CAPÍTULO CINCO

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- Oi Írmna, procura por isso?

Enzo zacar:

A expressão que ela tinha no rosto foi indecifrável, quando se virou e ficou cara a cara comigo, talvez  tenha sido uma mistura de pânico, desespero, e medo ao mesmo tempo.

- E... Enzo?

Com muita dificuldade, o meu nome é elaborado em seus lábios.

- Sim Írmna, eu mesmo.

Respondo, prestando toda atenção em seus olhos, pois eles me atraem como mariposas numa lâmpada.

- Me devolve isso.

Decidida e cheia de atitudes, ela quebra nosso contato visual, acho que já estou fascinado por ela.

- Não, pelo menos não enquanto não conversamos.

Não posso e não vou facilitar para ela, preciso entender tudo isso.

- M...más não temos nada para falar um com o outro.

Tenta evitar a nossa aproximação.

- Você está enganada, temos muito para falarmos a respeito dessa carta.

Insisto, pois quero muito estar com ela, e para isso vou usar as armas que tenho, no caso a carta.

- Por Deus Enzo, isso foi uma coisa de criança, não dê importância, me devolva e estará tudo resolvido.

Ao ouvir tais palavras da boca dela, sentir um certo descompasso no coração, como se o coração falhace em uma batida.
Depois de reler aquela carta e absolver o seu verdadeiro conteúdo, confesso que gostei de saber que ela gostava de mim, justamente a garota que me intrigava e atraía meu olhar com seus olhos.

- Olha só, agente toma um café e você tenta me convencer a te devolver, se suas razões forem forte o suficiente para eu te dar então estará em suas mãos.

Tento argumentar, pois isso está se tornando um desafio para mim, e eu me amarro num desafio.

-Você está tentando me coagir, eu não admito isso, essa carta me pertence e você tem que me devolver o então.

Nossa! agora ela se revela ser uma pessoa explosiva, essa mulher realmente é surpreendente.

- O então o que? Até onde eu pude entender essa carta diz respeito a mim, sendo assim não há mal nenhum em ela ficar comigo.

Não quero força-lá a nada, mas precisei agir assim, pois pela sua impulsividade demonstrada aqui é possível que eu não a veja nunca mais.

- Se vê que continua o mesmo idiota de sempre.

Atrevida, muito atrevida, porém fascinante.

- O que disse?

Finjo não ter escutado.

- Nada, onde vai ser esse café mesmo, podemos ser breve por favor.

Diz contrariada, e deixando evidente o seu descontentamento.

- Tudo bem, venha comigo, o meu carro está alí próximo.

Que mulher mais difícil, bom eu conseguir ao menos mais um tempo em sua companhia, a carinha que a Írmna fez quando se deu por derrotada foi encantadora, tive que conter um sorriso presunçoso dos meus lábios, pois ela seria capaz de desistir no mesmo instante, é notório que ela tem uma personalidade muito forte.

Írmna Solís:

Sabe aqueles momentos que sentimos vontade de esganar alguém, ou então chutar o pau da barraca, é assim que eu estou me sentindo agora nesse exato momento que estou frente a frente com o Enzo Zacar, não tive opção se não o acompanhar até o café, estou ferrada pois o maldito está com a carta e pelo visto não vai me entregar assim tão fácil, tenho medo que ele seja ainda aquele garoto estúpido que não fazia nada da vida a não ser atormentar as pessoas que ele e sua trupe consideravam "inferior" a eles, se por acaso ele continua o mesmo, ai sim eu estarei ferrada, pois certamente ele não irá pensar duas vezes antes de me expor, mostrando aquela carta que eu fiz num momento de total insanidade da minha parte, eu ainda me pergunto como eu fui capaz de produzir algo para destruir a mim mesma.

- Então, Enzo Zacar, o que está esperando para me entregar a maldita carta?

Quebro de uma vez o silêncio que se estalou entre nós.

- Maldita carta?

Repete minhas palavras em forma de pergunta.

- Sim, maldita por que sei que não terei mas vida, depois que você mostrar para aqueles amiguinhos tudo que eu escrevir ai.
Falo o que estou pensando assim que o vi com a carta nas mãos.

- Sabe, Írmna Solís, não somos mais aqueles adolescentes imaturos, e inconseqüentes incapazes de medir as consequências de todos nossos atos.

Defende se, num tom um tanto grosseiro, o que já não era de se esperar.

-Mais algumas coisas nunca mudam, inclusive as pessoas.

Rebato no mesmo tom, não estou aqui para me rebaixar nem a ele e nem a ninguém.

- Assim como você mudou, tornando-se uma pessoa arrogante e impassiva, nós também mudamos.

Já encontrei alguém para odiar, mas quem ele pensa que é, para falar assim comigo.

- Escuta aqui, seu cretino eu não lhe dei intimidade alguma para falar assim comigo, não somos amigos na verdade eu nem te conheço.

Berro já chegando no limite do auto controle, e despertando comentários das pessoas próximas a nossa mesa.

- A não me conhece é , pois eu sou o mesmo que você diz amar com todas as forças aqui nessa carta.

Fala com deboche sobre a carta, e isso é o que eu precisava para ir embora.

- Acho melhor eu ir embora daqui.

Falo assim que me levanto, mas quando passo, ele pega no meu braço e me puxa, o movimento rápido e inesperado faz com que o meu corpo se choque contra o dele.

- Espere por favor, podemos conversar sem nos ofender, e me perdoe se passei dos limites, não foi minha intenção ofendelá

Fala muito próximo do meu rosto, pude sentir o ar refrescante de sua boca e posso até arriscar o nome do perfume que exala do seu corpo, me deixando completamente entorpecida, o aperto de sua mão em meu braço arrepia todo o meu corpo.

- Tudo bem Enzo, te peço desculpas, não costumo agir assim, não muito.

Resolvo aceitar logo a sua oferta de paz, e assim poder me afastar um pouco dele, antes que ele perceba as reações que causou em mim, só por um simples contato físico, isso vai ser difícil.

Espero sinceramente que tenham gostado.
Beijos a todos.

A Cápsula Do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora