ANTES

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"Apenas sobreviva de alguma forma."
(The Walking Dead)

"(The Walking Dead)

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PARTE 1

Eu observava já de longe a prisão, o nosso lar, sendo consumida pelo fogo e por walkers. Lágrimas escorriam pela minha face. Eu não queria ver isso, não queria que isso estivesse acontecendo.

Corra, Hannah, corra! Foi o que Carl gritou para mim entre os tiros. E foi o que fiz. Corri, sem olhar para trás. Sem saber quem sobreviveu, afinal.

Estou perguntando isso para mim mesma agora, quem sobreviveu além de mim? Estou só? Eles todos morreram? Minha mãe Carol, Beth e Maggie, Carl e a pequena Judith, ou até mesmo o troglodita do bem do Daryl Dixon.
Não, não. Não posso pensar nisso, as coisas não chegariam a esse ponto, Rick os salvou. Claro, como sempre fez.

Minha mãe está viva! Carl está vivo! Eles todos estão bem! Não posso ficar sozinha, não conseguiria sobreviver estando sozinha.

Caio de joelhos no chão, e tampo o rosto com as mãos, reprimindo um grito. Eu vou morrer.

A prisão de fora. Todos próximos de mim se foram.

Ouço um barulho de folhas e galhos se quebrando atrás de mim, rapidamente eu me levanto e um breve sorriso aparece no meu rosto... é algum sobrevivente? Penso esperançosa.

-Mãe?! -Minha voz falha. -Mamãe? -Ninguém ainda aparece, mas o barulho continua cada vez mais próximo de mim.
Seja você, mamãe! Preciso de você! Eu esqueço de tudo o que aconteceu entre nós duas, eu te perdo-o por tudo, mas que seja você. Faço essa promessa mentalmente. Por que só o pensamento de seguir em frente sozinha, isso começa a me perturbar.

Limpo as minhas lágrimas com o dorço das mãos, respirando pela boca.

Mas a minha esperança se esvai completamente quando quem aparece na minha frente, quando quem está ali, não é a minha mãe, não é Carl ou outra pessoa viva. É uma walker.

Começo a chorar novamente, sem conseguir me controlar. Não! Não! Não!

Seus olhos estão em mim, ela está andando na minha direção, ando alguns passos para trás me afastando.

Foi Maggie que me ensinou a atirar com uma pistola, foi Carl que me ensinou a manusear uma faca ou facão. Mas eu não tenho nenhum dos dois aqui para me instruir num momento como esse, não tenho nenhuma arma para usar com essa coisa apodrecida à minha frente.

Estou sozinha... mas preciso reagir. Se vou morrer, não irá ser da mesma maneira que essa mulher morreu, como a minha doce e sorridente Sophia morreu. Não vou me transformar em uma walker, não vou me permitir, nunca.

Sinto suas mãos encostarem em mim, nos meus braços, solto um pequeno grito assustada. Ela grunhi à centímetros do meu rosto e seu hálito fedido me deixa desnorteada.
Não vou morrer, não assim.

Eu também seguro seus braços, mas mantendo uma pequena distância dos seus dentes, usando a sola do tênis chuto com força a sua coxa, seus ossos frágeis estalam e saem do lugar, a walker camabelia para o lado, aproveitando essa oportunidade a empurro, ela caí no chão, grunhindo e estendo uma mão para me alcançar.

Galhos de quebram ao meu redor, tenho certeza que são mais deles. Devo estar cercada, não sei. Só sei que tenho que acabar com isso aqui rápido e correr novamente.

Posso sair correndo agora, mas olhando-a uma raiva me domina. Um de vocês matou a Sophia. Tirou a minha irmãzinha de mim. Vocês são o fim do mundo, são tudo o que eu mais odeio e desprezo.

Eu pego uma pedra maior do que meu punho que até tinha uma parte afundada na terra, me ajoelho do seu lado, com uma mão junto os seus pulsos e os seguro firmes, com a outra, começa a bater com a pedra na sua cabeça, repetidas vezes, movimentos rápidos e ferozes e raivosos, continuo até quando ela para de se mover, sangue espirra em mim, na minha camiseta, no meu rosto. E eu sinto nojo, do sangue, de como ela ficou, rastejo para frente e vomito.

Quando me recupero, quando limpo o sangue dela de mim, me levando segurando firmemente a pedra na mão, é a única arma que tenho contra o mundo.

Sem olhar para trás, para minha casa desaparecendo, para o meu grupo possívelmente todos mortos, eu adentro na floresta, seguindo em frente. Sozinha, mas sabendo que de alguma forma, eu irei sobreviver... o quanto eu puder.

Somebody to die for || TWDOnde histórias criam vida. Descubra agora