~Jungkook on~
- Jeon JungKook, não se atreva a sair de casa sem antes comer uma fruta! -Minha mãe dizia, parada em frente à porta com os braços cruzados sobre o peito.
- Tudo bem, tudo bem. - Solto um longo suspiro, finalmente, rendendo-me. Não adiantava discutir com ela, afinal, a mesma era bem forte para uma coroa-mãe e, com certeza, não desistiria. - Por que fazer isso? Já tenho vinte e um anos, mãe! Sei me cuidar - Vou em direção à cozinha para, enfim, pegar a bendita maçã. - E, aliás, só vou dar uma corridinha matinal, não "tô" indo fazer uma maratona nem nada assim.
- Mesmo assim, JungKook; e se você desmaia? Não posso correr esse risco. - Ela responde, pegando sua bolsa e me acompanhando até a porta. - Estou indo embora agora e, acredite, faço tudo isso para o seu bem. Por mais que você seja um coelhinho crescido, eu como mãe tenho o dever de continuar lhe protegendo como minha criança. - Ela disse, me dando um abraço e destravando o carro.
- Tudo bem! - Exclamo, me alongando e suspirando pela segunda vez naquele dia. - Mãe, são sete horas agora, então, escute bem: quero você e o papai na cama às onze no máximo. - A mesma assente com uma expressão de derrota; eu sabia que os mesmos não iriam conseguir fazer isso, pois, nunca deixavam o trabalho para depois, mesmo na hora em que deveriam descansar a mente e simplesmente adormecer, entretanto, é bom passar a sensação de "Eu me importo com vocês".
- Tchau, mãe. Mande beijos ao papai por mim; aquele coelho velho nunca lembra da minha existência. - Digo, começando meu trajeto pela estrada e sendo acompanhado pelo carro.
- Não diga isso, Kook. Ele só não tem tempo. - Solta um longo bocejo. - E, olha, tome cuidado naquela floresta!
- Ok! - Grito, adentrando entre o arboredo e começando minha maravilhosa corrida ao som de Justin Bieber .
(...) (...)
But hey now, you know, girl
(Mas, ei, agora você sabe garota)
We both know it's a cruel world
(Nós dois sabemos que é um mundo cruel)
But I will take my chances
(Mas eu arriscarei)
As long as you love me
(Contanto que você me ame)
We could be starving
(Poderíamos estar passando fome)
We could be homeless
(Poderíamos estar sem casa)
We could be broke
(Poderíamos estar sem dinheiro)
As long as you love me
(Contanto que você me ame)
I'll be your platinum
(Serei sua platina)
I'll be your silver
(Serei sua prata)
I'll be your gold
(Serei seu ouro)
Quando estava prestes a cantar o refrão de As Long As You Love Me, um barulho me atrapalha, retirando minha total concentração da corrida e a direcionando ao que eu havia acabado de ouvir.
- Tem alguém aqui? - Pergunto, retirando um dos fones do meu ouvindo e me assustando quando o barulho começa a aumentar, se assemelhando com o som de pessoas correndo sem parar.
- Quem está ai? - Falo, convicto de que exista sim a presença de alguém ali comigo, e minha confirmação chega quando vejo - graças a minha linda visão de coelho - uma pessoa correr enquanto, mais atrás, uns quatro o seguiam com armas em mão.
- Mas que merda é aquilo? - Sussurro para mim mesmo, incrédulo. Recuperei-me do choque, e me escondi rapidamente atrás de umas pedras e arbustos. - Seja lá o que for, não deve ser bom.- Penso, esperando as pessoas irem embora e rezando para que não tenham me visto.
Minutos depois os barulhos perturbadores de tiros e gritos cessam, fazendo com que eu espie por entre as folhas para saber se é ou não seguro sair de onde estava e seguir meu caminho até minha -agora - adorada e desejada casa.
- Ele deve estar por aqui. - Ouço, enquanto passos afobados se aproximam do local onde eu me encontrava. - Quero aquele garoto com vida, me entenderam bem? -Um dos homens grita, enquanto outros dizem em um perfeito uníssono "sim senhor". - Se voltarmos sem ele, como ocorreu com o outro, considerem-se pessoas sem a chance de ver o amanhã. -O aparente líder diz em um tom enfurecido, e os outros prontamente começam suas buscas.
Decido então permanecer em meu lugar por mais algum tempo - até que, pelo menos, eles saiam de meu campo de visão e eu possa ir embora -. Fico estático assim que olho para o lado e encontro um jovem aparentemente mais novo que eu - talvez o menino que estavam buscando - e, assim que o mesmo percebe minha presença, começa a perder a cor e a ficar mais branco do que já é. O mesmo me olha com olhos tão abertos quanto dois buracos no asfalto, e, após míseros segundos, o mesmo me faz um gesto com os dedos, que identifiquei como "cale a boca ou nos encontrarão". Assenti positivamente com a cabeça ficando então num silêncio que parecia não ter fim.
(...) (...)
- Acho que foram embora. - O garoto sussurra após longos minutos, observando entre as pequenas plantas. - Já é seguro, pode ir. - Ele diz, me olhando. Por um segundo, me peguei perdido em seus orbes cor de mel.
- Tem certeza? - O garoto assente e, então, me levanto, parando assim que observo o mesmo permanecer sentado no chão. - Você vai ficar aí? - Ele assente mais uma vez. - E se te pegarem? Não tem medo? - Pergunto, e o mesmo olha para suas coxas até então ocultas aos meus olhos.
- Olha, eu tenho medo, tenho muito medo. - Ele sussurra, mas para subitamente, retirando um pano que até então estava sobre sua perna. - Não quero voltar para lá, mas não posso deixar de vagar. Não tenho lugar para onde ir, minha perna ainda sangra muito e não conseguirei andar nem se tentar. - Ele se cala, soltando um gemido de dor assim que apoia-se com ambas as mãos para se levantar. O olho preocupado assim que vejo sangue escorrer - lê-se jorrar - de sua perna.
-Eu irei te ajudar. - Digo, convicto, fazendo o mesmo me olhar incrédulo. - Não o deixarei aqui; mesmo se eu quisesse o fazer minha consciência não permitiria.
- Não precisa se preocupar. - Ele murmura, me olhando. - Mesmo se você quisesse realmente me ajudar, não tenho lugar pra ir depois que sair dessa flores...EIII! - Ele grita assim que o pego no colo. - O que pensa que está fazendo?
- Eu disse que iria cuidar de você. - O garoto arregala os olhos. - Então, irei cuidar de você
- Eiii... Você não pode fazer isso! Eu nem sequer sei quem você é. - Ele retruca, se remexendo em meu colo.
-Não o deixarei aqui. - Encerro o assunto, começando a andar. - Prazer, me chamo Jeon JungKook. - Inicio o assunto, olhando-o enquanto caminho.
- Prazer. - Ele responde, se segurando em mim.
- Não irá me dizer seu nome? - Questiono, franzindo o cenho.
- Te diria se soubesse. - Ele olha para baixo, emburrado. - Eu não tenho um nome, e se tenho nunca soube qual é.
- Como assim? Você não sabe próprio nome? - Minha voz sai incrédula.
- Eu fui levado quando tinha três anos, não lembro ao certo se tenho um nome. - O garoto diz ,triste. - Apenas me chamavam de décimo.
-Que chateante. - Solto o ar com pesar em meus olhos. - Você é pequeno, então, te chamarei apenas de Pequeno, ok? - O mesmo afirma lentamente com um leve sorriso.
- Então vamos, Pequeno; irei cuidar de você
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Meu humano ~taekook
FanficEm um mundo onde híbridos é o mais natural, dois seres se encontram de uma maneira um tanto quanto inusitada. Onde Jungkook é híbrido de coelho, e acaba encontrando Taehyung, um humano completamente diferente dos outros que já havia visto em sua cur...