Prólogo (Revisado)

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Oliver era garoto gentil e gracioso, que com um jeito calmo e angelical, encantava e conquistava a todos a sua volta.

Ultimamente se encontrava triste, seu avô materno, com quem viveu toda sua infância e adolescência, havia falecido recentemente.

Para o garoto, foi um choque, pois os dois eram muito próximos.

Depois do enterro, se encontrava em seu quarto, arrumando as suas malas, se preparando para viajar para São Paulo e viver com sua mãe.

Cada objeto que colocava em sua bolsa, o fazia ter um vislumbre de lembrança do seu avô. Oliver se perguntava como seria sua vida a partir daquele ponto, e como seria morar com uma mãe que não vê pessoalmente a anos.

Em seus dezoito anos, nunca havia sequer pensado um dia em partir do interior de Santa Catarina, e agora tinha nas mãos a indesejável oportunidade de conhecer a outro lugar.

—Ainda falta algo...

Oliver parou por um instante e foi até o quarto ao lado que tinha os pertences ainda não doados de seu avô, procurou nas caixas um cachecol do velho homem e colocou dentro de sua mochila.

—Oliver, Já está na hora de irmos.

Seu tio avisou entrando no quarto e pousou as mãos nos ombros do garoto.

—Você está bem?

O homem pergunta, Oliver sabia que não estava, talvez para ele a pergunta fosse desnecessária, afinal, ninguém ficaria bem apenas três dias depois da morte de alguém que se ama.

—Eu acho que sim...

A resposta é falsa.

—Sua mãe vai cuidar bem de você, pode ligar para mim sempre que precisar...

O garoto então pega suas bolsas e parte em direção a saída da casa, colocando dentro do porta malas do carro velho do tio, que já estava preparado para poder levá-lo ao aeroporto.

No retrovisor do carro nota o quanto estava mal.

Os mesmos olhos fundos azuis, o cabelo dourado, a pele pálida, a boca pequena e rosa, e o sentimento de tristeza que nunca sentiu.

A falta de seu avô era óbvia em seu rosto, mas devia superar tudo aquilo por ele mesmo.

Olhou a casa que costumava morar lentamente, provavelmente seria a última vez que poderia olhar tão detalhadamente aquele lugar.

— Eu sei que é difícil, mas você tem que seguir a sua vida

Seu tio o apressava

—Eu sei, por isso eu Tô indo embora.

O garoto responde e o homem suspira, o desanimo do sobrinho começava a o afetar mais ainda.

—Você vai gostar de São Paulo, da casa nova, da sua mãe...

—Tomará...

Oliver sabia do desejo de seu tio de viver sozinho e se livrar logo dele, mesmo gostando tanto do sobrinho, ele queria ficar só na casa e na pequena cidade, aguardando os dias de sua velhice como o de seu pai.

O garoto já era especialista em lidar com esse tipo de abandono, desde pequeno, nunca conheceu seu pai biológico, e sua mãe teve que ir para São Paulo quando ele tinha apenas sete meses para poder ajudar o seu avô a mantê-lo.

Mas sobre sua mãe, Oliver compreendia, ela partiu não porque queria se livrar dele, mas porque ela precisava ... Por muita sorte, conseguiu um emprego na casa de um velho amigo e não podia descartar a oportunidade.

Na estrada, a caminho do aeroporto, Oliver analisava toda a paisagem da cidade que ia ficando para trás, sentia saudade sem ao menos ter saído.

Saudade, como Oliver odiava esse sentimento, que não se pode curar até encontrar de volta o que se faz falta, mas pior ainda era sentir saudade de alguém que não veria nunca mais.

Já no aeroporto, se despediu de seu tio, o abraçando forte e o agradecendo pelo companheirismo dos anos.

Entrou na fila para o Voo e depois de alguns minutos estava dentro do avião a três mil metrôs de altura do chão. Decidiu tentar tirar uma soneca, já que a viagem duraria um pouco e faziam dois dias de insônia.

A viagem foi rápida, O avião se apoiou em suas rodas no solo de São Paulo e numa longa espera entediante de desembarque, pegou suas malas e foi procurar por sua mãe.

Não esperava reconhecê-la, só tinha uma noção de como ela era pelas fotos que seu avô mostrava.

O garoto andou pelo aeroporto, chegando ao lado de fora, se sentou e esperou que alguém aparecesse.

— Oliver, meu deus como você cresceu!

Uma mulher alargou o sorriso quando Oliver a olhou, não demorou para que ela começasse a cair em lagrimas.

— Eu acho que você é a minha mãe, não é?

Sem saber como reagir, o garoto sorri timidamente.

Sua mãe era claramente como ele, muito bem conservada, quem os vissem juntos, diriam até que eram irmãos.

Em sua aparência ela era como Oliver, uma pele pálida, o rosto angelical que expressava temperamento e doçura.

—Meu neném, não acredito que você está comigo.

A mulher o abraçou e beijou as suas bochechas.

Oliver se sentiu bem acolhido, um calor quente em seu coração, que começava a invadir e substituir o vazio que seu avô deixou quando partiu, agora era apenas o amor de mãe e filho.

— Tudo bem com você?

O garoto ainda tímido, sentia suas mãos suarem

— Eu estou muito feliz agora!

Suelly, sua mãe, não continha a empolgação de ter seu filho ao seu lado.

Oliver estava apreensivo e nervoso, suas intuições lhe diziam que uma nova vida começava ali.





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