Eu sei. Errei, e vou consertar

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O Agreste chegou minutos depois da azulada.

Se senta ao lado de Nino, como costume. Apenas que o moreno não lhe dá atenção nem o cumprimenta.

Adrien: Não é possível... todo mundo está estranho comigo - bufou.

Nino praticamente se transforma num exorcista virando a cabeça na direção do loiro.

Nino: Oi? Cara, você que estava estranho!  Dava patada em todo mundo e nos ignorava!

Adrien: Como? - ele olha para o amigo.

Alya: Isso mesmo, coisinho.

A dona dos belos olhos azuis nem parecia se importar com o que os amigos estavam falando. Ela estava rabiscando seu caderno de desenhos, como de costume.

Alya: Não acha, amiga? - Ela ganha a atenção dos olhos brilhantes da cor anil.

Marinette: Uh? Hum... eu acho que s... 

Estrondo ecoa no lado de fora, aparentemente muito próximo da sala em que estavam. Nem meio segundo depois, a parede dilata, como se algo forte a tivesse atingido. 

Alya: Assim, ótimo momento pra sairmos correndo? - ela voltou a atenção para a moça do seu lado, a mesma não estava mais lá, assim como o loiro - Mas eles estavam aqui...

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Ladybug e Chat Noir logo adentram o local.

Chat Noir: RÁPIDO, SAIAM DAQUI! - ele disse assim que desferiu, com o bastão, um pedaço de concreto que veio voando da janela.

Nino: Por que deveríamos acreditar em você, Chat Noir?!

Kim: Isso mesmo! 

Mylene: Você nos causou muito mal. Quem garante que ainda não causará?!

A joaninha farta daquilo, grita de volta no mesmo tom.

Ladybug: Ouçam ele e saiam daqui! - gritou pegando Chloe no colo e a tirando dali instantaneamente, assim que a deixou num local seguro, voltou para a sala.

Chat Noir: Ainda não entendo o que fiz - disse pegando Juleka e Rose nos braços, as levando para um local seguro, depois volta ao encontro de sua parceira.

Ladybug: Você foi akumatizado. Eles ainda não criaram tanta confiança de novo ... - ela disse enquanto rodava o yoyo.

Chat Noir: Ah, sério? - revirou os olhos.

Ladybug: Séri... - no momento um pedaço do teto cai e quase lhe acerta - Caralho! - Assim que disse, colocou as mãos na boca, ouvindo a risada do loiro - Meu dia pode piorar?!

Chat Noir: Pelo menos você não é acusada de matar mais de 30 pessoas...

A azulada se aproxima.

Ladybug: Vou te ajudar, quanto a isso. Lembra, na minha primeira vez que eu entrei em ação? Eu ferrei com Paris inteira, e nem por isso você deixou de acreditar em mim e me apoiar. Não vou desacreditar de você, e vou te ajudar nessa. Dessa vez sou eu que digo, " Tudo vai ficar bem" - sorriu fraco, com a mão sobre o couro negro do uniforme de seu parceiro.

Chat Noir: Obrigado, My Lady ... - sorriu de volta e esticou o bastão, indo até o akumatizado.

Ladybug: Disponha, gatinho... - logo ela se junta a ele.

O akumatizado foi fácil de vencer. Chat Noir o nocauteou com o bastão e conseguiu retirar o  objeto para o qual o akuma se encontrava. Ela quebrou o objeto e o purificou, logo a cidade voltou a ser a mesma, consertando todos os danos feitos pela vítima.

Uma raposa chega, se aproximando dos heróis que trocavam um pound it entre si.

Volpina: Só acho... que cheguei tarde de mais.

Chat Noir riu, e a joaninha faz o mesmo.

Ladybug: Faz parte... mas você pode nos ajudar em outra coisa - falou ficando séria ao extremo.

Volpina: Ahn... o que?

Ladybug: Abrir os olhos desta cidade - ela diz retirando o yoyo de sua cintura, e passando a mão sobre ele como quem quer limpar algo.

A raposa arqueou as sobrancelhas.

Volpina: Uh?

Chat Noir: Não entendi... - torceu o pescoço.

Ladybug levantou os olhos para eles.

Ladybug: Mostrar que você não é um assassino, e sim o herói que os salvou milhões de vezes.

Volpina: E... como exatamente faremos isso?

Chat Noir: Eu nã... - No momento não se sabe bem o que houve. Ele visualizou uma criança do outro lado da cidade, nos trilhos de trem. Sua mãe gritava para a garotinha, mas a mesma parecia querer pegar algo entre os trilhos, não percebendo o quão perto o trem estava. Os olhos do herói se tornaram totalmente verdes até a órbita, de tom igual, não se sabe como ele cometeu tal ato, mas uma fração de segundos antes do trem passar por cima da criança ele a pegou e a deixou no colo da mãe.

Colocou as mãos nos joelhos arfando atordoado, os olhos voltando ao normal.

Xxx: Chat Noir! Muito Obrigada!! - ela correu e o abraçou forte.

Chat Noir: Hum... er... de nada, eu acho... - coçou atrás da cabeça.

Ladybug/Volpina: Eita.

Ladybug fez um aceno com a cabeça, sinalizando que era para irem até lá.

As duas chegam juntas, quando muitas pessoas cercaram o gato.

Lady cruzou os braços sorrindo e Volpina pousou as mãos na cintura, com um sorriso de canto.

Ladybug: Era disse que eu estava falando...

Xxx: Talvez Ladybug estivesse certa, afinal...

Xxx: Sim! Podemos lhe dar uma chance!

Ladybug: Bem, acho que podemos comemo... AAH, EU ESQUECI. O CORRETOR! Bem, não precisam mais de mim, né? Ladybug saindo! - ela lançou o yoyo e sumiu pelos prédios.

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A azulada corria no asfalto.

Tikki: Atrasada. Novidade?

Marinette: Correr de salto alto dói os pés! E você estava sem energia, não daria para chegar!

Tikki: Certo. Dessa vez não lhe darei sermões.

Marinette: Sei que vai me dar mais tarde.

Tikki: Você me conhece - ela sorriu, e foi depositado um sorriso nos lábios rosados da azulada.

Depois de muito trabalho, ela conseguiu o apartamento ideal,  e já no próximo dia de manhã suas coisas estavam quase todas arrumadas no novo lar.

Tikki: Até que enfim...

Marinette: ... acabamos - ela passa a mão na testa, limpando uma gota de suor.

Ela respirou fundo.

Marinette: Vem... temos um vestido para entregar - ela sorriu fraco e pegou uma sacola decorada, a Kwami entrou em sua bolsa e saíram de casa.

                                                                                    * * * 

Adrien: Plagg... há tempos queria marcar uma festa aqui, com o pessoal. O que acha?

Plagg: Marca uai. Só quero queijo mesmo.

O loiro revira os olhos.

É claro que só quer queijo. Única coisa que quer nessa vida. 

Ele liga para todos. Todos iriam, isso era bom.

Adrien: Só falta uma... - ele sorri, diferente, levando o celular ao ouvido - Marinette?

Marinette: Oi Adrien.

Adrien: Hey, Mari! Vou dar uma festa aqui hoje... gostaria que viesse.

Marinette: ... que horas?

Adrien: 19:00... cedo ?

Marinette: Não, não. Tenho que levar algo?

Adrien: Apenas bebida preferencial, se quiser.

Marinette: Chegarei aí de mãos vazias - ela riu fraco, e o loiro fez o mesmo do outro lado da linha - tudo bem. Estarei aí em breve.

Adrien: Mal posso esperar - sorriu desligando - ELA VEM PLAGG!!!!!

Plagg: Eu sei.

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Marinette decidiu ir a pé. Ela chegou logo após Kim e Max, que pularam e quase derrubaram Adrien.

Adrien: E aí, Kim, Max? - eles riram, trocando socos leves no braço.

Marinette: Olá Adrien - ela disse subindo as poucas escadas da casa do Agreste.

Adrien: Mari - ele sorriu e beijou a mão dela - está linda.

Marinette: Exagero seu - ela sorriu meio sem jeito.

Adrien: Tenho certeza que não.

Eles entraram. Estavam todos se divertindo. Até algo inesperado...

Nino: Hey, Alya! - ela virou para ele, no mesmo momento ele a puxa e lhe beija. Ela continua o beijo com as mãos atrás da nuca dele, e um sorrisinho em meio ao ato.

Adrien: SOLDADO PROMOVIDO!

Marinette se aproxima se Adrien.

Marinette: Estamos de vela - ela riu.

Adrien: Definitivamente - ele a acompanhou ao riso.

Assim que separaram, Marinette foi até a amiga lhe dando cutucões, e Nino até Adrien.

Nino: Desafio cumprido. Sua vez, cabelo de milho.

Adrien: Oi? Ahn.. nossa estou com dor no pâncreas e...

Nino: SE NÃO CUMPRIR VAI TER QUE CORRER PELADO NA RUA! -gritou, alto o suficiente para que a maioria ouvisse.

Adrien: Chantagista... - murmurou. Andou na direção da garota de olhos azuis anil, que conversava distraída com sua amiga.

A puxa pela cintura, virando para si e lhe dando um beijo, lento.

MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO? POR QUÊ ELE FEZ ISSO DO NADA?

Ela dá continuidade. Pra quê parar? Estava bom. Era o sonho dela de quando tinha 15 anos. Apenas deixou rolar.

Assim que separaram, ele passou os dedos delicadamente pelo rosto dela, vendo suas bochechas claras ficarem rosadinhas.

Nino: Cumpriu com o desafio!

Marinette não reprimiu a expressão confusa.

Como? Era só uma aposta... como eu pude me deixar apaixonar novamente pelo mesmo rapaz? Enganada e magoada mais uma vez. Sou uma tola! Por quê não posso esquecê-lo de uma vez?! 

Ela o empurra, não muito forte, mas conseguindo se soltar de seus braços. Ela pega a bolsa e abre a porta. Não estava no controle.

Marinette: A festa estava ótima, mas tenho encomendas para terminar - ela sai correndo.

Adrien: Marinette, espera!

Surpreendida com um toque quente em sua mão ela se vira. Com os olhos esmeraldas grudados nela.

Marinette: Adrien, me solta. Eu vou para casa - a voz embargada.

Gotas começam a cair das núvens cinzentas. Ficando cada vez mais pesadas ao toque da pele.

Adrien: Vem... começou a chover. Vamos lá para dentro - ele sorriu fraco.

Marinette: Eu vou para casa. Não é tão longe. Me solta, por favor - ela abaixou a cabeça, sem olha-lo.

Ele não teria escolha.

Parabéns Agreste.

Ele segura mais levemente, ela puxa a mão para si e sai correndo pela chuva.

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Após a festa ter acabado, que não demorou, o loiro sabia que havia errado com a garota. Não suportaria dormir sem se desculpar.

Adrien: Tenho que resolver isso. PLAGG, MOSTRAR AS GARRAS! - ele se transforma e parte para o apartamento da azulada.

Eu Sangro Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora