caindo na maioria, não vou mentir eu não estava aguentando, machucava-me muito, mas quando amamos alguém geralmente deixamos de nos importar com nós mesmos. Nossos sonhos são os sonhos daquela pessoa. Nosso sorriso é o sorriso daquela pessoa, assim como nossas lágrimas são as dela. Só quem já se apaixonou perdidamente por alguém a ponto de pular de um precipício por essa pessoa sabe do que eu estou falando, estou falando do tipo de paixão que além de salvar também mata.

Em minhas costas agora eu sentia o peço do mundo, o meu mundo, sobre a minha responsabilidade. Só naquele momento pude perceber o quão perdida estava por Jeff. Mesmo que tivesse o caminho trilhado em minha cabeça para fora daquele labirinto eu ainda me manteria nele, estar apaixonada por Jeff era o que me matava ao mesmo tempo que era o que me salvava. Como se fosse uma alma perdida em um deserto, essa paixão era a água que eu mais necessitava, ao mesmo tempo que era um veneno que me mataria aos poucos. Marcaria meu presente de sorrisos e o futuro de acidentes. Uma roda gigante tão profunda e sem fim, tão alta que poderia te levar ao paraíso, mas tão baixa que poderia te aprisionar em um longo inferno, tudo dependia do momento.

-Misaki... Largue de ser boba, você não vai conseguir! Me... deixa. -Ele disse tossindo mais ainda, parecia estar piorando apesar de já estar conseguindo respirar com mais facilidade.

-Nunca... -Respondi sem fôlego. - Eu nunca vou desistir. //N/A: Essa aprendeu com o Naruto//

Ele demorou alguns minutos para me responder, não sei se pela falta de força ou se simplesmente não entendia o que eu queria dizer com aquilo. Era muito confuso, mesmo que falássemos o mesmo idioma era como se muitas vezes não fôssemos capazes de nos entender.

-Porque não?... -Ele perguntou com a voz mais fraca que antes, quase que em um sussuro, a floresta silenciosa me permitia entender perfeitamente o que falava mas acredito que se fosse em outras circunstâncias não estaria compreendendo nada.

-Porque é isso que humanos fazem! Sim, são terríveis e traiçoeiros, te machucam, roubam e abusam de você. Eles são seres cheios de ganância, e eu admiro isso. Todos temos algum tipo de ganância em nós, uns por dinheiro, outros por luxúrias. Eu sou humana, e também tenho minhas ganâncias... Você é uma delas, é por isso que não importa o que aconteça eu não vou te deixar ir... Porque... Eu também não teria motivos pra ficar... -Admito deixando que algumas lágrimas caíssem sobre meu rosto.

Após mais alguns passos acabei caindo no chão, morta de cansaço e com minhas costas doendo, eu queria poder ter andando mais, queria mostrar para Jeff tudo o que ele valia para mim, mas infelizmente não fui capaz de fazer isso... Falhei no meio.

Jeff colocou sua mão sobre meu ombro, agora com um sorriso fraco e com os olhos focados em mim, ele demonstrava confiança embora cheirasse medo, suas íris negras agora tinham um pouco de cor, como se fosse uma luz na escuridão, uma pequena e fraca luz.