Sonhos

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No caminho parou para passar a pomada  pelo senhor Cau e depois voltou a correr para casa, sentia-se relativamente bem, considerando que tinha brigado na rua e que tinha apanhado, agora aquilo parecia distante, era insano para ele, não podia sair de casa, tinha saído, arrumado uma confusão e ele percebeu que não tinha raiva, pois eles viam ele como um igual e isso era bom.

- THEODOR...
Ouviu a voz da mãe e ela esperava porta, ele andou com cautela. -...onde diabos você estava? E que roupas são essas?

Será que ela tinha ficado observando a manhã toda pela janela?
Foi o único pensamento que ocorreu na cabeça dele, como ela tinha visto ele tão rápido?

- Ah, eu cai no canteiro do parque e o Kaleb me emprestou essa roupa no caminho de volta, eles tinham regado as flores...Na pressa toda não tinha pensado muito bem o que falaria e agora estava ali, por sorte a mãe o cortou.

- Entra logo, antes que seu pai apareça.
Os dois entraram para dentro de casa. -...vai tomar um banho e depois vai ficar no quarto até o jantar.

- Tudo bem, mãe!
Ele saiu mais do que apressado para o quarto.

- Oi pessoal...Falou para as plantas.-
...Logo volto para falar com vocês, aconteceu tanta coisa, graças ao senhor Cau as coisas não foram piores, aah, eu já estou adiantando o assunto, eu volto, esperem só um pouco.
As plantas eram seus amigos, amigas e amigues, se sentia confortável em conversar com elas, elas sabiam muito mais sobre ele que o próprio Kaleb.
Abriu a gaveta e escolheu uma camiseta e uma calça, quase igual ao que estava vestindo, a diferença era que na frente da camiseta era roxa e tinha uma flor e a calça era de uma lilás claro, tinha sido presente de aniversário do pai e a mãe tinha contado para Théo que o pai tinha escolhido pessoalmente, o menino achava aquilo legal, já que o pai não gostava de fazer compras, não fazia muito o estilo dele, porém tentava usar, hoje parecia um bom dia para fazer isso.

Entrou no banheiro, deu uma aparada no cabelo e tirou a roupa, ao entrar no chuveiro, sentiu a água bater onde os socos tinham sido mais fortes, apertou os olhos e tentou imaginar em outra vida, onde não teria problemas em ser ele mesmo, acabou o banho, passou a pomada que o senhor Cau deu e voltou para o quarto.

- Voltei...Deitou no tapete e olhou para o teto.-...vocês ficarem bem? Eu sei, eu não demorei.Deu um risada. -...Ah, eu vou abrir a janela para vocês tomaram um ar.
Levantou do tapete e abriu um pouco a janela, depois voltou a deitar e foi contando tudo para elas, tentava não se empolgar e falar muito alto, quando a mãe dele pegava ele falando com as plantas, ela sempre ficava com uma cara estranha.
- Além de tudo que aconteceu, ainda recebi uma carta, um idiota inventou uma escola de magia e disse que eu estou aprovado, apenas um mané ia acreditar nisso, o estranho é que ele sabe o meu nome.
As folhas moveram-se mesmo sem vento. - Eu sei, tudo é bem estranho.
Uma das folhas de uma das plantas, pareceu se mover mais rápido. -...eu vou te levar para a sua dona na segunda, logo você vai ter uma nova casa.
Os vizinhos sempre pediam conselhos a ele sobre as plantas, hoje ele não tinha vontade alguma de levar a planta, estava cansado e um pouco dolorido.
- Você ficou muito mais bonita em pouco tempo.

- Você parece maluca!
Era a voz de Carol, ela falou e começou a rir da cara dele. - Theodora, fala com plantas! Theodora, fala com plantas!
Começou a cantar e a dançar rindo.

- SUA PESTE, SAI DAQUI!
Levantou e bateu a porta na cara da irmã.

- Manhê! Theodora me bateu. A voz era se choro e quando ela terminou de falar, o choro intensificou.

- VOCÊS NÃO PODEM FICAR UM MINUTO JUNTAS?  Gritou a mãe e foi para a escada, Carol já tinha descido e ainda estava chorando de forma fingida. - Você não devia ter subido, sua irmã está de castigo, depois eu brigo com ela quando descer para o jantar.

A menina parou com o "choro" e saiu correndo para a sala.

Théo tinha aberto a porta para poder escutar melhor o que estava acontecendo, depois fechou quando viu que a mãe não levou a irmã muito a sério.

- É pessoal, nem eu e nem vocês temos paz, acho que vou aproveitar e dormir um pouco, assim vou parecer menos com quem levou uma surra.
Deu uma risada, deitou na cama e logo estava dormindo.

Verde, sentia o cheiro de terra, flores, folhas, frutas, ele estava no meio de uma mata, começou a andar, seguindo os sons de risadas, quando saiu em um campo aberto, alguém chamou o seu nome, ele correu para perto da pessoa e o garoto sem rosto sorria, ele disse que estavam atrasados para aula, que não deviam ter parado para comer frutas, Théo respondeu que tudo daria certo, os dois correram em direção ao que parecia um templo, ele era dourado, talvez fosse um castelo, não conseguia ver bem, ele apenas conseguiu ver de longe e sentiu-se bem, não, ele sentia uma felicidade tão palpável que mesmo sendo um sonho, aquilo parecia tão real, tão real, que ele gostou de está ali e não percebeu que era um sonho, abraçou aquele lugar com a sua nova realidade.

(e ai gente? )

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2017 ⏰

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